Uma mão segura um celular com o escrito
O sistema peer to peer vai tornar o empréstimo mais acessível | Foto: Carla Bridi/ Estadão

Empréstimo sem ir ao banco? Isso já é possível

A palavrinha P2P vai ficar mais popular à medida que as operações de crédito de pessoas para pessoas se tornarem mais comuns

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Tomar um crédito ou financiamento como conhecemos, em um banco tradicional, pode ser extremamente difícil para quem tem notas baixa de crédito. Isso não significa necessariamente que a pessoa esteja devendo, mas que tenha pouca renda ou não consiga comprová-la.

“O mercado de crédito no Brasil ainda é muito ruim. Um jovem que deseja conseguir crédito e financiamento, até mesmo para abrir sua própria empresa ou empreender, não consegue no nível de juros altos que temos”, diz Guilherme Freire, presidente do Wharton Alumni Brasil, uma empresa que reúne investidores anjos de startups.

Um dos modelos que podem revolucionar a forma como as pessoas tomam crédito é o sistema ponto a ponto (P2P ou peer to peer, em inglês). O termo sugere a ideia de conectar serviços ou dados sem a necessidade de um servidor central. No mundo do crédito, o mecanismo permite a conexão entre o investidor e alguém que precise tomar um empréstimo sem o intermédio de um banco.

Para quem está pegando dinheiro emprestado, o benefício é ter o crédito aprovado mais facilmente. Já para o investidor, a vantagem seria um retorno maior. Dos juros pagos por quem pega o empréstimo, a maior parte volta para o investidor e a fintech recebe uma taxa.

“Isso aconteceu comigo. Tentei tomar R$ 10 mil no banco, estava adimplente, tinha emprego, mas o banco não pode me emprestar. Daí nasceu a vontade de permitir que alguém pudesse me emprestar e criei a fintech”, conta o CEO da Mutual, Leonardo Rebitte. Ele explica que o modelo P2P permite que uma pessoa lucre como um banco, ao emprestar dinheiro. Porém, essa pessoa também está sujeita aos mesmos riscos dos bancos tradicionais, como a inadimplência.

O presidente do banco digital Inter, João Vitor Menin, acredita que o financiamento vai se dar como em um marketplace, com uma plataforma que apresente opções como viagem, moradia, transporte. “Você vai ter uma enormidade de prestadores de serviços mais competitivos e mais baratos, e eles vão estar plugados no marketplace dos bancos digitais”, diz Menin.