A palmeira juçara é considerada uma espécie-chave da Mata Atlântica.
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Tucanos, sabiás, jacus, saíras e outros pássaros comem as sementes no alto das árvores
Veados, pacas,
porcos-do-mato e esquilos comem brotos e sementes que estão no chão
Quando defecam em outras partes da floresta, os animais dispersam as sementes, que germinarão
Aves menores, como os sabiás, ingerem sementes menores e as dispersam mais perto
Aves maiores, como tucanos, comem sementes maiores e voam mais longe, aumentando o raio de proliferação das palmeiras
Quando as palmeiras são cortadas, muitos animais deixam de ser atraídos, assim como seus predadores. Com a perda da fauna, diminui a dispersão de sementes não só da juçara, mas também de outras plantas, o que pode levar a floresta ao colapso
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Dezenas de espécies de animais sobrevivem de seus frutos, altamente nutritivos.
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Sem a palmeira, em risco de extinção, a floresta inteira perde recursos genéticos essenciais.
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Além da extração ilegal, a juçara pode ser ameaçada pela perda da fauna e pela introdução de espécies exóticas.
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Em São Paulo, após décadas de exploração predatória, a palmeira juçara atualmente só é encontrada com relativa abundância em unidades de conservação, como os parque estaduais, em locais de difícil acesso. É lá que atuam as quadrilhas de palmiteiros.
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O palmito é retirado do miolo do tronco da palmeira. No caso da juçara, que só tem um tronco, a extração implica na morte da planta. Uma palmeira inteira rende apenas cerca de um vidro e meio de palmito.
Ao contrário da juçara, as palmeiras de pupunha e açaí têm múltiplos troncos que permitem o manejo do corte sem matar a árvore.
Solução Polêmica
Nativa da Mata Atlântica, a palmeira juçara originalmente não tem contato com a palmeira açaí, da Amazônia. As primeiras experiências de hibridização tiveram início na década de 1980.
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As palmeiras das duas espécies foram plantadas lado a lado. Uma criação de abelhas foi usada para a polinização.
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Após anos de espera, a flor do açaí recebeu o pólen da juçara. O resultado foi uma palmeira híbrida, em tese, sem sementes.
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O híbrido tem um palmito semelhante ao da juçara, mas nasce em vários troncos, como o açaí. A extração do palmito pode ser feita sem matar a árvore.
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A ideia era que o híbrido diminuísse o corte ilegal de juçara, substituindo seu palmito no mercado. Mas, para muitos cientistas, ele poderá invadir o espaço da planta nativa no ecossistema.