Com o tempo a seu favor, o jovem entre 20 e 39 anos tem um leque de oportunidades para acumular dinheiro e realizar sonhos, seja comprar um apartamento, viajar ou fazer uma grande festa de casamento. Nessa faixa etária, há mais chance de se recuperar de qualquer baque com as altas e baixas do mercado. Por isso mesmo, quem tem perfil mais arrojado pode aplicar até 70% da renda disponível no mercado de ações.
Especialistas sugerem, por exemplo, investimento em papéis de empresas na bolsa e fundos multimercado, que misturam ações, moedas ou commodities. A vantagem dos fundos é a presença de um gestor especializado para auxiliar quem não conhece sobre o assunto ou não tem tempo para acompanhar a movimentação financeira. Outra opção com risco entre pequeno e médio são os fundos que acompanham índices, os chamados ETF (Exchange Traded Fund), com taxas de administração baixas, entre 0,20% e 0,69%. É o caso do BOVA 11, que segue o Ibovespa, composto por ações de aproximadamente 60 empresas diferentes.
Se você estiver disposto a ampliar um pouco o risco, dá para investir em ETF americanos. Uma alternativa é apostar no IVVB11, atrelado ao S&P 500, com 500 ativos cotados nas principais bolsas dos Estados Unidos. Quer mais adrenalina? A consultora de investimento Deborah Bloise, da Coinvalores, sugere companhias do tipo small cap. O risco é alto porque os ativos não têm grande liquidez (capacidade de transformar um ativo em dinheiro) e a empresa pode não ter uma boa gestão interna, o que vai afetar seus rendimentos. A contrapartida é que os ganhos costumam ser melhores.
É de olho nesses rendimentos maiores que o estudante Gustavo Morgado, de 23 anos, entrou na bolsa. Ele começou a investir em uma previdência privada, mas ficou insatisfeito com o resultado. Hoje, aposta em fundos de bancos e commodities. “No início, só queria guardar dinheiro para ter uma reserva. Agora, quero comprar um carro, um apartamento”, conta.
Mas a ideia não é se jogar na maré da imprevisibilidade do mercado de capitais sem salvaguardas. É importante manter uma reserva financeira para o caso de emergências. Por isso, os outros 30% do dinheiro podem ser alocados em produtos da renda fixa com alta liquidez. Um exemplo é a poupança, o investimento preferido de quem tem entre 18 e 30 anos, segundo pesquisa do SPC Brasil. Apesar de render pouco, apenas 6% ao ano mais Taxa Referencial (TR), essa é uma boa forma de começar a acumular recursos para quem não tem muita renda, diz o diretor da Votorantim Asset Management, Reinaldo Lacerda. Além disso, é possível retirar dinheiro a qualquer momento. O produto é isento de Imposto de Renda e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Como o jovem possui mais tempo para investir, a indicação também é de apostar em títulos do Tesouro Direto atrelados à inflação, do grupo NTNB, com prazo de vencimento longo, como 2045 ou 2050. O tesouro exige apenas R$ 30 como aporte inicial mínimo.
O importante é começar a poupar o mais cedo possível. Segundo os consultores, se uma pessoa de 25 anos poupar 10% da renda, vai conseguir se aposentar com 80% do salário aos 60 anos.