Atacante

Você saiu um garoto do Corinthians e volta com o nome feito no futebol. O que a torcida pode esperar nesta temporada?

Tive uma história bonita no passado, sendo o mais jovem jogador a marcar um gol como profissional (16 anos), e estou louco para mostrar meu trabalho e dar alegrias para torcida. Eu me preparei nesse período e tenho tudo pra dar o meu melhor.

Muitos dizem que você é a solução para o ataque do Corinthians. Como vê isso?

Sei da qualidade dos outros companheiros de ataque e trabalharei junto com o grupo, respeitando sempre as decisões do Fábio Carille para o andamento da temporada. Nosso desafio no Corinthians é conquistar títulos.

Qual é a importância do título da Copa do Brasil para o time?

O Corinthians entra em qualquer campeonato para ganhar, sabemos também que é o caminho mais rápido para a Libertadores. Vamos atrás desse quarto título.

Sem privilégio


Após decepções de 2016, Corinthians terá de superar todas as fases para o quarto título

Havia uma lenda de que o Corinthians erguia a taça da Copa do Brasil a cada sete anos. Foi campeão em 1995, diante do Grêmio, ganhou também em 2002 – dessa vez sobre o Brasiliense – e venceu, por fim, em 2009, quando o time liderado por Ronaldo superou o Internacional. A conta fecharia em 2016, mas o esquadrão alvinegro viu o Cruzeiro acabar com o sonho do tetra.

O Corinthians, que participava da Libertadores, entrou direto nas oitavas de final na última edição da competição nacional, privilégio que não terá dessa vez, depois de um ano sem brilho. A busca pelo quarto título da sua história deverá passar por todas as fases. Na estreia de hoje, visitará a Caldense no Estádio Ronaldão, em Poços de Caldas (Minas Gerais).

Para ser novamente campeão da Copa do Brasil, o time de Fábio Carille precisará superar um tabu que se tornou pesadelo para os torcedores corintianos. Foram cinco eliminações na Arena Corinthians em jogos decisivos. Um deles, justamente na competição nacional.

Em 2015, o Corinthians parou nas oitavas da Copa do Brasil. Após ser superado na Vila Belmiro, perdeu para o Santos por 2 a 1 e, em casa, despediu-se da competição. É verdade que a equipe estava focada na campanha do hexacampeonato brasileiro e deixou o mata-mata em segundo plano, mas isso não se aplica a outros casos. Caiu nas semifinais do Paulistão de 2015 e 2016 para Palmeiras e Audax, respectivamente, e viveu na Libertadores grandes decepções, como a derrota para o paraguaio Guaraní, em 2015, e o empate com o Nacional, do Uruguai, que culminou em despedida no último ano.

Renovado, o Corinthians agora quer deixar a história para trás.

1995 - Com oito vitórias em 10 jogos, o Corinthians ergueu a taça da Copa do Brasil pela primeira vez. Na final, o time de Viola e Marcelinho Carioca superou o Grêmio por 2 a 1 na ida, no Pacaembu, e por 1 a 0 na volta, no Olímpico. Crédito: Marcos Mendes/Estadão

2001 Comandado por Vanderlei Luxemburgo - teve de se contentar com o vice-campeonato. Após empate fora de casa, o time alvinegro foi derrotado pelo Grêmio e viu a equipe de Tite fazer a festa no Morumbi. Crédito: Milton Michida/Estadão

2002 Depois de vencer por 2 a 1 no Morumbi, o Corinthians empatou com Brasiliense por 1 a 1 na Boca do Jacaré, em Taguatinga (DF), e sagrou-se bicampeão da Copa do Brasil. No dia seguinte, o time alvinegro desfilou em carro aberto pelas ruas de São Paulo. Crédito: Rubens Chiri/Perspectiva

2008 O Corinthians foi superado pelo Sport na decisão e amargou o vice-campeonato. Apesar da vitória no jogo de ida, a equipe de Mano Menezes sofreu com expulsões e acabou derrotada na Ilha do Retiro. Crédito: Nilton Fukuda/Estadão

2009 Embalado pelo título paulista, o Corinthians conquistou o terceiro troféu da Copa do Brasil. Liderado por Ronaldo, a equipe paulista ganhou do Internacional por 2 a 0, no Pacaembu, e confirmou a conquista com empate no Beira-Rio. Crédito: Paulo Liebert/Estadão

2016 A expectativa dos corintianos era grande, mas o Corinthians se despediu da Copa do Brasil nas quartas de final. Após vencer em casa, o Alvinegro foi superado pelo Cruzeiro por 4 a 2 em jogo emocionante no Mineirão. Crédito: Juliana Flister/Light Press/Divulgação

Dudu Atacante

Você teve uma participação muito importante no título da Copa do Brasil em 2015. Quais são os segredos para a conquista desse torneio?

