Atala falou sobre a necessidade de estruturação da cadeia de produção e a necessidade de discutir a interdisciplinaridade do alimento. “O maior elo de cultura é a cozinha”, disse.
Para quem achava que não existem mais índios no Brasil (como um equivocado embaixador brasileiro, nos anos 30, teria informado Lévi-Strauss), Beto Ricardo, do Instituto Socioambiental, ressaltou o fluxo contínuo de conhecimento e diversidade dos 230 povos indígenas, e suas cerca de 180 línguas faladas.
A plateia teve a chance de provar a pimenta jiquitaia feito pelos Baniwa do Alto Rio Negro. Potente e cheia de sabor, a pimenta jiquitaia é um dos primeiros projetos para agregar valor à cultura e aos métodos de produção tradicional de um ingrediente vital para o cotidiano Baniwa. Roberto Smeraldi falou sobre a necessidade de transparência nas cadeias de produção e no desperdício catastrófico de comida.
Um vídeo apresentou o Instituto Atá criado, entre outras ações, para “defender os territórios da diversidade contra os territórios da mesmice”. O Atá nasce com uma série de projetos em andamento, com muitas inspirações e sonhos pontuais. Um deles o de investigar a oleodiversidade nacional e novas possibilidades do ingrediente brasileiro. Para ilustrar a conversa, brigadeiro de priprioca, abacaxi com formiga e flor de jambu coberta com chocolate nativo foram servidos.
Foi uma conversa intensa, cheia de ideias. E que revelou muitas nações gastronômicas dentro de um universo chamado Brasil.