Paulo Cézar Lima , conhecido como Caju desde 1972 por ter descolorido o cabelo para combinar com a cor do carro importado, nasceu no Rio, dia 16 de junho de 1949. Jogador refinado, defendeu os quatro grandes cariocas, além de Corinthians, Grêmio e o Olympique de Marselha. Pela seleção, disputou as Copas de 70 e 74.

Botafogo

3

América

2

Taça Guanabara
Maracanã, 1967
Manga
Moreira
Zé Carlos
Leônidas
Waltencir
Carlos Roberto
Gérson
Rogério
Roberto Miranda
Jairzinho
Paulo Cézar Caju
Zagallo
Arésio
Sérgio
Alex
Aldecie
Dejair
Marcos
Ica
Joãozinho
Edu
Antunes
Eduardo
Evaristo de Macedo
Gols: Botafogo: Paulo Cézar Caju. América: Edu e Eduardo

Sou muito amigo da família Antunes, que deu três craques ao futebol brasileiro. E sempre que vou à pelada semanal que o grande Zico organiza em sua casa no Rio ouço a mesma brincadeira do Edu, seu irmão e estrela de grandes times dos bons tempos do América: “De onde apareceu esse neguinho?” Ele fala isso porque na final da Taça Guanabara de 1967 entre Botafogo e América ninguém me conhecia, porque era meu primeiro jogo oficial pelo Fogão e eu tinha acabado de completar 18 anos. E fiz os três gols do título, por isso considero essa a partida mais marcante dos meus 26 anos de carreira.

Com 17 anos eu tinha feito dois coletivos com o time principal do Botafogo, que só tinha feras, e marcado três gols em cada um. O Gérson ficou impressionado e disse para os dirigentes que eu não poderia mais voltar para o juvenil e tinha de ficar com eles. Fui coma equipe para uma excursão pela América Latina e me destaquei, mas na volta, na hora de assinar contrato como profissional, o presidente Nei Cidade Palmeiro me sacaneou. Eu tinha uma proposta do Santos, que oferecia US$100mil pelo meu passe,mas ele não me vendeu nem me fez uma oferta decente.

O impasse durou um mês, até que resolvi assinar mesmo sabendo que estava sendo prejudicado. Era moleque, estava louco para jogar e apostava que mais para a frente poderia recuperar o prejuízo.

Assinei na semana da final da Taça Guanabara, e o Zagallo não teve dúvida em me escalar. Como Maracanã lotado, na primeira bola que recebi pela esquerda cortei o lateral Serjão para o meio e mandei uma paulada de fora da área: gol. Fiquei doido de emoção, mas logo depois o Edu empatou.

O jogo estava duro,o América tinha os irmãos Edu e Antunes como dupla de ataque e um ótimo ponta esquerda chamado Eduardo. Ainda no primeiro tempo, o Jairzinho fez uma bobagem e foi expulso. Ele ficou bravo com um carrinho que tinha tomado do Aldeci e dois minutos depois entrou para quebrá-lo.

Com um amenos eu recuei para ajudar o Gérson na saída de bola e deixamos o Rogério e o Roberto Miranda no ataque. No meio do segundo tempo o Eduardo colocou o América em vantagem, mas não nos desesperamos. E pouco depois marquei outra vez de fora da área. Embora fosse novo eu não tinha medo de pressão. Eu tinha morado na Colômbia quando meu pai, Marinho Rodrigues, foi técnico lá.E com 16 anos já jogava no time de cima do Júnior de Barranquilla com craques brasileiros como Dida e Escurinho.

Veio a prorrogação, e aí meu preparo físico me ajudou. Eu vivia jogando na praia, por isso era muito forte. E quando faltavam cinco minutos saí tabelando com o Gérson do campo de defesa, entrei rasgando pelo meio e marquei na saída do goleiro Depois daquela estreia eu tive certeza de que iria longe.

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