Não tem segredo. Em um torneio mata-mata tão difícil como a Copa do Brasil, com times tradicionais, o importante é jogar bem em casa e fazer o resultado. Nós tivemos a força da nossa torcida durante toda a competição e vencemos as partidas diante deles. Mesmo assim, só conquistamos o títulos nos pênaltis, isso prova como é complicado ser campeão.

O que vc acha do formato da Copa do Brasil (mata-mata)?

É bacana porque é um torneio com muita emoção. O mata-mata faz parte da história do futebol brasileiro e também é legal que exista um campeonato assim.

Os títulos de 2015 e 2016 e os reforços da equipe fazem do Palmeiras o favorito para a conquista da Copa do Brasil?

O Palmeiras é favorito em todo campeonato que disputa. É um dos clubes mais tradicionais do Brasil e sempre está em busca de títulos, mas nós respeitamos todas as outras equipes.

A diferença vem do banco


Em fase dourada, elenco com opções dará ao Palmeiras uma condição especial na competição

A Copa do Brasil será uma régua bastante confiável para medir a diferença do elenco do Palmeiras para os demais concorrentes. Com oito contratações no início de 2017, entre elas, a do volante Felipe Melo e a do meia venezuelano Alejandro Guerra, o Alviverde tem condições de escalar dois times titulares tamanha a quantidade de cartas nas mãos do técnico Eduardo Baptista.

No ano passado, o ex-treinador Cuca ensaiou a formação de um time A e um time B na Academia. Na semifinal, decidiu escalar uma equipe alternativa contra o Grêmio. A escalação tinha o goleiro Jailson, o zagueiro Edu Dracena, volante Gabriel (hoje no Corinthians) e o meia Cleiton Xavier. Todos poderiam ser titulares em outros clubes do Brasil.

Eduardo Baptista terá de repetir a dose diante das diversas competições que o Palmeiras tem na temporada. E também com a concorrência em cada posição. O meia Hyoran, por exemplo, ficou fora da lista do Campeonato Paulista. Gente graúda como Tchê Tchê, Michel Bastos, Moisés e Felipe Melo brigam por vaga no mesmo setor. Nesse contexto, a Copa do Brasil pode ser uma válvula de escape – o time entra na disputa apenas nas oitavas.

O novo treinador terá tempo para experimentações. A sequência de títulos, um por ano, estabeleceu uma lua de mel com a torcida. A conquista de 2015 na Copa do Brasil foi o início da fase dourada. A equipe superou uma guerra contra o Santos na final – foram sete jogos entre os dois em várias competições – e conquistou o título em casa. “Em um torneio mata-mata, o importante é jogar bem em casa e fazer o resultado. Nós tivemos a força da torcida. Mesmo assim, só conquistamos o título nos pênaltis, isso prova como é complicado ser campeão”, diz o atacante Dudu, que foi artilheiro na conquista do Palmeiras.

1996 - O Palmeiras perdeu o título em casa para o Cruzeiro e foi vice-campeão Crédito: Paulo Pinto/Ae

1998 - Com Paulo Nunes, Zinho e Oséas, Palmeiras foi campeão em cima do Cruzeiro Crédito: Agliberto Lima

2002 - Em uma das maiores zebras do torneio, Palmeiras é eliminada pelo ASA de Arapiraca Crédito: Reginaldo Castro

2012 - Em 2012, time de Felipão ficou invicto e levou a taça na final diante do Coritiba Crédito: JF Diorio

2015 - Ainda com o técnico Marcelo Oliveira, o Palmeiras foi campeão em 2015 Crédito: JF Diorio

2016 - Com o time reserva, o Palmeiras foi eliminado pelo Grêmio em São Paulo Crédito: MarcosBezerra/AE

Lucas Lima Meia

O Santos foi campeão da Copa do Brasil em 2010 em um time que tinha Neymar e Ganso. Como repetir o título?

