Produção culinária em casa


Rita Lobo


Um plano perfeito

Texto: Cíntia Bertolino, especial para o Estado
Foto: Daniel Teixeira/estadão
Rita Lobo começou a aula Produção Culinária em Casa com uma missão muito bem definida. A plateia, que lotava a sala, só atentou para o plano quando era tarde demais. E estávamos todos perdidos. De fome.

O momento fatídico aconteceu quando a chef criadora do site Panelinha e autora do livro Cozinha de Estar, começou a preparar a costelinha de porco com mini-maçã. Uma bela peça de costelinha foi colocada sob uma cama de alecrim. Cuidadosamente salgada e levemente apimentada, a costelinha foi untada com geleia de damasco e salpicada com castanha de caju. Para acompanhá-la, mini-maçãs, cebolas-pérola e vinho branco. Duas horas de forno depois, a costelinha ressurge dourada, perfumada.

Só então, a plateia, salivando, descobriu a verdade cruel: “Meu trabalho é mandar todo mundo para a cozinha. As pessoas vão sair daqui com tanta fome que vão para casa direto fazer a costelinha”, divertiu-se Rita.

Não havia degustação - já estava combinado - mas bem que o público tentou. “E se você sorteasse alguém para comer?”, sugeriu alguém da plateia. Em vão. O plano era mesmo mandar todo mundo para o fogão.

A chef mostrou, na prática, como uma receita simples pode se transformar conforme o gosto e a ocasião. A sopa de abóbora japonesa se transmutou em seis versões: com iogurte grego, com camarão, com queijo de cabra, páprica e alho, com pipoca para substituir os croutons e seduzir as crianças.

Enquanto cozinhava, Rita compartilhou dicas certeiras. Uma boa sopa precisa de um bom caldo de legumes. Não adianta reclamar: em meia hora dá para fazer um caldo com cebola, louro, cravo, cenoura. Para a sopa ficar com uma textura aveludada, basta levar a abóbora ao forno com cebola, alho e sálvia. Para deixar a batata ou qualquer outro legume crocante, o truque é deixar espaço entre um pedaço e outro na assadeira. Descascar cebola-pérola?

Acabou a choradeira. Basta colocar na água quente por 3 minutos, tirar e descascar. Sem esquecer, claro, a beleza do prato e da mesa. Afinal, come-se também com os olhos. Porque, como diz Rita, “cozinhar é muito mais do que fazer comida”.



Sopa de abóbora assada

Costelinha de porco assada

Cuscuz de tapioca