Questão Agrária


Marcha do MST em Osasco 07/05/2014 (Werther Santana/Estadão)

Constituinte e reforma agrária já!

Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST)

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Duas questões são centrais no segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff. A primeira é a urgência de uma reforma do sistema político por meio de uma constituinte exclusiva. O tema é consenso na sociedade brasileira e o Congresso Nacional já demonstrou não ser capaz, nem ter a legitimidade, para fazer uma reforma estrutural que rompa com seus próprios interesses.

Apenas um fórum de debate com representantes do povo, eleitos exclusivamente para reformar o sistema político e alterar a Constituição nos pontos que dizem respeito a ele, pode proporcionar avanços que contemplem os interesses mais amplos da população, e não apenas de uma minoria.

A segunda questão tem a ver com o modelo agrícola adotado pelo País. O agronegócio é um câncer na sociedade brasileira. Ele é responsável por sermos o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, destruir a biodiversidade, contaminar o meio ambiente e envenenar toda a população brasileira com o uso abusivo de venenos agrícolas. Para isso, apenas uma política redistributiva de terra e a alteração da matriz produtiva no campo é capaz de mudar essa realidade. Por isso, seguiremos em luta permanente para exigirmos o assentamento imediato das 120 mil famílias acampadas em todo o Brasil e maiores investimentos na agricultura familiar e camponesa.

Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST)


Terra para 100 mil famílias

As demandas da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) para o novo mandato de Dilma:

Durante a campanha, a Contag entregou a Dilma Rousseff as propostas dos trabalhadores e trabalhadoras rurais com 13 diretrizes para avançar no desenvolvimento rural sustentável e solidário para o mandato 2015-2018, que são:

Reforma Agrária; fortalecimento da agricultura familiar e da agroecologia; meio ambiente; assalariamento rural; educação do campo; saúde; previdência rural; mulheres trabalhadoras rurais; juventude rural; terceira idade; participação social e fortalecimento da democracia; desenvolvimento territorial e fortalecimento das estruturas do Estado.

Agora, com a reeleição da presidenta, continuaremos a exercer o nosso papel de movimento sindical, de forma independente e autônoma, ao cobrar a execução das atuais políticas públicas e sociais e das nossas demandas apresentadas anualmente na pauta do Grito da Terra Brasil e, em 2015, também nas pautas do Festival Nacional da Juventude Rural e da Marcha das Margaridas, principalmente a reforma agrária, cuja demanda da Contag é de assentamento de cerca de 100 mil famílias em todo o Brasil.

Alberto Ercílio Broch, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag)