História do vinho no Brasil


Carlos Cabral


O futuro do vinho no Brasil está nas borbulhas

texto: Daniel Telles
foto: JF DIÓRIO/estadão
"O futuro do vinho no Brasil está nas borbulhas". O final da aula de Carlos Cabral veio com um prognóstico sobre o que deve acontecer para que o vinho brasileiro entre com tudo no cenário mundial.

A história do vinho no Brasil é antiga, data de 1500 quando Pedro Álvares Cabral desceu em Porto Seguro e ofereceu duas taças de vinhos aos nativos brasileiros que foram à praia entender o que eram aquelas naus que varavam o mar. Desacostumados com a bebida, os índios a cuspiram no mar.

Os vinhos não demoraram a ser produzidos no território brasileiro. Brás Cubas, fidalgo português, desembarcou aqui, em 1531, com mudas de uvas na bagagem. Plantou os primeiros vinhedos brasileiros em solo paulista e deles saíram as uvas para o primeiro vinho feito no Brasil, usado na missa de fundação de São Paulo, pelo padre Manoel da Nóbrega.

Cabral conta que o vinho brasileiro era caro, tão caro que os vinhos espanhóis que desembarcavam aqui chegavam mais baratos que os produzidos aqui. "Os gaúchos reclamam do preço dos vinhos importados e eu digo a eles que essa história aí é antiga, acontece há mais de 400 anos", brinca.

A produção ganha fôlego no Brasil com a chegada dos colonos italianos de Vêneto. Eles subiram a Serra Gaúcha e desbravaram o território para plantar uvas. "Esses italianos do Vêneto vieram com tudo. Foi uma odisséia".

Em 1875, famílias como a Salton e Dreher intensificaram a produção e decidiram descer a Serra e chegar ao sudeste para vender suas produções, mas só em 1910, depois de um decreto federal que exigia o registro dessas empresas, surgem, efetivamente, como vinícolas.