O chefão


Roberto Medina (entrevista)


Foto: José Patrício/Estadão

Roberto Medina,
Empresário

Quando realizou o primeiro Rock in Rio, há 30 anos, o empresário e publicitário Roberto Medina tinha 37 anos. Colecionou negativas de todas as bandas que tentava trazer: o Brasil não estava na rota dos grandes shows de rock, muito menos um festival. Tinha contra si até uma profecia de Nostradamus, que previa que o chão afundaria numa grande reunião de jovens na América do Sul, mais precisamente no Rio de Janeiro, em 1985. O chão não afundou e, de lá para cá, já realizou shows de 1,2 mil artistas em seu megaevento, reunindo um público total de quase 8 milhões de pessoas.

O empresário administra o sucesso com cautela e as vaias, que chama de "atrito positivo", com serenidade. "É claro que a gente às vezes erra, tem alguns equívocos. Mas, nesses anos todos, 5 bandas tiveram vaias, é um percentual de erro muito pequeno", afirma.

O que mudou nesses anos todos? "Eu passei a gostar de heavy metal, que eu não gostava", diz Medina, por telefone, curtindo suas férias em uma pequena cidade de hippies no interior do Brasil.

Medina não é conhecido por pensar pequeno. "Tenho um sonho: que o Rock in Rio vá para a Ásia, para o Oriente Médio. Vou trabalhar nesse sentido", afirmou. E analisa a possibilidade de trazer uma das últimas grandes bandas de rock em atividade para a primeira edição de seu festival: The Who. O que complica é apenas quem será capaz de fazer companhia aos gigantes ingleses no mesmo dia do festival.

Ouça a seguir entrevista exclusiva com Roberto Medina.