Summit Saúde 2018

Plano para funcionários passa a ser estimulado

Problemas jurídicos envolvendo reajustes e regras para franquia e coparticipação também merecem reflexão

22 de agosto de 2018
Léo Martins/Estadão
Paula Felix

A preocupação com o paciente não deve se limitar ao pessoal, mas atingir ainda o coletivo, como indicou o painel do Summit Saúde Brasil sobre saúde suplementar. Uma vez que a maioria dos planos de saúde é coletivo-empresarial, operadoras estão trabalhando com campanhas de conscientização para mostrar às empresas a importância do convênio para funcionários.

“Existe uma necessidade de pensar na gestão de cuidados com a saúde dos funcionários e focar na medição do resultado que faz bem para o paciente”, disse Ana Elisa Siqueira, presidente do conselho diretor da Aliança para a Saúde Populacional (Asap). Também CEO do Grupo Santa Celina, ela considera que, no mercado corporativo, as entidades tentam fazer as empresas carregarem, no seu DNA, o cuidado com o paciente, além do foco na segurança e na experiência dele.

José Cechin, diretor executivo da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), afirmou que as operadoras também estão revendo gastos e buscando meios para economizar. “Todas observaram queda de 37% de gastos consigo mesmas. Elas estão mudando a relação com a indústria fornecedora de insumos, comprando diretamente com o distribuidor e revendo relações comerciais.”

Com 1,2 milhão de beneficiários, 5.700 médicos cooperados e 700 leitos próprios, a Unimed-BH aposta no investimento no atendimento para agregar valor ao serviço que oferece. “Pelo quinto ano, fomos eleitos pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) como a melhor operadora. Temos trabalhado com o índice de qualidade assistencial. Para ter eficiência, fazemos treinamentos e avaliação do tratamento”, explicou o diretor-presidente, Samuel Flam.

Segundo ele, as unidades da rede própria que alcançam padrão cinco-estrelas recebem 3% de bonificação. A qualidade tem reflexo para os usuários. “Isso proporciona ganho e redução no tempo de dor do paciente”, exemplificou.

Coparticipação. A comunicação com o beneficiário também deve ser trabalhada, principalmente após a rejeição à norma da ANS que previa cobrança de até 40% de coparticipação dos procedimentos de clientes de planos de saúde. A medida também definia regras para a aplicação de franquia em convênios médicos.

A resolução foi questionada por órgãos de defesa do consumidor. E revogada depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) acolheu pedido de liminar da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para que a regra fosse suspensa.

“Entendo que precisamos ter uma discussão mais madura sobre o setor privado. Vejo uma confusão sobre reajuste e inflação, porque uma coisa é o reajuste e outra é a correção monetária. A gente precisa se comunicar melhor. O desafio é inexorável, mas não pode ser só um tema de uma figura. Tem de ser em torno do setor e com discussão mais técnica e menos apaixonada”, disse Leandro Fonseca da Silva, diretor de Normas e Habilitação das Operadoras e diretor-presidente substituto da ANS.

"O desafio é inexorável, mas não pode ser só um tema de uma figura. Tem de ser em torno do setor e com discussão mais técnica e menos apaixonada" Leandro Fonseca da Silva

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