A Ilha de Trindade, território mais a leste do Brasil, a 1,1 mil quilômetros da costa do Espírito Santo, é paraíso ecológico e ponto estratégico para a defesa nacional. Localizada na ponta de uma cadeia de montanhas vulcânicas, a porção de terra em alto-mar exige constante vigilância da Marinha, que, na área, mantém desde 1957 o Posto Oceanográfico da Ilha da Trindade (Poit).
O Estado acompanhou com exclusividade uma missão de abastecimento e troca de guarda da ilha, em uma viagem com duração de nove dias, dos quais quase sete a bordo do navio de guerra Amazonas.
A reportagem deixou o continente no dia 8 de dezembro, naquela que foi a última Missão Trindade de 2016. Durante esse período, conheceu as instalações do navio e presenciou manobras de guerra, simulações de ataques e treinamentos de defesa. Os exercícios têm razões: a área é de importância econômica, científica e ecológica para o Brasil.
A região do Oceano Atlântico percorrida pelo Amazonas concentra a esmagadora maioria do tráfego naval de mercadorias. Além disso, as principais bacias petrolíferas do País estão na rota de Trindade.
A ilha tem ainda o interesse da ciência brasileira. Além dos 32 militares que permanecem na área, e são trocados a cada quatro meses, Trindade recebe nas missões a cada 2 meses pesquisadores especializados em aves, algas marinhas, tartarugas-verdes e mudanças climáticas. O Estado também presenciou o trabalho de campo dos cientistas. A missão terminou no dia 16. Acompanhe em capítulos essa viagem.