6 anos da demarcação
Textos: Pablo Pereira
﷯Os povos macuxi, uapixana, ingaricó, taurepangue e patamona vivem numa terra chamada Raposa Serra do Sol, no norte do Brasil, na fronteira com a Venezuela e a Guiana. É uma região de beleza espetacular de montanhas, florestas tropicais, savanas, rios e cachoeiras.” A idílica descrição das terras indígenas de Roraima está no site da ONG Survival, que tem sede em Londres, uma das principais organizações internacionais de apoio a tribos brasileiras envolvidas na mais polêmica disputa fundiária nacional das últimas três décadas. Depois de seis anos da decisão do Supremo Tribunal Federal de retirar fazendeiros das terras indígenas da reserva Raposa Serra do Sol, Roraima mudou de perfil econômico e social, tem, hoje, cerca de 46% de sua área coberta por reservas ocupadas por 11 etnias que vivem em 94 comunidades e se tornou um "modelo" para ONGs brasileiras e estrangeiras. Na esteira da decisão do Supremo, a população na área da Raposa aumentou nos últimos anos. Em 2009 havia 19 mil índios na reserva, segundo o procurador da Justiça de Roraima, Edson Damas da Silveira. Hoje, segundo ele, o Conselho Indígena de Roraima dá conta de que cerca de mais 6 mil indígenas voltaram. Com a saída dos arrozeiros da região, a produção agrícola caiu e o Estado enfrenta, agora, o problema do contrabando de combustível da Venezuela - o transporte irregular do produto virou "o meio de vida" para muitos moradores da região. Em outra fronteira, do País com a Guiana, moradores e comerciantes da capital Boa Vista descobriram Lethem, cidade que se tornou o "paraíso das compras" para os brasileiros. Por causa dos preços de baixos e da variedade de comércio popular, a pequena cidade guianense está sendo chamada de "Paraguai do Norte". "
Onde Fica
Comércio popular atrai brasileiros na fronteira de Roraima com a Guiana Fotos: José Patricio/Estadão
FONTES: GOVERNO DO ESTADO DE RORAIMA, FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO (FUNAI), INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL (ISA) E IBGE