A aula, no entanto, não era sobre os destilados brasileiros, mas sobre Bolinhos de Norte a Sul do Brasil. Entre um gole e outro, a plateia provou o bolinho de doritos do Bar do Magrão, vencedor do Comida di Buteco do ano passado, que fica no Ipiranga, em São Paulo, e o cuscuz de puba, criado no Centro Culinário que Eduardo mantém em Belo Horizonte.
A degustação começou com um queijo meia cura “marinado” por oito dias no café, em um saco a vácuo, que caiu muito bem com as cachaças servidas à vontade. Só depois vieram os quitutes, todos feitos à base de mandioca e linguiça. “Esses ingredientes são o tema do Comida di Buteco desse ano, então compõem quase todas as receitas que eu vou fazer”, explicou o gastrônomo.
Enquanto o público se deliciava com bolinhos recém-saídos do forno, como a empadinha mineira, feita com queijo canastra meia cura ralado, bacon e mandioca, e a pamonha de mandioca, que não leva milho, Eduardo e seus assistentes mostravam passo a passo como as receitas são preparadas. "Dono de boteco é a pior coisa, não dá receita de jeito nenhum. Você tem que apertar", provocou Eduardo.
Para fechar a tarde, foram servidos o bolinho de barreado do Centro Culinário e o de baião de dois do restaurante Nação Nordestina, na Vila Maria, zona norte de São Paulo. “O Bar do Magrão e o Nação Nordestina são de primos do Rodrigo, do Mocotó. É o nepotismo do Comida di Buteco”, brincou.
O festival está em sua 14ª edição e hoje tem a participação de 400 botecos em todo o Brasil. “Minha função é dificílima: tenho que viajar o Brasil inteiro e provar pestiscos. Estou extramente infeliz com isso”, ironizou o homem que seleciona os botecos que participam do festival e que causou inveja no 7º Paladar Cozinha do Brasil.