Os Brasileiros

Oito clubes vão atrás da cobiçada taça

Elenco de estrelas para erguer a taça

Crédito:JF Diorio/Estadão

A própria torcida do Palmeiras brada, aos gritos, em quase todos os jogos da equipe: “a taça Libertadores é obsessão, tem que jogar com alma e o coração”. Vencedor do torneio continental em 1999, o Alviverde já entra na disputa deste ano pressionado pelos seus próprios resultados, pelo seu elenco – é o atual campeão brasileiro e foi quem mais se reforçou – e ainda por ter à disposição o Allianz Parque, um dos estádios com a melhor média de público da América do Sul.

Apesar de poucas perdas em relação à temporada passada, o Palmeiras mudou para 2017. Se por um lado deixaram o clube o atacante Gabriel Jesus e o técnico Cuca, por outro desembarcaram no time uma legião de reforços de peso, contratados graças à maciça adesão da torcida aos planos de sócio-torcedor do clube e ao forte patrocinador, a Crefisa.

Do Atlético Nacional de Medellín vieram os dois principais nomes da conquista da Libertadores pelo clube da Colômbia em 2016. Primeiro chegou o meia venezuelano Alejandro Guerra, considerado o melhor jogador do torneio no ano passado.

Pouco tempo depois, foi anunciada a contratação mais cara da história do clube alviverde: o atacante colombiano Miguel Ángel Borja, eleito melhor jogador sul-americano da última temporada, que veio para ser o homem de referência dentro da área. Seu cartão de visitas foi dado logo na estreia, quando entrou no segundo tempo e em pouco tempo marcou um belo gol na vitória por 4 a 1 sobre a Ferroviária, pelo Campeonato Paulista.

Além deles, também vieram o experiente volante Felipe Melo, os meias Michel Bastos, Hyoran e Raphael Veiga, e os atacantes Keno e William Bigode. Todos começaram a temporada sob o comando do técnico Eduardo Baptista, um tanto quanto contestado pela exigente torcida palmeirense.

Para buscar seu segundo título na competição, o Palmeiras ainda conta com o seu estádio como trunfo. Foi no antigo Palestra Itália que, em 1999, a equipe arrancou forças na reta final para ir atrás da taça. Os dois últimos jogos daquela conquista no estádio seguem vivos na memória do torcedor. Primeiro, a exibição desconcertante na semifinal contra o River Plate, com vitória por 3 a 0 em um dos melhores jogos da carreira de Alex, e depois, na eletrizante decisão por pênaltis contra o Deportivo Cali – o estádio quase veio abaixo com o erro do atacante Zapata, que deu o título para Alviverde.

Agora, o local e o entorno são os mesmos, mas o Allianz Parque se transformou em um caldeirão no último Brasileirão. Com média de público de 32.470 torcedores por jogo. Se na Libertadores de 2016 o Palmeiras parou na primeira fase, agora tem tudo para seguir até as fases mais agudas e lutar por seu segundo título continental.

Entrosamento, a arma pelo tetra

Crédito: Jose Patricio/Estadão

Sem perder nenhum jogador na janela de transferências para o futebol internacional no começo da temporada, o entrosamento do elenco é um dos maiores trunfos do Santos na disputa da Copa Libertadores deste ano.

A equipe manteve atletas cobiçados pelos mercados da Europa e da Ásia, principalmente da China, como os meias Lucas Lima e Vitor Bueno. Além disso, a diretoria trouxe reforços para posições consideradas carentes, como o experiente volante Leandro Donizete.

Assim como os outros brasileiros, o time também aposta na força de sua torcida na Vila Belmiro para tentar alcançar seu quarto título no torneio.

Além de Leandro Donizete, o Santos trouxe o zagueiro Cleber, o lateral Matheus Ribeiro, o meia-atacante Bruno Henrique e os atacantes Wladimir Hernández, que é colombiano, e Kayke. No total, o clube investiu cerca de R$ 25 milhões nos novos jogadores, que se juntam a uma equipe experiente, vice-campeã brasileira da temporada passada.

É verdade que o início não foi animador para o torcedor santista. A equipe patinou um pouco nas primeiras rodadas do Campeonato Paulista, o que causou inquietação em alguns setores do clube.

Além do entrosamento entre seus principais jogadores, a experiência poderá ajudar. A equipe conta com o atacante Ricardo Oliveira, vice-campeão e artilheiro com nove gols da Libertadores de 2003 com o próprio Santos (a equipe foi derrotada pelo Boca Juniors na decisão).

Outro jogador mais rodado e que pode contribuir durante a competição é o volante Renato, multicampeão com o time. Ele é um dos pontos de equilíbrio dentro de campo.

Durante a disputa da fase de grupos, o Santos mandará seus três jogos na Vila Belmiro. Com capacidade para 16.068 torcedores, a equipe espera uma taxa de ocupação superior a 80% para que a equipe seja empurrada pelo torcedor – o problema é que no Brasileirão do ano passado, por exemplo, a média de público do Peixe como mandante foi de apenas 8.187 torcedores.

Para as fases seguintes, caso o Santos consiga terminar entre os dois primeiros do grupo, a direção santista estuda se vai levar as partidas decisivas para São Paulo – o público paulistano costuma responder bem aos jogos do clube que são disputados no Pacaembu.

Investimento alto para festejar o bicampeonato

Crédito: Jose Patricio/Estadão

O Flamengo promete fazer barulho na disputa da Copa Libertadores. A equipe poderá contar com a força de seu torcedor em seu palco predileto, o Maracanã, que deverá ter um público superior a 70 mil torcedores em cada uma das três partidas do clube na fase de grupos.

O Rubro-negro, terceiro colocado no Campeonato Brasileiro do ano passado, após uma acirrada disputa pelo título que acabou nas mãos do Palmeiras, fez grande investimento para tentar buscar seu segundo título continental – o time venceu em 1981, em uma decisão muito disputada contra o Cobreloa, do Chile.

Seus principais nomes são o goleiro Alex Muralha, que tem sido chamado por Tite para a seleção brasileira, o meia Diego, que desde que chegou ao clube tem encantado o exigente torcedor, os argentinos Conca e Mancuello, e o atacante peruano Paolo Guerrero, que tem boa média de gols no começo da temporada, diferente do ano passado, quando viveu fases de jejuns de gols e era muito contestado por parte dos torcedores.

Independência, o trunfo que voltará a ser utilizado

Crédito: Douglas Magno/AFP

Campeão da Copa Libertadores de 2013 com uma campanha recheada de momentos históricos – como a defesa de Victor no final do segundo jogo das quartas de final contra o Tijuana, o Atlético-MG é outro gigante brasileiro que entra em campo e vai atrás da segunda conquista na competição.

Para isso, a equipe vai repetir uma regra que deu certo durante o primeiro título, pelo menos na fase de grupos: os jogos do time como mandante serão realizados no estádio Independência, ou o Horto, como preferem os atleticanos.

lém da pressão em cima dos adversários, o Atlético-MG trouxe reforços importantes na luta pelo título. Entre outros, a equipe repatriou o volante Elias, que estava no Sporting, de Portugal e foi um dos destaques da conquista do Corinthians em 2012.

Além da pressão em cima dos adversários, o Atlético-MG trouxe reforços importantes na luta pelo título. Entre outros, a equipe repatriou o volante Elias, que estava no Sporting, de Portugal e foi um dos destaques da conquista do Corinthians em 2012.

Elias se junta a nomes como os dos atacantes Robinho e Fred, e o meia Cazares, que permaneceram no clube após o fim do Brasileirão de 2016. Se passar para as oitavas de final, o Atlético-MG já tem mais um reforço garantido para o mata-mata. Trata-se do volante Roger Bernardo, atleta do Ingolstadt, da Alemanha, que assinou por três temporadas e chega à Cidade do Galo no mês de junho.

Força ofensiva na luta pelo tri

Crédito: Jose Patricio/Estadão

Bicampeão da Libertadores (1983 e 1995), o Grêmio manteve boa parte do elenco que conquistou o pentacampeonato da Copa do Brasil em dezembro do ano passado e ainda trouxe sete reforços, entre eles o experiente lateral-direito Léo Moura e o atacante argentino naturalizado paraguaio Lucas Barrios.

O artilheiro chegou com a responsabilidade de ser o ‘homem-gol’ do time. Após duas temporadas de altos e baixos no Palmeiras, onde foi campeão da Copa do Brasil em 2015 e do Brasileirão no ano passado, o jogador finalmente poderá ter uma sequência como titular para mostrar seu valor.

A equipe não deverá ter problemas para avançar da fase de grupos, já que vai enfrentar os menos badalados Deportivo Iquique, Guaraní e Zamora.

Muita fé no remodelado Engenhão

Crédito: Marcos de Paula/Estadão

Quinto colocado no Brasileirão, o Botafogo sofreu nas duas fases prévias da Libertadores, mas conseguiu chegar ao Grupo 1 da competição.

A equipe do técnico Jair Ventura conta com bom entrosamento, que vem desde a temporada passada, mas também conta com o reforço do meia argentino Montillo, que estava no futebol chinês, mas no Brasil se destacou no Cruzeiro e no Santos.

Além dele, o goleiro Gatito Fernandéz, o meia Camilo e o atacante Rodrigo Pimpão são os principais destaques do time, que está no Grupo 1 ao lado de Atlético Nacional de Medellín, atual campeão, Barcelona de Guayaquil e Estudiantes de La Plata – conseguir bons resultados no Engenhão será fundamental para a equipe avançar às oitavas de final.

Uma mescla de experiência e juventude

Crédito: Paulo Pinto/Estadão

Uma equipe de toque de bola rápido, com a mescla entre jogadores experientes e jovens atletas da base. É assim que o Atlético-PR chega para a disputa da Libertadores, apostando muito suas fichas no fator casa, onde já está acostumado a jogar na grama sintética da Arena da Baixada.

Entre os mais experientes estão o goleiro Weverton, os zagueiros Paulo André e Thiago Heleno, o meia argentino Lucho González e os atacantes Grafite e Eduardo da Silva.

O Furacão, que também passou pelas duas fases prévias do torneio, caiu no grupo do Flamengo, San Lorenzo e Universidad Católica, considerado bem difícil. Para superar os adversários, o time paranaense conta com a ótima média de público da Arena da Baixada, onde a pressão é grande.

Novo elenco e um grande desafio

Crédito: Nilton Fukuda/Estadão

Pouco mais de três meses depois do desastre aéreo que deixou um saldo de 71 mortos com sua delegação na Colômbia antes da decisão da Copa Sul-Americana no ano passado, a Chapecoense vai, aos poucos, se reerguendo.

Declarada campeã do torneio continental, o clube contratou quase 40 jogadores para a temporada e começa a Libertadores com caras novas.

Entre outros, chegaram ao clube os zagueiro Douglas Grolli (cria da base da Chapecoense) e Nathan, os volantes Amaral e Andrei Girotto, o lateral-esquerdo Diego Renan, o lateral-direito João Pedro e o atacante Wellington Paulista.

A Chape terá como adversários o tradicional Nacional do Uruguai, tricampeão do torneio, o Lanús, da Argentina, e ainda o Zulia, da Venezuela.