Clubes

Clubes e fãs se multiplicam

"Basta que dois ou três amigos se reúnam e está formado um clube do Fusca informal. Todo bairro de São Paulo tem um." A definição do fuscamaníaco Ervin Moretti reflete a paixão que o besouro ainda desperta no País. Quando se digita a palavra Fusca no Google, aparecem nada menos que 9,07 milhões de resultados. No Facebook, há pelo menos uma centena de páginas com essa palavra específica.

Dono de um Sedan 1300 1974 apelidado de "Horácio" por causa da cor verde Hippie, Moretti foi além de se reunir com amigos. Ele preside o Fusca Clube do Brasil, o maior do gênero do País, com 31 anos de existência e 650 sócios ativos (cerca de 3 mil se filiaram, mas não pagam anuidade regularmente). Com 31 anos de existência, o clube é uma entidade forte e reconhecida oficialmente pela Volkswagen.

O clube tem em seu acervo três Fuscas: um 1950, da primeira safra que chegou ao País, um 1600-S 1975, o Bizorrão, e um “Itamar” Série Ouro 1996, presente da Volkswagen. Também fazem parte da coleção uma Kombi 1972, uma Variant 1975 e um New Beetle 1998. Entre seus feitos, o Fusca Clube do Brasil registra o fato de ser um dos “pais” do Dia Mundial do Fusca (22 de junho), instituído em 1995 em parceria com a Volkswagen alemã. E em uma parede de sua sede própria, um amplo prédio de dois pavimentos na Água Rasa, bairro da zona leste de São Paulo, está emoldurado um diploma do Guiness Book, o livro dos recordes: o de “maior desfile de Fuscas do Brasil”, em 1º de maio de 1995: 2.728 carros.

Uma prova de que um clube não precisa ter muitos sócios para atrair aficionados foi dada no dia 1e9 de junho, um domingo de sol. Com apenas 15 associados, o Fusca Clube de Americana (SP) promoveu no estacionamento de um shopping center de Campinas (SP) um encontro que reuniu algumas centenas de carros antigos, a maioria Fuscas, e de famílias interessadas em conhecê-los. "Certamente há mais de 700 veículos aqui hoje", calculou Heverson Knauer de Campos, o Teco, presidente do clube e dono de um exemplar 1966 branco estilizado como Herbie e de um 1974 marrom. "Nossa filosofia é a de preservar esse ícone da indústria automobilística".

Em São Paulo, a comemoração do Dia Mundial do Fusca atraiu cerca de 600 besouros e 4,1 mil pessoas ao Sambódromo do Anhembi na noite de terça-feira, 28 de junho. No estilo "linha do tempo", desfilaram exemplares fabricados de 1950, na Alemanha, a 1996, os últimos "Itamar" brasileiros. Um dos mais entusiasmados com a "Noite do Fusca" era o estudante Eduardo Santos da Costa Mello. Aos 16 anos, ele contou ser dono desde os 10 de um exemplar 1970 primeira série, bege Claro. Como ainda não tem idade para dirigir, Eduardo foi ao Sambódromo em companhia do pai. De cabeça e com enorme fluência, o rapaz cita datas, dados técnicos e curiosidade que somente os "iniciados" no assunto saberiam informar. A única coisa que não soube dizer é de onde vem a paixão pelo Fusca. "Não tem explicação", diz. "Enquanto eu não tinha, lia tudo sobre ele, e o interesse só crescia. Atormentei tanto meu pai que ele comprou um." (Roberto Bascchera)

As customizações

O Fusca talvez seja o carro que mais tenha inspirado acessórios e customizações na história da indústria automobilística. Essa cultura permanece e se renova. Veja alguns exemplos de tendências e "tribos"