Do princípio ao fim, o elogio ao bolo foi permeado por histórias divertidas, algumas desastrosas, das duas boleiras. Carla não quer nem saber de fazer festa (culpa dos pedidos temperamentais dos bolos de noiva e de aniversário). Carolina adora festa, mas não peça a ela para entregar um bolo em casa – é difícil dirigir e segurar uma forma ao mesmo tempo...
Calda de açúcar no forno, zumzumzum da plateia que acompanhava atenta e perguntava. As amigas lembravam uma à outra: “Olha, erva-doce é só no final”. Assim a hora passou rapidinho entre o bolinho de arroz, um quase indecente bolo de cacau com chocolate amargo (homenagem ao cacau da Bahia) e cobertura de brigadeiro branco e bolo de araruta. “Gostei tanto desse bolo que estou com ciúmes de compartilhar a receita”, brincou Carla.
Já o imponente Sousa Leão, feito com massa de mandioca puba, fartura de ovos e açúcar é quase um tratado antropológico. “Esse bolo é a fusão da sinhã, da negra e da índia”, disse. “Ele é servido cheio de salamaleque. Há muito tempo, em Pernambuco, vinha em louça de cristal ou porcelana muito fina”, contou Carla.
A aula terminou tão confortável quanto começou: com a plateia em torno da mesa, comendo bolo, papeando, trocando receitas