Dados do Ministério da Educação revelam que a maioria dos recém-formados no País se concentrou em Administração, Pedagogia e Direito, categorias que somaram cerca de 344 mil novos profissionais ao mercado.
Para os jovens, entretanto, apenas um curso universitário não basta para ingressar no mercado e há dificuldade para encontrar remuneração compatível com as expectativas.
Mesmo nas áreas que formam muitos profissionais, a oferta não atende às necessidades dos empregadores. Uma pesquisa da Fundação Dom Cabral, referente a 2013, indica que 53,1% das empresas tiveram dificuldades para contratar contadores, por exemplo. O porcentual sobe para 65,4% para os administradores.
O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Marcelo Neri, defende a importação de mão de obra para contornar a situação. O Ministério do Trabalho e Emprego já flexibilizou a entrada de trabalhadores de outros países, facilitando a concessão de vistos temporários para pesquisadores de graduação e pós-graduação.
A indústria é o setor que mais tem contribuído para a baixa taxa de desocupação no Estado, inclusive entre os jovens, embora comércio e serviços - favorecidos pelo turismo no litoral - ainda seja o que mais emprega. A infraestrutura desenvolvida em Santa Catarina, onde há cinco portos em operação, e a concessão de incentivos fiscais contribuem para o ambiente favorável à expansão da indústria.
O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Glauco Côrte, reconhece, no entanto, que o desempenho do setor industrial tem se dado mais pelo aumento do número de trabalhadores do que pela melhora de produtividade.
A oferta intensiva de vagas no Estado tem feito com que a maioria das indústrias reduza a qualificação exigida. Um estudo da Fiesc mostra que 47% dos trabalhadores do setor não completaram sequer o ensino médio - mais que o índice nacional, de 45%.
Mas a grande oferta de vagas não vai durar para sempre. A instalação de parques tecnológicos mais desenvolvidos no Estado tem exigido dos trabalhadores investimento em qualificação.
No outro extremo do mapa do mercado de trabalho brasileiro, os Estados do Amapá e Alagoas despontam com as piores taxas de desocupação - 9,9%, segundo a Pnad. No caso do Amapá, o cenário negativo se estende aos jovens.