Foto: Hélvio Romero/Estadão
João Amoêdo
O principal é a falta de prioridade dada ao tema pelos governantes. Precisamos priorizar a alocação dos recursos no ensino básico. Não são estabelecidas metas de desempenho para escolas e professores, o currículo do professor é defasado e a profissão não é valorizada nem estimulada.
João Amoêdo
O teto de gastos é uma medida básica que todos nós devemos seguir: não podemos gastar mais do que recebemos. Uma reforma do financiamento federal, o Fundeb, deveria ter metas de gasto atreladas ao resultado. Sem mudança na gestão do ensino, com melhor formação dos Professores, seleção dos diretores sem indicação política, estaremos gastando mais, mas gastando mal.
O Fundeb funciona como uma conta bancária coletiva em que entram recursos de diferentes impostos estaduais, municipais e transferências do governo federal. Esse total é redistribuído de acordo com o número de alunos da educação básica pública de cada rede. Há um valor mínimo por aluno, que atualmente está em R$ 3.016,67. O Estado que, com seus recursos, não atinge o valor mínimo recebe complementação da União.
Fonte: Inep
João Amoêdo
Sou contra termos ideologias nas escolas, mas não me agrada a ideia de criar um instrumento, um mecanismo que vai formalmente usar o aparelhamento do Estado para esse combate.
O movimento Escola Sem Partido defende a neutralidade do ensino. É contra que se discuta questões de sexualidade, moral ou religião em sala de aula.
Há um projeto em discussão no Congresso Nacional sobre o assunto. Seus críticos dizem que ele é antidemocrático e fere a liberdade do professor.
João Amoêdo
Defendo que o ProUni seja estendido para alunos desde a pré-escola até o fim do ensino médio. Também defendemos o aprimoramento do Fies. As universidades deveriam ter maior flexibilidade para recebimento de recursos.
O Financiamento Estudantil (Fies) foi uma das apostas do governo Dilma Rousseff (PT) para aumentar as matrículas no ensino superior, por meio de contratos a juros baixos para quem estuda em universidades privadas.
O programa vem sendo mudado por causa do grande número de alunos inadimplentes. Já o ProUni oferece bolsas de estudo integrais e parciais (50%) em instituições privadas de ensino superior para graduação.
João Amoêdo
Sou a favor da adoção de vales que os pais possam usar em escolas e universidades particulares. Para fazer parte do programa, escolas devem atender requisitos de qualidade. Também defendo a contratação pelos Estados e municípios de redes de escolas comunitárias sem fins lucrativos (organizações sociais).
“As escolas públicas continuariam a existir e seriam fortalecidas, mas os pais teriam a opção de usar os recursos para colocar seus filhos em escolas particulares.” – João Amoêdo
Foto: Geraldo Bubniak/AGB
Na política conhecida como vouchers, os pais podem escolher a escola particular onde o filho vai estudar e o governo paga a mensalidade. É usada em alguns Estados americanos e defendida por Donald Trump.
Argumenta-se que seria uma opção aos alunos, obrigados a estudar em colégios públicos ruins. Pesquisas não mostram melhor desempenho de estudantes que usam vouchers
João Amoêdo
Sou a favor da implantação de mensalidades nas universidades para os alunos com capacidade de pagamento e transferência dos recursos para o ensino fundamental.
João Amoêdo
O investimento na educação para a primeira infância traz benefícios sociais muito maiores do que seu custo. Programas na primeira infância podem prevenir a lacuna de aproveitamento pedagógico nos ciclos seguintes da educação. O modelo de vale educação pode ser aplicado nas creches, permitindo os pais a matricularem seus filhos em redes particulares.
Fonte: IBGE
João Amoêdo
Redesenhar o ensino médio, implementar a base curricular, promover alfabetização no tempo certo, investir em educação em tempo integral, reestruturar a carreira do professor com plano de metas com estratégias claras e que condicionem bônus salarial e progressão de carreira, qualificar a educação infantil.
Vídeo: Canal Roda Viva no YouTube
João Amoêdo
É importante conseguir atrair talentos para a educação pública. O aumento de salário deve estar atrelado a métricas de ensino e avaliações periódicas. Professores e outros funcionários devem ganhar remuneração adicional se a escola atingir níveis desejados. Na formação dos professores, concentrar em menos fundamentos teóricos e mais conteúdo e métodos de ensino.
O piso salarial nacional do professor é de R$ 2.455.
“Nenhuma verdadeira reforma de ensino será possível sem uma reforma da prática pedagógica em nossas salas de aula e da formação continuada dos professores.” – João Amoêdo
Foto: Tiago Calazans
João Amoêdo
Educação básica. Enquanto o Brasil gasta mais do que o triplo por estudante do ensino universitário do que com os do primário, em média, os membros da OCDE gastam quase a metade a mais. Isso perpetua a desigualdade: os mais pobres acabam pagando a faculdade dos mais ricos.
O Ministério da Educação tem como principal atribuição a criação de políticas nacionais de educação, avaliações e pesquisa, mas não administra escolas diretamente. Elas ficam sob responsabilidade de Estados e municípios.
Diretor de arte: Fabio Sales / Editora de infografia: Regina Elisabeth / Editor assistente de infografia: Vinicius Sueiro