Detalhe dos pés de dois noivos jovens, ambos com tênis. O novo está de terno preto e tênis também preto. E a noiva com roupa tradicional branca, mas calçado cor de rosa, no estilo All Star
Uma viagem de férias, o casamento ou a independência financeira: tudo é possível | Foto: Nihan Güzel Daştan/Pixabay

Escolha um sonho para chamar de seu e comece a investir

Sua missão é encontrar o investimento adequado para realizar o que deseja. A nossa é mostrar como você pode fazer isso

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Um celular de última geração. Aquela viagem que você até já salvou alerta de passagem no Google. O apartamento que você queria tanto que fosse seu. Viver de renda, sem precisar bater cartão de ponto. Seu sonho pode ser grande ou pequeno, mas tudo custa. Então, é bom se planejar para alcançar seu objetivo. E a dica é: investimento!

Nem é preciso ter muito dinheiro para começar a se aventurar nas aplicações. Já dá para formar uma reserva bacana com R$ 100 por mês.

Antes de tudo, você precisa saber que terá de fazer uma composição diferente de investimentos, dependendo do seu sonho e em quanto tempo quer chegar lá. Consultamos nove especialistas e montamos quatro recomendações de carteira de investimentos para seu momento de vida.

Agora, é só escolher a sua missão e começar a jogar, quer dizer, investir.

Modo de jogo

Antes de iniciar, você precisará definir seu objetivo e em quanto tempo quer alcançá-lo. Separamos algumas fases para orientá-lo nesta missão: curto, médio, longo e longuíssimo prazo.
CURTO PRAZO

MISSÃO: Dinheiro para consumo ou emergências

FASES: Comprar roupas e acessórios, trocar de celular, pagar uma conta de última hora

ORIENTAÇÕES: Para começar a investir, o primeiro passo é montar uma reserva de emergência. Apesar do nome assustador, não se trata de algo necessariamente ruim. Está mais para um dinheiro reservado para você não perder oportunidades, ou colchão financeiro, em economês. Uma grana com a qual você pode contar caso ocorra algum imprevisto ou surja uma promoção imperdível de viagem. Os especialistas calculam que é necessário ter o valor equivalente a seis meses dos seus gastos mensais. Os investimentos para compor essa reserva têm duas características essenciais: liquidez, ou seja, algo que você possa transformar rapidamente em dinheiro, e baixo risco de perda.

QUANTO TEMPO: 6 meses a 1 ano

DICA DO MESTRE: Este é provavelmente o gráfico mais óbvio que você já viu, mas investir em renda fixa não é nada óbvio. Neste momento, como você precisa do dinheiro, Ana Leoni, consultora da Anbima, recomenda que fique nos investimentos mais seguros, também chamados de conservadores. Por isso, a carteira recomendada é de um tipo só, mas pode variar de aplicação, como Tesouro Direto, CDB e outras opções. “Se você não tem muito dinheiro para investir, a diversificação de categoria de investimentos não se justifica”, explica.

CARTEIRA: 100% renda fixa (CDB indexada ao CDI, Fundo DI e Tesouro Selic)

Gráfico que indica investimentos em curto prazo, com 100% de renda fixa. Abaixo, está escrito: Fonte: Mediana das corretoras Easynvest, ModalMais, XP Investimentos; dos bancos Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e Santander; e da Anbima, com supervisão do professor Alexandre Cabral, do blog Economia à Vista, do Estadão.

MÉDIO PRAZO 

MISSÃO:  Viagem com amigos

FASES: Pós-graduação, intercâmbio, morar sozinho, comprar carro, casar

JOGADOR: A universitária Valéria Tabata, de 21, vai se formar em Fonoaudiologia na USP de Ribeirão Preto no fim do ano e escolheu fazer uma viagem com as amigas em vez de pagar por uma festa. Para isso, ela planejou investir mensalmente no Tesouro Direto por um ano e meio. Com o passeio assegurado, ela iniciou aplicações em CDBs para realizar outro sonho: comprar um carro daqui a três anos. “Quanto mais rende o seu dinheiro, mais você quer aplicar”, diz Valéria.

DICA DO MESTRE: Nesta fase, é possível ficar um pouquinho mais exposto a risco. Fábio Macedo, gerente comercial da Easynvest, indica uma composição entre títulos pré-fixados e fundos de multimercado com baixa volatilidade. “A previsão de juros baixos na nossa economia torna atrativos os investimentos em títulos pré-fixados.” Para o consultor educacional da ModalMais  Conrado Navarro, é interessante ter renda variável na carteira, mas é preciso tomar cuidado e lembrar que existe oscilação na bolsa. “O jovem acha que é arrojado, mas quando entra em renda variável e sofre uma perda, se apavora.”

