De Harvard ao Lollapalooza
Texto: Yolanda Fordelone
Ele estava em um estágio da vida profissional que poderia ser considerado por muitos como o auge da carreira. Há 10 anos morando nos Estados Unidos, Leonardo Ganem, 44 anos, trabalhava com pesquisa na renomada Universidade Harvard. Quando estava prestes a completar 30 anos, resolveu voltar ao Brasil e tentar uma nova carreira de executivo. Acabou caindo na área de entretenimento. Trabalhou na gravadora Som Livre e hoje é o CEO da GEO Eventos, empresa que reúne promove festivais musicais como Lollapalooza e Promessas e feiras como a ExpoMoney de serviços financeiros.
Ele conta que a troca de área profissional não foi planejada. “Eu estava conversando com uma amiga em Boston e ela me perguntou quando eu voltaria ao Brasil. Eu falei que adoraria voltar, mas não encontrava oportunidade”, lembra. “Peguei uma revista de anúncios de empregos para mostrar isso a ela e, ao abrir, havia um anúncio de emprego em uma consultoria.” Entre se inscrever e voltar ao Brasil foram apenas dois meses.
Leonardo voltou ao País para trabalhar como consultor da McKinsey. Após quatro anos, quando a empresa lhe ofereceu uma vaga em Portugal, ele decidiu que era a hora de trocar novamente de emprego. Foi então trabalhar na Som Livre e, depois de seis anos, foi convidado para presidir a GEO Eventos.
O executivo considera que mudar de profissão é possível caso a nova carreira não seja algo técnico. “Eu nunca migraria para ser neurocirurgião ou astrofísico. Exige muita técnica e anos de dedicação, não só em termos de conhecimento como de exercício”, diz. Ele acredita que a faixa entre os 20 e 30 anos é a mais indicada para se arriscar. Pode-se fazer isso mais tarde, mas é preciso coragem. “A mudança que eu fiz foi quase um salto suicida. Podia dar tudo errado e em seis meses eles me demitirem. Seria difícil me recolocar no mercado”, comenta.