Curiosidades


Pânico em George Benson


O empresário Roberto Medina contou recentemente uma curiosa história sobre o cantor e compositor George Benson em sua primeira visita ao Brasil, para o Rock in Rio, há 30 anos. “Ele veio para o Sunset no ano passado (2013), foi uma ideia minha. Cantou com o Ivan Lins. Sou apaixonado pelos dois. Quando acabou, ele contou para todo mundo que estava ali que, no primeiro Rock in Rio, teve um momento em que ficou assustado. Quando ele soube que ia ter 200 mil pessoas ali, começou a beber, em pânico. Entrou bêbado para fazer o show. Quando acabou, na imaginação dele havia sido um grande desastre. Disse que voltou ao hotel firmemente decidido a se matar, a se atirar da janela do Rio Palace Hotel. Não teve coragem, adormeceu. Quando acordou, havia muita gente na porta do hotel gritando o nome dele. Se informou e viu que tinha sido um grande sucesso. Para você ver o impacto que é você entrar num negócio daquele tamanho ali.”

Rolling Stones e Bruce Springsteen


Um dos maiores encontros registrados no Rock in Rio, que reuniu os Rolling Stones e Bruce Springsteen, em Lisboa, em maio de 2014, foi resultado de uma fantástica coincidência. Não estava prevista a participação de Springsteen. Mas aconteceu o seguinte: Bruce estava em Lisboa acompanhando uma prova de equitação da filha, Jessica Springsteen. Hospedava-se no mesmo hotel do chefão do Rock in Rio, Roberto Medina. Com muito tempo livre, Springsteen teve a ideia de ir ao festival ver os Stones, mas não conseguiu comprar ingressos. Então, sua mulher soube que estava no mesmo hotel do promotor do festival, e enviou uma secretária para falar com Mariana Medina, mulher de Roberto Medina. “Bruce? Que Bruce?”, perguntou Mariana. Quando souberam de quem se tratava, Medina foi falar com o músico norte-americano e já ali nasceu a ideia de uma participação. Juntos, Springsteen e Stones cantaram Tumbling Dice, do disco Exile on Main Street. E o show ainda teve a participação do ex-integrante da banda Mick Taylor, outra instituição da guitarra (integrou os Bluesbreakers de John Mayall e foi um dos Stones entre 1969 e 1974, após a morte de Brian Jones). "Se eu tivesse planejado o encontro do Bruce com os Stones, não teria conseguido", conta Medina. "Gastaria uma fortuna e nunca saberia se as agendas deles coincidiriam".

Uma profecia de Nostradamus


Na véspera da primeira edição do Rock in Rio, em 1985, alastraram-se boatos sobre uma profecia de Nostradamus, que supostamente previa o seguinte: “Um grande encontro de jovens na América do Sul perto do final do século terminaria com uma tragédia que causaria a morte de milhares de pessoas”.
Ganhou o dial das rádios, na época, uma canção do cantor satirista Eduardo Dussek batizada de Nostradamus. “Alguns edifícios explodiam/Pessoas corriam/Eu disse bom dia/E ignorei/Telefonei/Pr’um toque tenha qualquer/E não tinha/Ninguém respondeu/Eu disse: “Deus, Nostradamus/Forças do bem e da maldade/Vudoo, calamidade, juízo final/Então és tu?”. Dussek (na época, Dusek) entrou num clube seleto: tornou-se um dos quatro artistas vaiados na história do Rock in Rio.

O ator Kadu Moliterno, que foi mestre de cerimônias do primeiro Rock in Rio (era popular então na TV), contou: “Lembro que eu estava assistindo ao show da Rita Lee quando algumas lâmpadas começaram a explodir no teto do palco, em curto-circuito. Entrei numa paranoia de que o mundo estava acabando. Sai de lá correndo, peguei minha moto e fui embora para casa”.

Rita Lee enxergou fenômenos sobrenaturais na parada. A roqueira alemã Nina Hagen botou mais fogo na fogueira. “Qualquer grande desastre será positivo. 35 milhões de naves alienígenas estarão a postos para salvar a gente. Só os muito ruins não serão resgatados”. O cardeal arcebisto D. Eugênio Sales divulgou uma nota pouco antes do início do festival, condenando o festival e dizendo que o rock é um estilo que age contra a moral.

Estadão
Conteúdo Jotabê Medeiros, Joao Paulo Carvalho de Assis
Infográfico Tiago Henrique
Desenvolvimento Vinicius Sueiro, Tiago Henrique
Audiovisual Fernando Otto