Mulher de cabelos longos e castanhos segura livros coloridos no braço. Ela veste camiseta branca e rosa, e jaqueta de couro preta. O rosto dela está cortado da imagem.
Em alguns sites, é possível fazer uma simulação para saber quanto sai o serviço | Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 2/7/2015

Seguro para o intercâmbio: veja preços de empresas brasileiras e estrangeiras

União Europeia e Austrália exigem que jovem brasileiro deixe o País com uma apólice já contratada; cerca de 15% dos jovens acaba precisando de atendimento médico

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O sonho finalmente está se tornando realidade. Você escolheu o país perfeito e já sabe tudo a respeito do lugar onde vai passar os melhores meses da sua vida. Tudo encanta depois que você conseguiu fechar o seu tão sonhado pacote de intercâmbio. Em meio a tanta empolgação, às vezes é difícil pensar em detalhes práticos, mas muito importantes como, por exemplo, o seguro viagem. Dependendo do país escolhido, não há como entrar sem ter uma apólice. Fora que, de fato, você pode vir a precisar de um atendimento médico durante sua estada.

De acordo com a gerente de Produtos Cintia Gabriel, da agência Central do Intercâmbio (CI), cerca de 15% dos estudantes que viajam para fora do País necessitam, em algum momento, de auxílio médico. Foi o que aconteceu com a estudante Dimítria Coutinho, de 22 anos, durante o período de intercâmbio em Portugal.

Um seguro pode parecer muito caro diante da viagem, mas sabemos o quanto ele se torna uma economia caso o cliente venha a usá-lo de fato”, diz Anna Paula Angotti, do Easy Seguro Viagem

Fortes dores nas costas fizeram a universitária acionar o seguro em Lisboa, onde passou seis meses. “O atendimento foi rápido. O único problema é que o médico que mandaram eu ir era um clínico geral que não entendia muito bem o que eu tinha e não deu muito certo”, contou Dimítria. “Voltei a ligar para a Porto Seguro e perguntei se poderia ir ao hospital. Eles falaram que sim e depois me reembolsariam.” Como tinha viagem marcada para Barcelona, na Espanha, acabou não precisando procurar o hospital na capital portuguesa.

Mas quanto custa uma apólice? “Um seguro pode parecer muito caro diante da viagem, mas sabemos o quanto ele se torna uma economia caso o cliente venha a usá-lo de fato”, diz a gestora do Easy Seguro Viagem Anna Paula Angotti.

Em alguns sites de intercâmbio, é possível fazer uma simulação para saber quanto sai o serviço contratado. Se você quiser estudar em algum país da Europa durante seis meses terá de desembolsar entre R$ 2.292,30 a R$ 3.713,85, de acordo com o simulador da CI, que você pode acessar em outra guia no site da empresa. Mas essa não é a única opção.

O que muitos não sabem é que também é possível contratar um seguro viagem do exterior, mesmo antes de deixar o Brasil. A coordenadora de Operações Flávia Luz, de 26, usou essa opção quando foi estudar em uma universidade de Madri, em 2016. No caso dela, a apólice saiu por 130 euros para seis meses de intercâmbio, com a empresa suíça Swisscare, que você pode conferir em outra guia no portal da empresa. O serviço foi contratado online, antes de ela embarcar para a Espanha.

Flávia não precisou utilizar o seguro, apesar de ter contraído uma gripe e uma forte dor de garganta. Ela admite, no entanto que não se sentiu 100% segura com a escolha. “Confesso que eu era um pouco desconfiada com meu plano de saúde, mas valeu a pena porque não gastei quase nada e pude usar esse dinheiro para outras coisas”, afirmou a jovem.

As agências de intercâmbio alertam que, apesar de mais caros por terem de seguir uma série de atribuições definidas pela  Superintendência de Seguros Privados (Susep), os seguros de viagem brasileiros facilitam a vida do intercambista. Em caso de alguma emergência, o estudante pode ligar para o Brasil e requisitar o atendimento médico. A seguradora, então, retorna a ligação já com a consulta marcada. Outros benefícios como reembolso pelo cancelamento da viagem ou extravio de mala também podem ser incluídos no pacote.

O mercado brasileiro de seguro de viagem só faz crescer. Entre 2016 e 2017, a alta foi de  18%, segundo os dados da Susep. O prêmio (o valor pago pelo segurado para ter o direito ao benefício) saltou de R$ 420 milhões para R$ 515 milhões.

Regras

A União Europeia, por exemplo, obriga os intercambistas a contratar um seguro viagem com cobertura de, no mínimo, 30 mil euros para despesas médicas e emergências por conta do Tratado de Schengen, que estipulou uma zona de livre circulação de mercadoria e pessoas entre 26 países europeus. A Austrália é outro destino onde o seguro viagem é um item exigido pelo governo antes de o estudante deixar o país de origem.

Apesar da importância do seguro viagem, ele não influencia em nada na escolha do jovem pelo local onde vai estudar. Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Austrália seguem como destinos mais procurados nas agências de viagem. A Student Travel Bureau (STB) calcula um aumento de 20% nas vendas de pacote no segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre deste ano.

“Hoje, o jovem está mais propenso a comprar um bom celular e a fazer um intercâmbio, diferente de dez atrás, quando a prioridade era adquirir um carro”, analisou Arnaldo Odlevati Júnior, coordenador da Comissão de Negócios do Corretor do Sindicato dos Corretores do Estado de São Paulo (Sincor-SP).