'Kill Bill Volume 2', filme de Quentin Tarantino: a cena em que Nina (Débora Falabella) é enterrada viva por Carminha (Adriana Esteves), em 'Avenida Brasil', lembrou aos fãs a sequência antológica protagonizada por Uma Thurman. Apesar disso, Carminha não tem intenção de matar Rita, senão assustá-la, enquanto Beatrix Kiddo é de fato sepultada, com direito a caixão - e mesmo assim escapa. A série de livros 'Millenium', de Stieg Larsson, e as narrativas de zumbis, como a da série 'The Walking Dead', também vêm à memória na sequência
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'O Conde de Monte Cristo', romance de Alexandre Dumas: 'Avenida Brasil' seria cópia da série americana 'Revenge'? São muitas as semelhanças entre as sagas de Nina e de Emily Thorne (Emily VanCamp), que busca vingança anos após seu pai ter sido morto. A coincidência talvez se explique no romance de Alexandre Dumas, das mais clássicas rotas de vingança, em que 'Revenge' oficialmente se baseia e João Emanuel Carneiro afirma buscar ideias para todas as suas novelas. A foto é da adaptação cinematográfica do romance, por Richard Chamberlain
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Alfred Hitchcock, cineasta: cenas de intenso terror psicológico, recorrentes nas tramas de João Emanuel Carneiro, lembram filmes do mestre do suspense, que também elegia personagens de caráter dúbio. Chama a atenção ainda o casting de mulheres. Tippi Hedren, Grace Kelly, Kim Novak (na foto, em 'Um corpo que cai'). Hitchcock admitia preferir as loiras, traço de todas as vilãs de Carneiro, como Carminha. Quando escreveu a novela 'Da Cor do Pecado', aliás, o autor afirmou que Reynaldo Gianecchini, o protagonista, tinha um ar de James Stewart
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'Crime e Castigo', romance de Fiódor Dostoiévski: muita culpa e contas a acertar. Uma nuvem negra paira sobre personagens em 'Avenida Brasil'. Em especial Nina, quase tão fixada em seus objetivos controversos quanto o protagonista do clássico, Rodion Raskólnikov. 'A novela tem a espinha dorsal de um folhetim russo. A Nina tem um parentesco com Raskólnikov, capaz de fazer coisas condenáveis por nobres causas', disse João Emanuel Carneiro ao portal angolano 'Platina Line'. Na foto, adaptação cinematográfica de Robert Weine
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Nelson Rodrigues, escritor: se o enredo central é sombrio, o entorno tem outras cores na novela 'Avenida Brasil'. O que têm em comum os casos amorosos entre Leleco/Muricy/Adauto/Tessália, Rony/Leandro/Suellen e por aí vai? Amam-se, traem-se, projetam artimanhas, vivem tragicomédias de todos os tamanhos. O autor costuma dizer que se inspira no universo rodrigueano, versão sociológica do nosso melodrama que aqui vira crônica da classe média. Na foto, adaptação cinematográfica de 'Toda nudez será castigada' por Arnaldo Jabor
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'Oliver Twist', romance de Charles Dickens: o lixão é recorrência nas novelas de João Emanuel Carneiro, lugar que o autor diz entender como inferno de seus personagens. 'O lixão, pra mim, é muito Charles Dickens. Essa novela tem um quê de Oliver Twist, é um drama infantil inglês do século 19, uma saga em duas fases', disse o autor à 'Folha de S. Paulo'. No original, Oliver cresce marcado por infância de exploração e traumas. Na novela, é de um lixão tomado por crianças que Rita leva suas maiores chagas. A foto é da adaptação de Roman Polanski
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Maria Clara Machado, escritora infantil: Os traumas que determinam afetos e desafetos dos personagens de 'Avenida Brasil' surgem na infância. É assim com Nina e Jorginho, ou entre Flora e Donatela, inimigas criadas como irmãs em 'A Favorita'. Nina e Flora, aliás, não se desfizeram de suas bonecas de pano, que remetem a grandes assombrações infantis. 'Maria Clara Machado dizia que a bruxa era essencial à criança. Para elaborar a psiquê, você tem que ter os seus monstros', disse o autor à revista 'Época', em referência à ambivalência moral dos personagens
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