Processo criativo na cozinha


Alberto Landgraf


Eureka!

Texto: Cíntia Bertolino, especial para o Estado
Foto: Filipe Araújo/estadão
O chef Alberto Landgraf, do restaurante Epice, perdeu a conta de quantas vezes já ouviu a mesma pergunta: "O que é que tem de novo?". O chef admite, criou um monstro. Mas não reclama. Na verdade, a busca por novidade é um dos seus grandes prazeres.

Tanto é assim que pelas mesas do Epice, em pouco mais de dois anos, já circularam mais de 300 pratos.

Na aula “Processo Criativo na Cozinha”, Landgraf compartilhou sua ideia do que é criatividade: "Criar é um jogo de erros, não de acertos". E usou uma de suas criações mais caras para exemplificar o que acabara de dizer: "Até chegar ao purê de limão ideal acabei gastando mais de 80 quilos do fruto”, revelou. "Muita coisa dá errado. Tentei fazer um doce de mandioca que ficou uma catástrofe."

O que mais o atrai na comida é a pureza de sabores. Define o estilo de sua cozinha como "naturalista", se referindo ao fato de privilegiar o sabor puro dos alimentos. Seu trabalho é sempre realçar o melhor gosto. E sua cozinha não é pautada apenas por ingredientes, técnica ou regionalismos.

O processo criativo, segundo o chef, tem prós e contras. Entre os prós está a satisfação de inventar um estilo pessoal. Entre os contras, a alta cobrança e a demanda intensa de trabalho. "Uma ideia passa, necessariamente, por pesquisa e desenvolvimento. É na boca do fogão que acontecem os insights".



Sobremesa Leite

Ovo com mandioca

Paleta de vitela e couve-flor