Renato Vieira

 

Chico Buarque de Hollanda completa 70 anos de idade em Paris, onde escreve novo livro. Sua obra musical completa meio século a partir de Tem Mais Samba, canção escrita para o musical Balanço de Orfeu , que ele considera o marco zero de sua obra. O cantor, compositor e escritor não é mais a “única unanimidade nacional” apregoada por Millôr Fernandes no início de sua carreira – o próprio Chico disse ter “ficado espantadíssimo” com os comentários de seus detratores na internet –, mas é inegável que suas posições em relação ao Brasil e o impacto de sua produção continuam pertinentes. A importância de Chico e suas qualidades como cidadão e artista são expostas neste especial que celebra seu aniversário. Depoimentos de amigos e parceiros ouvidos pelo Estado ajudam a definir sua personalidade na intimidade. Ruy Guerra, com quem Chico escreveu a peça Calabar: O Elogio da Traição, além de músicas para a trilha sonora, afirma que o talento de Chico é fruto do “trabalho constante e teimoso”.

Trabalho que deu mais de uma dezena de clássicos sem os quais a música brasileira não seria a mesma. Algumas funcionam como alicerces de entendimento do País. Outras ressaltam as características de um poeta que evidencia o operário, a mecânica do cotidiano e a moça na janela e na alcova. Chegar aos 70 não é impedimento para ele. Sua obra permanece em construção.

 

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