Nosso time gosta do torneio mata-mata. A gente cresce nesse tipo de competição, principalmente nos jogos dentro de casa. Nos últimos anos, nós fizemos boas campanhas, mas não conseguimos o título. Vamos entrar concentrados desde o início do torneio e fazer a diferença nos jogos na Vila Belmiro.

Que balanço você faz de 2016?

É positivo. Fomos vice-campeões no Brasileiro e individualmente consegui me manter na seleção, uma meta particular. Tive alguns obstáculos como uma lesão no final do Campeonato Paulista e no Brasileiro. Isso fez com que meu futebol oscilasse um pouco. Sei que vou ser cobrado para fazer muito mais. Eu me preparei na pré-temporada.

O que vai mudar no Lucas Lima de 2016 para 2017?

Eu me cobro para fazer mais gols. Venho jogando mais perto da área, mas acabo voltando um pouco. Espero fazer a diferença em alguns jogos, mas sempre pelo grupo. A gente não ganha nem perde sozinho

Afirmação nacional


Depois de oito finais e cinco títulos no Paulistão, Santos quer um troféu de peso no cenário brasileiro

O título de 2010, o único que a equipe conquistou na história da Copa do Brasil, foi emblemático para os santistas. Foi a afirmação nacional de Ganso e Neymar, que haviam sido campeões paulistas no ano anterior. Ao mesmo tempo, a taça abriu caminho para a conquista da Libertadores um ano depois. Foi um título com cara de ritual de passagem para uma geração formada pelo goleiro Rafael, o volante Arouca, o meia Wesley e o atacante André.

A campanha de 2010 também simbolizou o DNA ofensivo que a torcida adora colocar em negrito. A equipe bateu o recorde de 39 gols em uma mesma edição do torneio – Neymar foi artilheiro com 11.

Cinco anos depois, o vice-campeonato de 2015 foi dolorido. Em duelo faiscante com o Palmeiras, o Santos fez o placar mínimo na Vila Belmiro no primeiro jogo da final. Ainda hoje, os torcedores se lembram do gol perdido pelo atacante Nilson, sem goleiro, no fim da partida. O placar de 2 a 0 seria difícil de ser revertido. No segundo duelo, o Palmeiras fez 2 a 1 e venceu nos pênaltis. A pressão foi tão grande que Nilson deixou a Vila.

Para 2017, o Santos mantém a base que foi vice-campeã brasileira e trouxe reforços pontuais. Destaque para o volante Leandro Donizete, ex-Atlético-MG, e o atacante Bruno Henrique, que estava na Alemanha. Ricardo Oliveira e Lucas Lima são os alicerces de sempre. Sólidos. “Nossa equipe gosta de torneios no formato mata-mata. O time cresce, principalmente jogando em casa. É difícil explicar isso”, diz o meia Lucas Lima.

Outro trunfo da equipe santista é o técnico Dorival Junior. Contratado em julho de 2015, ele é o comandante mais longevo entre todos os times da Série A. Ofensivo e estudioso, foi o comandante da conquista de 2010, talvez o mais importante de sua carreira como treinador.

2002 - Com Oséas, Robert, Paulo Almeida, a equipe parou na segunda fase, diante do Inter Crédito: Paulo Pinto/Estadão

2006 - Após dois empates, o Santos foi eliminado pelo Ipatinga nas quartas de final Crédito: Ernesto Rodrigues/AE

2010 - Com Neymar e Ganso, clube conquista o título inédito e abre caminho para a Libertadores, que conquistaria no ano seguinte Crédito: NelsonAntoine/AE

2013 - Com Oséas, Robert, Paulo Almeida, a equipe parou na segunda fase, diante do Inter Crédito: Paulo Pinto/Estadão

2015 - O volante Matheus Sales anulou Lucas Lima no primeiro da decisão. Em São Paulo, o Palmeiras venceu nos pênaltis Crédito: Alex Silva/AE

2016 - Depois de vencer na Vila, equipe perdeu para os reservas do Internacional nas quartas de final em Porto Alegre Crédito: Marcos Bezerra/AE

Christian Cueva Meia

Vestir a camisa 10 aumenta a responsabilidade?

A maior responsabilidade é ganhar títulos com o São Paulo. Está agora na minha cabeça poder ser campeão com o São Paulo e, logicamente, poder honrar a camisa 10, assim como tantos jogadores que passaram por aqui fizeram.

Quais são os fatores para você ter se adaptado tão rápido ao futebol brasileiro?

Acima de tudo é a liga, que é muito competitiva, e, lógico, os jogadores que tenho ao meu lado, grandes companheiros. Com o treinador Rogério, peça fundamental para nós, acredito que vamos ganhar muitas coisas esse ano.

O São Paulo estreia na Copa do Brasil em jogo único e fora de casa. Como estão encarando essa competição?

Vamos encarar com muita responsabilidade, com vontade de começar com o pé direito. Essa partida da Copa do Brasil será muito importante. Vamos, passo a passo, com tranquilidade e humildade

Taça que falta


Depois do fiasco diante do Juventude em 2016, São Paulo joga por título inédito

Após 25 anos como jogador do São Paulo, Rogério Ceni encerrou a carreira de goleiro em 2015 com quase tudo o que sonhou. Faltou-lhe apenas um troféu: o da Copa do Brasil. Objetivo que ele vai buscar agora como treinador.

O melhor resultado do time tricolor em 16 participações foi o vice-campeonato em 2000. Mas com gosto amargo. Depois de empatar sem gols com o Cruzeiro no Morumbi, o título foi decidido diante de 85 mil pessoas no Mineirão. Com um gol de falta de Geovanni no último lance, a equipe celeste virou o jogo e ganhou por 2 a 1, colocando fim ao sonho dos são-paulinos. Foi a única final da Copa do Brasil disputada pelo São Paulo até hoje.

O regulamento também colaborou para que o jejum se estendesse. Antes de 2013, os clubes que disputassem a Libertadores não podiam participar da competição nacional. Como a equipe tricolor jogou o torneio continental de forma ininterrupta entre 2004 e 2010, ficou ausente da Copa do Brasil durante esse tempo.

Com o ídolo no comando, o São Paulo quer superar o retrospecto negativo na competição e esquecer, de quebra, o vexame da última edição, na qual foi eliminado nas oitavas de final pelo Juventude – time então da Série C do Brasileiro.

O primeiro desafio será contra o Moto Club, do Maranhão, no Castelão, de São Luís. “É um jogo único e fora de casa. A gente tem de ser inteligente e respeitar o adversário. O São Paulo tem boas condições de conseguir a classificação”, diz o lateral-direito Bruno. As contratações foram modestas, com destaque apenas para o meia Cícero e o atacante Wellington Nem. Os dois têm o desafio de mudar a cara do time, que sofreu com um ataque frágil nas últimas temporadas.

1993 - O São Paulo participou da Copa do Brasil pela segunda vez, a estreia ocorreu em 1990, e teve a campanha interrompida nas quartas de final pelo Cruzeiro, que sagrou-se campeão da competição nacional naquele ano. Crédito: Orlando Kissner/Estadão

2000 - Vice-campeão, o São Paulo obteve seu melhor desempenho na história da Copa do Brasil. Ficou muito perto do título, mas um gol de falta de Geovanni no último lance da final deu o título ao Cruzeiro no Mineirão lotado. Crédito: Paulo Pinto/Estadão

2002 - No Morumbi, o time tricolor levou a pior no clássico com o Corinthians, que contou com a inspiração de Deivid, e se despediu da Copa do Brasil nas semifinais. O algoz levantou a taça da competição naquele ano. Crédito: Paulo Pinto/Estadão

2011 - Ausente da Copa do Brasil entre 2004 e 2010 devido ao regulamento que impedia a participação dos times que jogavam a Libertadores, o São Paulo voltou à competição nacional e acabou eliminado nas quartas de final pelo Avaí, na Ressacada, por 3 a 1. Crédito: Giuliano Gomes

2012 - O São Paulo voltou a cair na semifinal da Copa do Brasil, dessa vez foi derrotado pelo Coritiba por 2 a 0, no Couto Pereira. Foi mais uma decepção para o torcedor são-paulino, que continuou sem o título que falta na coleção do clube. Crédito: José Patricio/Estadão

2016 - Novo vexame do São Paulo na Copa do Brasil. A derrota por 2 a 1 na partida de ida custou caro ao Tricolor, que foi eliminado pelo Juventude - time que disputou a Série C do Campeonato Brasileiro naquele ano - nas oitavas de final. Crédito: J.F. Diório/Estadão