Cedro, no Ceará, é conhecida como a Capital do Milho. Mas, há dois anos, a maioria dos produtores não planta, à espera das chuvas. O que se vê são quilômetros de terrenos cobertos por pedra e poeira. Cícero Vicente Ferreira, de 52 anos, vive com a esposa num sítio, sem água encanada, graças a uma cisterna instalada pelo programa Água para Todos Foto: José Patrício/Estadão
Cedro, no Ceará, é conhecida como a Capital do Milho. Mas, há dois anos, a maioria dos produtores não planta, à espera das chuvas. O que se vê são quilômetros de terrenos cobertos por pedra e poeira. Cícero Vicente Ferreira, de 52 anos, vive com a esposa num sítio, sem água encanada, graças a uma cisterna instalada pelo programa Água para Todos
Foto: José Patrício/Estadão
A estiagem praticamente secou o açude de Entremontes, em Parnamirim, na Paraíba. A fonte de água para centenas de pequenos produtores hoje está com apenas 9% da capacidade
Foto: José Patrício/Estadão
Manoel Rodrigues Horas, de 37 anos, nasceu em Oricuri, em Pernambuco. Mudou-se para São Paulo. Morava em Guaianases e trabalhava na construção civil. Há cinco anos, voltou para o estado natal em busca da nova prosperidade nordestina para morar na fazenda da família da esposa, ao lado do açude Entremontes. Foi pego em cheio pela seca. No pomar, onde chegou a colher 20 caixas de goiaba, restam apenas árvores mortas.
Foto: José Patrício/Estadão
Numa viagem pelo semiárido o que mais se vê são carcaças de bois, jumentos, cavalos e cabras mortos. Não há dados consolidados sobre os prejuízos das secas para o agronegócio. No Rio Grande do Norte, a estimativa do governo estadual é de que as perdas equivalem a 45% do PIB do estado. No Ceará, o prejuízo acumulado beira os R$ 3 bilhões. A Paraíba perdeu 20% do rebanho. Apenas em 2012, cerca de 4 milhões de animais padeceram no Nordeste vítimas da seca, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Foto: José Patrício/Estadão
O açude Chapéu, em Pernambuco, já deveria estar recebendo as águas da Transposição do Rio São Francisco desde 2010. Sem esse apoio hídrico, seu volume baixou a um nível crítico - está com apenas 7% da capacidade
Foto: José Patrício/Estadão
A obra da Transposição foi dividida em lotes e cada um está num estágio. O problema é que há áreas ainda em construção nos lotes próximos ao Rio São Francisco, a porta de entrada da água para os canais. Na altura de Salgueiro, em Pernambuco, a 80 quilômetros do rio, ainda há máquinas escavando o terreno para abrir caminho para a Transposição
Foto: José Patrício/Estadão
Em Cabrobo, na altura do trecho já entregue pelo Exército, um pequeno trecho da Transposição depende da conclusão de um viaduto que ainda está em construção.
Foto: José Patrício/Estadão
O açude São Gonçalo, na Paraíba, situado no município de Souza, está com 17% da capacidade. Suas águas não conseguem abastecer nem o Perímetro Irrigado, nem o município, que está em racionamento desde o final do ano passado
Foto: José Patrício/Estadão
O agricultor José Araújo Lacerda, de 44 anos, que possui uma área do Perímetro de São Gonçalo, na Paraíba, perdeu 300 pés de cocos depois que o abastecimento de água foi suspenso há quase um ano.
Foto: José Patrício/Estadão
O produtor Pedro de Lira Maciel, de 60 anos, já fez protestos contra o atraso nas obras da Transposição porque elas teriam evitado que ele perdesse toda a sua plantação
Foto: José Patrício/Estadão
Açude Mãe D´Água, na Paraíba, está com 29% da capacidade e já não é capaz de produzir a enorme cascata que faz dele um ponto turístico na região
Foto: José Patrício/Estadão
O açude Coremas, no centro da cidade de mesmo nome, na Paraíba, está com 27% da capacidade e já não se tem certeza por quanto tempo suas águas vão alimentar os rios que abastecem cidades até o Rio Grande do Norte
Foto: José Patrício/Estadão
O leito do Rio Salgado, um dos mais importantes do Rio Jaguaribe, que formam o Castanhão, maior açude do Brasil, deveria estar sendo alimentado pelas águas da Transposição, mas no momento seca lentamente.
Foto: José Patrício/Estadão
Benedito Ancelmo, de 37 anos, cultiva tilápias no leito do açude Castanhão, no Ceará, há dois anos, e está preocupado com a baixa das águas. Se o volume cair, a cultura terá de ser reduzida.
Foto: José Patrício/Estadão