FILMES CONCORRENTES AO OSCAR

Uma seleção de filmes que estão em cartaz nas salas paulistanas e que concorrem às principais categorias do Oscar 2017

MOONLIGHT – SOB A LUZ DO LUAR

© David Bornfriend/Div

A temática gay não é nova no cinema. Mas o modo como o diretor Barry Jenkins a explorou em seu mais recente longa tem urgência. Em vez de dar voz a personagens brancos e de classe média que lidam com as implicações, sociais e pessoais, de seus desejos, o filme lança luz sobre a questão dentro da comunidade negra, já muito marginalizada nos Estados Unidos. Sob essa perspectiva e dividida em três partes, é apresentada a história de Chiron. Ao mesmo tempo em que tem de lidar com um cotidiano de violência e preconceito, o jovem tenta descobrir sua verdadeira identidade. O filme é o grande estreante da semana.

8 indicações, entre elas: melhor filme, melhor diretor e melhor roteiro adaptado.

Confira salas e horários de exibição.

LA LA LAND – CANTANDO ESTAÇÕES

© Paris FIlmes/Div

Há quem tenha amado. Outros detestaram. Mas ninguém pode negar que o musical de Damien Chazelle converteu-se em fenômeno midiático. Com 14 indicações, a história de amor entre Sebastian (Ryan Gosling), um frustrado pianista de jazz, e Mia (Emma Stone), uma atriz em busca de reconhecimento, igualou as marcas de ‘A Malvada’ (1950) e ‘Titanic’ (1997). Nos pormenores do enredo, que abusa da metalinguística, uma verdadeira ode à produção cinematográfica de Hollywood e aos valores norte-americanos, tão bem cultivados pela Academia.

14 indicações, entre elas: melhor filme, melhor diretor e melhor ator/atriz.

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A CHEGADA

© Sony Pictures/Div

O longa de Denis Villeneuve mostra que a ficção científica pode ir além de clichês. Ou seja, nada de batalhas épicas. Mantendo interessantes efeitos especiais, narra a saga da dra. Louis Banks, uma especialista convocada para se comunicar com extraterrestres quando eles resolvem fazer contato. Num mundo tão conflituoso, a metáfora vira reflexão. E pode agradar.

8 indicações, entre elas: melhor filme, melhor diretor e melhor roteiro adaptado.

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MANCHESTER À BEIRA-MAR

© Sony Pictures/Div

Após a morte do irmão, Lee Chandler (Casey Affleck) precisa retornar à sua cidade natal para cuidar do sobrinho, agora órfão. Na fria Manchester, ele se vê às voltas com os mesmos problemas que o fizeram deixar o lugar anos antes. É assim que se desenvolve o longa do diretor Kenneth Lonergan, cujo enredo trata, de forma furtiva, de um dos mais nobres sentimentos humanos: a dor. Aliás, a dor da alma, que nunca encontra alívio – antítese da mensagem clássica do cinema. Um dos roteiros mais originais entre os concorrentes a melhor filme, pode ser o grande azarão da disputa.

6 indicações, entre elas: melhor filme, melhor diretor e melhor ator.

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LION – UMA JORNADA PARA CASA

© Diamond Films/Div

O longa marca a estreia do publicitário Garth Davis no cinema. E sua escolha foi trabalhar com um drama real, baseado na autobiografia de Saroo Brierley, sobre um problema crítico na Índia: o desaparecimento de crianças. Um dos pontos fortes é a atuação do pequeno Sunny Pawar, que divide a interpretação do protagonista com Dev Patel, de ‘Quem Quer Ser um Milionário’ (2009).

6 indicações, entre elas: melhor filme, melhor ator coadjuvante e melhor roteiro adaptado.

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ATÉ O ÚLTIMO HOMEM

© Diamond Films/Div

A produção chegou a ser tratada como a redenção de Mel Gibson. Nos últimos dez anos, o ator e diretor australiano esteve envolvido em diversas polêmicas. Abuso de álcool; declarações antissemitas e homofóbicas; brigas com jornalistas. Assim, ganhou a inimizade de muita gente em Hollywood. Para desfazer a imagem, decidiu contar a vida do pacifista dr. Desmond, médico que se recusou a pegar em armas na 2ª Guerra Mundial. Pelo papel, Andrew Garfield disputa, merecidamente, a estatueta de melhor ator. Será que vai?

6 indicações, entre elas: melhor filme, melhor diretor e melhor ator.

