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Obras Polêmicas

O Rio de Janeiro corre contra o tempo para deixar tudo pronto para os Jogos Olímpicos. Algumas regiões da cidade são verdadeiros canteiros de obra e, além das instalações esportivas, estão sendo feitas intervenções na malha de transporte para melhorar a mobilidade urbana.

Baía de Guanabara

Fabio Mota | Estadão 10/03/2015
Fabio Mota | Estadão 10/03/2015
Fabio Mota | Estadão 10/03/2015
"Marina da Glória" Ricardo Moraes | Reuters 17/10/2013

A 500 dias da Olimpíada, o governo do Rio não cumpriu nem metade da meta de "coletar e tratar 80% de todos os esgotos" lançados na Baía de Guanabara. Apresentado em 2009 ao Comitê Olímpico Internacional (COI), o compromisso foi anunciado na época como principal 'legado' dos Jogos na área ambiental. Seis anos se passaram e a baía continua recebendo em média 10 mil litros por segundo de esgoto sem tratamento.

Cerca de 4,2 milhões de pessoas ainda vivem sem saneamento básico nos 15 municípios do entorno. O esgoto coletado e tratado representa hoje 35% do total produzido, segundo números obtidos com técnicos da Secretaria do Ambiente. Na Olimpíada, a baía receberá as provas de

iatismo. Para piorar a situação, um programa de recolhimento de lixo flutuante iniciado em 2014 foi interrompido em fevereiro por falta de verba, sob alegação de ineficiência - oficialmente, eram recolhidas em média 50 toneladas por mês.

No início de março, após a interrupção do projeto dos Ecobarcos e Ecobarreiras causar polêmica, o governo anunciou a importação de um programa da Holanda para ajudar na coleta de resíduos sólidos. Entretanto, universidades do Rio têm modelos computacionais semelhantes, que usam informações de correntes marítimas e ventos para prever onde haverá maior concentração de detritos.

Campo de Golfe

Bruno Carvalho / ME Marco
Bruno Carvalho / ME Marco
Fabio Motta | Estadão 12/03/2015
Fabio Motta | Estadão 12/03/2015

Depois de 112 anos, o golfe volta à Olimpíada e já tem lugar assegurado entre as principais polêmicas dos Jogos de 2016. Tudo por causa da decisão da prefeitura do Rio de ceder uma área de preservação ambiental para a construção do campo que vai receber os melhores golfistas do mundo. Duas ações ajuizadas pelo Ministério Público do Estado questionam a transação e uma delas pede a paralisação das obras.

O campo de golfe, orçado em R$ 60 milhões, é de responsabilidade da Fiori Empreendimentos. Em troca, a prefeitura permitiu a exploração comercial de parte do terreno, localizado na Barra da Tijuca, na zona oeste, e por meio de uma lei complementar mudou o zoneamento para abrigar o projeto – o que levou dois funcionários da Secretaria de Meio Ambiente a entregar o cargo.

Ali, a cinco quilômetros do Parque Olímpico e a poucos passos da Lagoa de Marapendi, devem ser erguidos

23 prédios, cada qual com mais de 20 andares, num condomínio que valeria cerca de R$ 1 bilhão. O gabarito anterior estabelecia o limite de seis pavimentos para imóveis construídos na área.

O MP vê irregularidades na concessão da licença ambiental para o campo de golfe olímpico e alega que o estudo técnico para tal foi indevido. Na primeira das ações, ressalta que é preciso impedir a remoção de vegetação nativa e da fauna, a criação de lagos artificiais e o "prosseguimento de toda e qualquer obra de construção das edificações previstas" para o local.

Enquanto isso, ativistas do 'Ocupa Golfe' acampam há quatro meses em frente ao estande do empreendimento. Eles se revezam em torno de cadeiras de praia, lonas e caixas de isopor para denunciar irregularidades e também querem o embargo das obras.