A taxa de desemprego entre 5% e 7% sugere que há trabalho para todos, mas encontrar um emprego no Brasil pode ser mais difícil do que parece. No detalhe, os dados revelam uma situação similar à de países em crise de emprego.
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Mais de um milhão de brasileiros concluíram algum curso superior em 2012, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Há carreiras, contudo, em que os salários mais valorizados do que outros revelam escassez de mão de obra. Isso acontece, por exemplo, nas áreas de Medicina, Arquitetura e Engenharia.

Dados do Ministério da Educação revelam que a maioria dos recém-formados no País se concentrou em Administração, Pedagogia e Direito, categorias que somaram cerca de 344 mil novos profissionais ao mercado.

Para os jovens, entretanto, apenas um curso universitário não basta para ingressar no mercado e há dificuldade para encontrar remuneração compatível com as expectativas.

Mesmo nas áreas que formam muitos profissionais, a oferta não atende às necessidades dos empregadores. Uma pesquisa da Fundação Dom Cabral, referente a 2013, indica que 53,1% das empresas tiveram dificuldades para contratar contadores, por exemplo. O porcentual sobe para 65,4% para os administradores.

O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Marcelo Neri, defende a importação de mão de obra para contornar a situação. O Ministério do Trabalho e Emprego já flexibilizou a entrada de trabalhadores de outros países, facilitando a concessão de vistos temporários para pesquisadores de graduação e pós-graduação.

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Mesmo em Santa Catarina, onde a taxa de desocupação é a menor do País e há grande oferta de vagas, os jovens acabam entrando cedo no mercado de trabalho e buscando qualificação só depois de estarem empregados.

A indústria é o setor que mais tem contribuído para a baixa taxa de desocupação no Estado, inclusive entre os jovens, embora comércio e serviços - favorecidos pelo turismo no litoral - ainda seja o que mais emprega. A infraestrutura desenvolvida em Santa Catarina, onde há cinco portos em operação, e a concessão de incentivos fiscais contribuem para o ambiente favorável à expansão da indústria.

O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Glauco Côrte, reconhece, no entanto, que o desempenho do setor industrial tem se dado mais pelo aumento do número de trabalhadores do que pela melhora de produtividade.

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A oferta intensiva de vagas no Estado tem feito com que a maioria das indústrias reduza a qualificação exigida. Um estudo da Fiesc mostra que 47% dos trabalhadores do setor não completaram sequer o ensino médio - mais que o índice nacional, de 45%.

Mas a grande oferta de vagas não vai durar para sempre. A instalação de parques tecnológicos mais desenvolvidos no Estado tem exigido dos trabalhadores investimento em qualificação.

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No outro extremo do mapa do mercado de trabalho brasileiro, os Estados do Amapá e Alagoas despontam com as piores taxas de desocupação - 9,9%, segundo a Pnad. No caso do Amapá, o cenário negativo se estende aos jovens.

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Arte: Estadão