Economia

Política comercial

A grande aposta do presidente Barack Obama para sua política de acordos comerciais foi a Parceria Trans-Pacífica (TPP, na sigla em inglês). O pacto reúne países das Américas do Norte, Central e do Sul, Oceania e Sudeste Asiático, e tem origem no conceito de “pivô para a Ásia” que a administração tentou imprimir ao longo do segundo mandato.

Com a ascensão da China como potência manufatureira no século 21, a estratégia da Casa Branca era ampliar acordo e estimular a troca de bens e serviços com países da bacia do pacífico, como forma de concorrer com a China. O presidente tentou também um acordo em moldes similares com a UE, mas a medida não foi para frente.

Ao longo da campanha, Trump vendeu a ideia de que a desindustrialização e acordos comerciais prejudicam a criação de empregos nos Estados Unidos, principalmente em Estados cruciais para a vitória dele no colégio eleitoral. Assim, prometeu abandonar o TPP e o Nafta e taxar produtos produzidos na China em 45% e no México em 35%, além de 20%.

Com isso, diversas empresas que transferiram suas linhas de produção para países onde a mão de obra é mais baratas, estão sendo pressionadas a retomar pelo menos parte de sua produção nos Estados Unidos, justamente em Estados do cinturão industrial do meio oeste, que geralmente define as eleições no colégio eleitoral.

Desemprego

Obama teve de lidar com a pior recessão nos Estados Unidos desde a crise de 29 ao assumir o mandato. Ao longo de 8 anos, conseguiu criar 17 milhões de empregos, o número mais alto de postos de trabalho desde Bill Clinton.

A natureza dessas vagas, no entanto, girava em torno do setor de serviços e estava em grandes cidades. Os subúrbios e setores rurais ressentiram-se disso e não tiveram a sensação de melhora mostrada pelos números.

om Obama, os setores de tecnologia, energia renovável e pesquisa e desenvolvimento ganharam força, em detrimento de indústrias mais tradicionais.

Promete “uma economia dinâmica que crie 25 milhões de empregos em uma década”. As bases para essa economia residem basicamente no protecionismo, com taxas não apenas para importação, como também para empresas que tirem empregos dos Estados Unidos.

O presidente eleito também pretende investir no setor de energia fóssil, estimulando a produção de petróleo e carvão. Outra medida defendida por Trump inclui isenções fiscais para incentivar contratações e uma meta de crescimento da economia de 3,5% ao ano.

Regulação financeira

Obama assumiu a presidência em meio à uma grave crise sistêmica provocada pela desregulamentação do mercado financeiro. No auge da crise, o governo teve de resgatar bancos privados com um auxílio de US$ 800 bilhões, além de investir dinheiro do contribuinte em empresas que faliram.

Em contrapartida, a Casa Branca apresentou um projeto para regular as práticas financeiras de Wall Street, conhecida como Lei Dodd Frank. Ela regulamentou a venda de derivativos - cujo descontrole provocou a crise de 2008.

Trump promete desmontar a Lei Dodd Frank com apoio do Congresso republicano, com o argumento de que ela prejudica a economia. Trump também colocou executivos de Wall Street em seu gabinete e apesar da retórica contra Washington deve favorecer os bancos de investimento em sua gestão.

 

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