Do champignon à bolsa de valores

Texto: Yolanda Fordelone

Além do gosto pelo mercado financeiro, os maus tempos na produção agrícola também contribuíranm para fazer com que o jovem Daniel Itiro Tikamori, de 29 anos, abandonasse o cultivo de champignon em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. Ele passou a atuar no mercado financeiro. “Já investia na Bolsa e com o tempo vi que os investimentos estavam rendendo mais do que o champignon”, lembra o investidor.

A troca de profissão aconteceu em 2009, quando Daniel percebeu que muitos dos concorrentes estavam falindo. “O negócio começou a ficar ruim e a dar mais trabalho do que lucro”, conta. Entre decidir que queria parar a produção, acabar com o estoque e migrar de vez para a Bolsa, Daniel diz ter demorado seis meses, em planejamento e execução do plano.

“Já não queria me matar de trabalhar das 6 da manhã às 6 da tarde”, diz o jovem. Recentemente, ele se formou em gestão financeira, apesar de frisar que para operar no mercado não necessariamente é preciso ter uma faculdade. Chegou a trabalhar em uma empresa de investimentos, mas saiu para viver com o seu próprio patrimônio. Hoje, trabalha em sua própria casa.

Nesses anos, afirma ter aprendido algumas lições. Uma delas é a de que é preciso ter sangue frio para não sair do mercado em maus momentos, o que significa prejuízo. Outra descoberta é a de que quando se vive de investimentos, o importante é estabelecer um controle de risco. Daniel diz estabelecer pontos de saída das ações, sempre com risco de perdas pequenas, algo entre 2% e 5% do patrimônio. Atualmente, 50% de sua carteira é direcionada a ações e o restante ele divide entre o mercado de opções e o de câmbio, onde opera em bolsas no exterior. Atualmente, não pensa em mudar de profissão.