Duas questões são centrais no segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff. A primeira é a urgência de uma reforma do sistema político por meio de uma constituinte exclusiva. O tema é consenso na sociedade brasileira e o Congresso Nacional já demonstrou não ser capaz, nem ter a legitimidade, para fazer uma reforma estrutural que rompa com seus próprios interesses.
Apenas um fórum de debate com representantes do povo, eleitos exclusivamente para reformar o sistema político e alterar a Constituição nos pontos que dizem respeito a ele, pode proporcionar avanços que contemplem os interesses mais amplos da população, e não apenas de uma minoria.
A segunda questão tem a ver com o modelo agrícola adotado pelo País. O agronegócio é um câncer na sociedade brasileira. Ele é responsável por sermos o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, destruir a biodiversidade, contaminar o meio ambiente e envenenar toda a população brasileira com o uso abusivo de venenos agrícolas. Para isso, apenas uma política redistributiva de terra e a alteração da matriz produtiva no campo é capaz de mudar essa realidade. Por isso, seguiremos em luta permanente para exigirmos o assentamento imediato das 120 mil famílias acampadas em todo o Brasil e maiores investimentos na agricultura familiar e camponesa.
Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST)