Febre do serviço sob demanda faz TVs oferecerem número recorde de canais para o evento

Alessandra Azevedo, Cristian Favaro, Juliana Malacarne, Lucas Massao, Murilo Cunha e Thiago Fadini

Se depender da febre dos vídeos sob demanda e do quanto as empresas estão investindo nesse filão, a Olimpíada do Rio será a olimpíada do streaming. As iniciativas vão desde um canal montado exclusivamente para o evento, online e gratuito, até uma chamativa multiplicação de canais temporários.

Por trás disso tudo, está a mudança no perfil de consumo de mídia, impulsionada pelo crescimento de serviços como a Netflix. “A transmissão da Olimpíada será a mais conectada da história”, aposta Márcio Carvalho, diretor de Marketing do NET Now, serviço de vídeo on demand (VoD) da NET.

Das emissoras abertas aos canais pagos, todos investiram para captar a audiência de quem não estiver em frente à TV. A mudança fez até a Rede Globo, emissora oficial do evento no Rio, criar um canal gratuito de streaming com programação dedicada 24 horas à competição. Batizado de Play Nos Jogos, o canal estará disponível em todo o País. A emissora não informa quanto investiu no projeto, mas confirma que os pacotes de publicidade na transmissão da Olimpíada combinam anúncios tanto na TV aberta quanto no streaming.

Na TV por assinatura, a Globosat vai transmitir os Jogos em 16 canais esportivos, quatro vezes mais do que na Olimpíada de Londres. No streaming, esses 16 canais somam-se a outros 40 dedicados exclusivamente à transmissão na web, disponíveis apenas para assinantes no SporTV Play e SporTV Rio2016.

“Será a maior transmissão feita por um canal de TV na história dos Jogos”, diz a diretora de Marketing & Produto dos canais esportivos da Globosat, Bianca Maksud. Sobre os valores dedicados ao projeto, ela afirma que a programadora fez um “investimento de peso”, planejado desde 2012.

A ESPN vai transmitir online toda a cobertura dos seus três canais por assinatura no Watch ESPN, plataforma lançada em 2012. “Nosso produto tem funcionado muito bem, pois conta com sistema automatizado que permite adaptação da resolução à qualidade de conexão”, afirma German Hartenstein, diretor-geral da ESPN no Brasil. Por isso, não houve necessidade de investimentos extras para transmitir os Jogos em streaming, diz Hartenstein.

Apesar de toda a disponibilidade de streaming, parte do País terá dificuldade para acompanhar a cobertura sob demanda. Isso porque apenas 54% dos municípios brasileiros têm acesso à internet via rede de fibra óptica, requisito básico para assistir a vídeo online com boa qualidade, segundo levantamento feito em fevereiro pela Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint).