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Olimpíada de inverno

7 a 23 de Fevereiro de 2014

Hot. Cool. Yours! (Quente. Fria. Sua!) - esse é o slogan da 22ª edição dos Jogos Olímpicos de Inverno, em Sochi, na Rússia. O primeiro dia de competições é a próxima quinta-feira, dia 6; a cerimônia de abertura será no dia seguinte. Ironicamente, o slogan acertou em cheio. O evento promete esquentar o noticiário, porque foi antecedido por um número recorde de polêmicas. Desde os anos 80, quando dois boicotes empanaram o brilho dos Jogos de Moscou e Los Angeles, os aneis olímpicos não se enroscavam em tanta controvérsia.

Sochi será a mais cara competição da história do Comitê Olímpico Internacional. A última cifra divulgada atinge estratosférios US$ 51 bilhões. Esse número ganha ainda maior relevo quando comparado ao custo dos Jogos de Pequim, que custaram US$ 44 bilhões, com suas nababescas instalações como o Ninho de Pássaro e o Cubo D'Água. Pequim envolveu 32 esportes, enquanto Sochi terá 15 modalidades.

  • Foto: Pascal Le Segretain/Reuters

  • Foto: David Goldman/AP

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A chamada lei "antigay", aprovada por unanimidade no parlamento russo em junho do ano passado, também colocou bastante água na fervura. Ela proíbe eventos relacionados à causa gay nos próximos cem anos. A medida medieval chamuscou até mesmo a imagem da saltadora com vara Yelena Isinbayeva, principal nome do esporte russo, que defendeu o idealizador da lei, Vladimir Putin, durante o Mundial de Atletismo de Moscou, no ano passado.

Mas o principal temor, o de terrorismo, que paira sobre todo grande evento internacional, se tornou bastante real e palpável no final do ano. Nos dias 29 e 30 de dezembro, dois ataques suicidas, que tiveram como alvos uma estação de trens e uma de trólebus em Volgogrado, mataram 34 pessoas. Temeroso, o Departamento de Estado norte-americano já orientou seus atletas a utilizar o uniforme oficial apenas durante as competições.

Para fazer frente às ameaças, a Rússia promete mobilizar 40 mil homens e preparar seis sistemas anti-mísseis para criar um "escudo de aço" em torno da área dos Jogos.

Sochi deve receber mais de 20.000 pessoas, entre atletas, público e jornalistas. O balneário de Sochi, às margens do Mar Negro, está situado perto da região do Cáucaso, área de maioria muçulmana em que ocorrem ataques contra civis, forças policiais e autoridades públicas. Os rebeldes islamitas defendem a criação de um Estado islâmico na região.

Mesmo sem nunca ter conquistado uma única medalha nos Jogos de Inverno, o Brasil tem-se voltado com interesse para a competição. Três canais abertos vão mostrar os Jogos - Globo, Record e Bandeirantes.

O Brasil vai enviar uma delegação recorde, com 13 atletas. Pela primeira vez, haverá brasileiros no biatlo, esqui aéreo e patinação artística. Para o telespectador, a briga pela supremacia no quadro de medalhas é até mais interessante em comparação com os Jogos de Verão, protagonizados por Estados Unidos e China. O maior colecionador de medalhas na história dos Jogos de Inverno é a Noruega. Alemanha e Rússia costumam garimpar muito ouro em modalidades tradicionais. Coreia do Sul, Canadá e Austrália são potências nos esportes mais novos, ao passo que os Estados Unidos desempenham bom papel em praticamente todos os esportes. Há algumas curiosidades no quadro de medalhas, como a honrosa presença do minúsculo Liechtensteinna na 26ª posição do quadro histórico, com duas medalhas de ouro, duas de prata e cinco de bronze.