QUANTO TEMPO: 3 a 5 anos

CARTEIRA: 80% Renda Fixa (CDB, LCI e LCA) e 20% em fundo multimercado (do tipo mais conservador)

Gráfico que indica investimentos em médio prazo, com 80% de renda fixa e 20% de renda variável. Abaixo, está escrito: Fonte: Mediana das corretoras Easynvest, ModalMais, XP Investimentos; dos bancos Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e Santander; e da Anbima, com supervisão do professor Alexandre Cabral, do blog Economia à Vista, do Estadão.

LONGO PRAZO

MISSÃO: Independência financeira antes dos 40

FASES: Comprar um imóvel, se preparar para ter filhos, mudar de profissão, abrir um negócio próprio

JOGADOR: Valdir Silva, de 25, se formou em dezembro de 2016. Mas só começou a juntar dinheiro para investir quase um ano depois. Com o objetivo de sair do aluguel, o analista de marketing buscou uma corretora fintech para fazer os investimentos que o ajudarão a comprar a casa própria. “Tenho 60% investido em renda fixa e 40% em renda variável. Meu dinheiro oscila bastante ao longo do mês, mas a escolha por um fundo de ações é mais estável, se comparada com investimento direto na bolsa.”

QUANTO TEMPO: Mais de 5 anos

DICA DO MESTRE: Em investimentos no longo prazo, você já pode pensar em buscar sua carteira levando em conta três características: risco, liquidez e rentabilidade, aconselha o diretor de Investimentos do Santander, Gilberto Abreu. “Leve sempre em conta o cenário econômico atual e o projetado para o futuro.”

CARTEIRA: 70% em renda fixa (CDB indexado ao CDI, Tesouro IPCA e debênture), 25% em renda variável (ações, fundo de ações, fundo multimercado, ETFs) e 5% em fundo imobiliário

Gráfico que indica investimentos em longo prazo, com 70% de renda fixa, 25% de renda variável e 5% de fundo de investimento. Abaixo, está escrito: Fonte: Mediana das corretoras Easynvest, ModalMais, XP Investimentos; dos bancos Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e Santander; e da Anbima, com supervisão do professor Alexandre Cabral, do blog Economia à Vista, do Estadão.

LONGUÍSSIMO PRAZO

FASE EXTRA: Aposentadoria

JOGADOR: Aos 17 anos, o estudante Nicolas Almeida investe com objetivo de atingir a independência financeira antes dos 40. Com um salário de jovem aprendiz, ele poupa entre 50% e 60% de sua renda para aplicar em renda fixa e renda variável. “Hoje eu não penso em comprar um carro ou uma casa, mas na minha independência financeira, levando em conta a aposentadoria”, afirmou Nicolas, que investe há um ano e tem influência direta do pai, que é educador financeiro.

DICA DO MESTRE: “Na aposentadoria, se quiser, você pode apostar em fundos multimercados mais arriscados, com volatilidade um pouco maior em relação aos outros objetivos e até variação de ativos no exterior”, orienta Macedo, da Easynvest. Mas é importante respeitar os prazos de vencimento. Ana Leoni, da Anbima, dá uma dica importante: produtos de previdência são pensados para longuíssimo prazo. “Se você precisar para socorrer um imprevisto, é o último recurso que você deveria mexer.” Ela ainda diz que você não precisa pensar logo de cara em diversificar a carteira. “Um profissional com renda alta e que dispõe de um bom valor mensal para investir pode dividir entre curto prazo e aposentadoria”, explica. “Se pensar em um estagiário que ganha R$ 1 mil por mês, a melhor estratégia é escolher um  único produto e depois ir fazendo movimentos pertinentes à carreira e ao movimento de mercado.”

CARTEIRA: 50% Renda Fixa (CDB indexado ao CDI, Tesouro IPCA e Debênture), 40% Renda Variável (ações, fundo de ações, fundo multimercado, ETF) e 10% Fundo Imobiliário

Gráfico que indica investimentos em aposentadoria, com 50% de renda fixa, 40% de renda variável e 10% de fundo de investimento. Abaixo, está escrito: Fonte: Mediana das corretoras Easynvest, ModalMais, XP Investimentos; dos bancos Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e Santander; e da Anbima, com supervisão do professor Alexandre Cabral, do blog Economia à Vista, do Estadão.