‘Remédio não entra na minha vida’

27º Curso Estado de Jornalismo

Willy Delvalle

A lista tatuada no braço é longa. Inclui antibiótico, anti-inflamatório e até remédio para dor de cabeça. “Basicamente, sou alérgica a tudo”, diz a universitária Raquel Damasco, de 20 anos. Seus problemas começaram aos 12, quando o corante de um chiclete provocou uma parada cardíaca. O diagnóstico: o corpo de Raquel vai desenvolvendo resistência às drogas. “Remédio não entra na minha vida.”

Arquivo pessoal

A condição atípica da jovem só foi percebida quando um comprimido de Dorflex provocou bolhas na pele. No hospital, os exames apontaram várias intolerâncias. Como ela pode ter ainda mais alergias do que sabe, a solução é tratar qualquer problema de forma caseira. “Cólica, põe uma bolsa de água quente. Febre, põe água gelada. Voltei para o ano 1800.”

Raquel conta que a inspiração para a tatuagem veio de uma amiga, que marcou um alerta de diabetes na pele. A universitária espera que o desenho evite a aplicação das drogas às quais é alérgica, em caso de sofrer alguma emergência e ficar inconsciente. “A mensagem vai fazer parte da minha vida por um longo tempo.”

Os médicos dizem que a causa mais provável do problema de Raquel são as alterações hormonais. Então, a esperança é de que consiga se curar quando chegar à menopausa. “Se eu melhorar, o significado será outro.”