Fantasma da Altitude

As arquibancadas que pulsam e o ar rarefeito

Quatro cidades estão acima dos 2 mil metros de altitude, o que dificulta a vida dos visitantes

Não existe jogo fácil na Copa Libertadores. Habitualmente, mesmo equipes com elencos com qualidade técnica inferior conseguem se sobressair e avançar até as fases mais agudas por vários motivos – os principais inimigos dos adversários são as torcidas e a temida altitude.

Na edição de 2016, o campeão Atlético Nacional usou a força de sua fanática torcida para pressionar adversários em Medellín, e fazer do estádio Atanasio Girardot um alçapão verde e branco – a média de público da equipe na competição foi de quase 50 mil torcedores por jogo.

No Brasil, espera-se apoio maciço dos torcedores das oito equipes, mas alguns têm força maior em casa. Palmeiras no Allianz Parque, Santos na Vila Belmiro, Flamengo no Maracanã e Atlético-MG no Independência foram quase imbatíveis nos últimos meses.

Além do Brasil, mais dois países possuem torcidas que poderão empurrar suas equipes rumo à decisão. Na Argentina, River Plate e San Lorenzo são dois dos mais populares clubes do país; no Uruguai, mais dois gigantes da América do Sul estarão na competição – Nacional e Peñarol.

Outro fator que deve render boa discussão é a altitude. Mais uma vez, ela estará presente na disputa da Libertadores. Quatro equipes mandarão seus jogos em cidades a mais de 2 mil metros – na Bolívia, o The Strongest é da capital La Paz, que fica a 3.660 metros acima do nível do mar. Da Colômbia vem o Independiente Santa Fé, que joga em Bogotá (2.640 metros). Jorge Wilstermann, de Cochabamba, também na Bolívia (2.570 metros) e Melgar, da cidade peruana de Arequipa (2.395 metros) são os clubes que vão se aproveitar do ar mais rarefeito para tentar tirar vantagem na busca por vitórias.

Não se trata de desculpa: os atletas (e as demais pessoas) sofrem com várias reações. Em La Paz, por exemplo, a quantidade de oxigênio no ar é 36% menor do que em cidades no nível do mar, como Santos e Rio de Janeiro. Outros que sofrem são os goleiros. Com a pressão atmosférica menor, a bola enfrenta menos resistência do ar e, assim, mantém sua velocidade por um tempo maior.

O clube brasileiro mais prejudicado nesse quesito no sorteio foi o Santos, que vai encarar dois adversários que ficam na altitude: The Strongest e Independiente Santa Fé. O Palmeiras enfrentará o Jorge Wilstermann.