Todos entram nesta conta

Um site feito a muitas mãos, com a colaboração de jovens, pais, educadores e especialistas em acessibilidade

O Por Minha Conta é um site de finanças pessoais para jovens e adolescentes que querem aprender como cuidar melhor do dinheiro, seja a mesada, o salário ou aquela graninha de um trabalho extra. Mas como a gente chegou às reportagens que estão aqui? A resposta é simples: perguntando a pessoas como você. E é aí que começa uma história bem diferente.

Foram muitos os que ajudaram desde o início. Jovens de 14 a 23 anos, claro, porque são foco principal do projeto. Além deles, pais, professores, gestores de escolas, economistas e especialistas em finanças. Contamos ainda com o aconselhamento mais do que especial de grupos de pessoas com deficiências, que nos guiaram no caminho para pensar no site da forma mais acessível possível. Todos foram convidados a sugerir o tempo todo, de inúmeras formas. Só temos o que agradecer a cada um de vocês.

Um parêntesis aqui. A ideia para o site nasceu em uma sala de aula, a sala dos Focas, como são carinhosamente chamados os trainees do Estadão. E foi aprovada pela direção do Grupo Estado. É um trabalho de muita dedicação, desenvolvido em três meses pelos alunos do 8º Curso Estado de Jornalismo Econômico.

Antes de produzir qualquer notícia ou pensarem em como seria o site, os Focas chegaram à conclusão de que o projeto só faria sentido com a colaboração de todos que poderiam ter interesse nele. Começaram a perguntar, como repórteres que são. Usaram também algo de design thinking, pensando nas necessidades reais dos jovens e adolescentes.

O primeiro passo foi aplicar questionários online para alunos de escolas públicas e particulares de todo o País e também para suas famílias. As 280 respostas obtidas mostraram dados interessantes. Ao descobrir, por exemplo, que 73% dos alunos não têm educação financeira em suas escolas, mas que 65% procuram se informar sobre o assunto, ficou óbvia a relevância do projeto.

Os questionários deixaram claro que ter vídeos seria fundamental para tornar o conteúdo atraente: o Youtube é o meio que os jovens mais acessam para ter  informações sobre finanças, com 55% das respostas.

A partir do relato de que o tema ainda é novidade em muitas escolas, os jovens jornalistas decidiram convidar especialistas e educadores de colégios públicos e privados para um debate no auditório do Grupo Estado, no mesmo endereço da redação do jornal. O evento “Vamos conversar sobre educação financeira?” ocorreu na tarde de 28 de junho, uma quinta-feira, e contou com cerca de 60 convidados de 35 diferentes escolas da capital paulista.

E o melhor: o assunto é quente, para falar um jargão jornalístico. A educação financeira se tornou obrigatória nas escolas de ensino fundamental de todo o País desde 2017. E, em breve, deve entrar no currículo também do ensino médio, com a aprovação da Base Nacional Curricular Comum (BNCC). Aliás, decidimos nos antecipar a isso. Montamos o Estudão, uma série de podcasts com conteúdos de finanças e economia que podem cair nas provas do Enem.

Outra parte importante do projeto é a acessibilidade. O Por Minha Conta é um site acessível para pessoas com deficiência visual, auditiva ou motora. Levando em conta os desafios que a inclusão oferece em termos de programação e design, houve muito debate com especialistas na área, além da realização de vários testes. Alto-contraste, aumento da fonte, cores amigáveis, tipografia legível, imagens e vídeos com audiodescrição são alguns dos pontos de partida para o portal, de forma a torná-lo o mais acessível possível.