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A QUALQUER CUSTO

© California Filmes/Div

O diretor escocês David Mackenzie resolveu deixar de lado seu ambiente natural para desenvolver a trama do filme, que se passa no Texas, o ‘velho oeste americano’. Na história, dois irmãos, com personalidades bem diferentes, tomam a decisão drástica de roubar um banco para salvar a fazenda da família, herança do patriarca. Depois de três indicações ao Globo de Ouro – sem faturar nenhum prêmio –, o longa chega ao Oscar correndo pela tangente, apesar da boa recepção da crítica.

4 indicações, entre elas: melhor filme, melhor ator coadjuvante e melhor roteiro original.


Confira salas e horários de exibição.

UM LIMITE ENTRE NÓS

© California Filmes/Div

Concorrendo em quatro categorias, o filme entra no circuito esta semana como pré-estreia. Com direção e atuação de Denzel Washington, é baseado na aclamada peça teatral ‘Fences’. Aliás, Denzel é, sem dúvida, o grande trunfo do longa, que conta também com Viola Davis. O centro da história é a vida de Troy Maxson, um coletor de lixo que já sonhou em ser astro do beisebol. Sem rodeios, o enredo aborda o preconceito racial dentro da sociedade norte-americana.

4 indicações, entre elas: melhor filme, melhor ator, melhor atriz coadjuvante.

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ESTRELAS ALÉM DO TEMPO

© Hopper Stone/Div

Real, a história do longa é intrigante por si só: três importantes mulheres negras, durante a corrida espacial norte-americana, têm suas vidas narradas. E é bem verdade que este não é um enredo comum em Hollywood. Mais provocativo ainda é o tom político com que o diretor, Theodore Melfi, destrincha a trama, que mescla superação e inspiração. Vale lembrar que o clima do país, após a eleição de Donald Trump, é extremamente cinzento. O filme pode até não faturar estatuetas, mas isso não tem muita importância. Tirar da obscuridade esse trabalho já é um prêmio ao cinema.

3 indicações, entre elas: melhor filme, melhor atriz coadjuvante e melhor roteiro adaptado.

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JACKIE

© Stephanie Branchu/Div

A vida de Jacqueline Kennedy, no começo da década de 1960, não foi fácil. Pouco tempo depois de perder um filho recém-nascido, ela viu a vida do marido, o então presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy, esvair-se em seu colo. Dirigido pelo chileno Pablo Larraín, o longa conta justamente os dias que se seguiram à tragédia. Quem interpreta Jackie é Natalie Portman. Interpretar é pouco – a atriz literalmente revive os trejeitos, o charme e até a morbidade da ex-primeira-dama. Uma forte concorrente a melhor atriz.

3 indicações, entre elas: melhor atriz, melhor figurino, melhor trilha sonora.

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ELLE

© Sony Pictures/Div

Isabelle Huppert está acostumada a papéis difíceis. Em ‘Elle’, thriller do holandês Paul Verhoeven, não é diferente. A atriz francesa dá vida a uma austera empresária do ramo de games, que, após ser violentada por um mascarado em sua própria casa, passa a desconfiar de tudo e de todos. E o pior vem depois: as ameaças que recebe começam a entretê-la. Personagem denso. Com méritos, ela disputa a estatueta de melhor atriz. Apesar de reverenciada em toda Europa, Huppert nunca caiu nas graças da Academia. Talvez seja o momento.

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FILMES ESTRANGEIROS

© Sony Pictures/Div

A disputa é sempre acirrada, ainda mais pela diversificação temática. O sueco Um Homem Chamado Ove, de Hannes Holm, traz à tona o drama de um senhor que desiste do suicídio por conta dos novos vizinhos. Já Toni Erdmann (foto), da alemã Maren Ade, aborda as relações pessoais pós-globalização, com forte teor político. E o iraniano O Apartamento, de Asghar Farhadi, fala de machismo e de uma sociedade dominada pela religião.

MELHOR ANIMAÇÃO

© Sony Pictures/Div

Moana é fruto do trabalho dos experientes Ron Clements e John Musker, e conta a história de uma pequena aventureira pelos mares do Pacífico. Em stop-motion, Minha Vida de Abobrinha, de Claude Barras, evoca uma animação menos infantil, ao narrar a vida de um menino e seus desafios para sobreviver em um orfanato. Já o longa A Tartaruga Vermelha (foto), de Michaël Dudok de Wit, deixa de lado os diálogos para representar o desespero de um náufrago em uma ilha deserta.