E foi a região que Leila revelou nas panelas e na língua, com sotaque acentuado ao dizer o nome de cada ingrediente, com termos próprios do Recôncavo (do molho lambão -- “molho fraco, fouxo”--; ao pirão de cachorro -- “feito apenas com alho, farinha e água”).
O sincretismo baiano explica 'todos os santos' do nome da aula "Ceia para Todos os Santos'. Moqueca de caju e castanha verde (o maturi), cuscuz de Maragojipe (município famoso na Bahia por suas cerâmicas), preparado com farinha -- ingrediente associado a Exu, mungunzá (mingau de milho branco com leite de coco), atribuídos aos gostos de Oxalá e Nanã; arroz de hauçá (preparado com coco, carne seca e camarão defumado), prato dos negros malês, de origem mulçamana e moqueca de índio, preparada com pititinga apimentada (pequeno peixe típico dos mares baianos).
A chef do Dona Mariquita explicou a necessidade de resgatar pratos sumidos do cardápio baiano, caso da moqueca de índio, antes encontrada nos tabuleiros das baianas e do acaçá, pamonha branca feita com milho fermentado e leite de coco.
Para continuar no clima do Recônvavo, a aula terminou em samba chula, gênero típico da região, na voz de Mariene de Castro, cantando 'Eu vim de Ilha de Maré'.