O lateral-direito Zé Maria domina a bola no campo encharcado do Maracanã. Agência Estado

"A invasão foi o estopim para 77"

Zé Maria e a emoção ao pisar no Maracanã e cobrar o pênalti decisivo

Capitão do Corinthians, Zé Maria jamais se esquecerá do momento que puxou a fila nos vestiários para chegar ao gramado do Maracanã. "Quando subi a escada nem sabia para qual direção iríamos. Decidimos saudar nossa torcida no meio de campo, porque o estádio estava lotado. Aquilo, sem dúvida, mexeu com a gente", afirma o lateral-direito.

Zé recorda como foi a preleção do técnico Duque, que falou sobre os perigos do time do Fluminense, mais habilidoso e com mais estrelas que a equipe do Corinthians. A presença da torcida, segundo ele, foi fundamental para o time buscar o empate após levar o primeiro gol, marcado por Pintinho, aos 18 minutos do primeiro tempo.

"A gente iria lutar e não iríamos vender barato a derrota. Jogamos com o coração." Ainda no primeiro tempo, aos 29, Ruço empatou a partida. Além da Fiel, outro fator extracampo favoreceu o Corinthians naquela decisão: a chuva. "Ajudou a gente", admite Zé. "Nosso time era mais pesado, o Flu tinha mais técnica. Marcamos muito bem o time deles, inclusive o Rivelino."

Na disputa por pênalti, Zé tinha certeza de que a atuação de Tobias seria decisiva. Após as defesas do goleiro, coube ao lateral-direito a cobrança que decidiria o jogo. "Depois que o Riva saiu, eu era o batedor de pênalti, por isso estava tranquilo e foi emocionante marcar o gol e ver toda aquela torcida eufórica no estádio. 76 sem dúvida foi, como motivação, o estopim para 77, aumentando ainda mais a vontade de ser campeão."

O Corinthians venceu o jogo nos pênaltis por 4 a 1 e se classificou à final do Brasileiro, também disputada em jogo único. Perdeu para o Internacional no Beira-Rio o tão sonhado título que demoraria dez meses até aquele 13 de outubro de 77.

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