Tanto na PME quanto na Pnad, o desemprego é baixo porque não inclui 16 milhões de pessoas com trabalho precário que são consideradas ocupadas. São trabalhadores com baixa carga horária ou em atividades com pouca remuneração. Esse grupo correspondia a 17% da população, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2012.
Isso não significa que os dados do IBGE não sejam apurados corretamente. O instituto segue normas internacionais na realização de suas pesquisas. O problema é que, em países com muito trabalho precário ou em crise, o índice de desemprego acaba não sendo o melhor termômetro. Como resultado, o mercado parece artificialmente melhor do que a realidade.
Mesmo com um dos menores índices de desemprego da série histórica da Pnad, se somarmos a taxa de trabalhadores em situação precária à de desempregados, o País tem 23% da sua força de trabalho em situação desfavorável. Em Estados como Maranhão, esse porcentual chega a 47% do total em relação à população ocupada.
A proporção de brasileiros nessas condições é maior do que em países como Estados Unidos e Espanha, que enfrentam sérios problemas de emprego devido à crise econômica global. Diferentemente do Brasil, esses países dispõem de um índice que acompanha o número de trabalhadores em risco de pobreza. No entanto, é possível usar categorias semelhantes à da pesquisa do IBGE para fazer uma comparação.
No Brasil, a previdência social é o seguro do trabalhador em caso de doença, velhice e maternidade. Embora os recursos sejam recolhidos pelos trabalhadores por meio dos impostos, o governo administra e concede esses direitos. Quem tem um trabalho precário não tem acesso a esses benefícios.
No cenário atual, contratar trabalhadores experientes se tornou a melhor opção para muitos empregadores. Profissionais mais velhos podem transmitir aos mais novos o conhecimento adquirido e suprir a falta de mão de obra qualificada em determinadas áreas. "Um funcionário mais velho reduz o processo de tentativa e erro a que estão sujeitos os mais novos", diz Jorge Pinho, professor da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em mercado de trabalho.