O candidato defende o movimento Escola sem Partido e acha que as escolas ensinam de acordo com conteúdo ideológico

Texto: Renata Cafardo,
Luiz Fernando Toledo
Design: Bruno Ponceano
Desenvolvimento: Ariel Tonglet

Quais os principais problemas da educação hoje no Brasil?


As faculdades não preparam seus professores para a sala de aula, eles têm baixíssima remuneração e falta de apoio. Os alunos são desmotivados, ficam à mercê dos celulares e não são punidos. Eles ainda recebem educação com um alto grau de conteúdo ideológico de esquerda.

“Infelizmente, nossa educação não é justa em relação aos corpos docente e discente.”

Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O Plano Nacional de Educação pede aumento de gastos. Concorda que é preciso mais dinheiro para a área?


Há dinheiro suficiente para investirmos em educação. Investimos 6% do PIB (nos Estados Unidos é de 4%). Necessita-se sim é de cortarmos as despesas públicas. Cada um que pague viagens, restaurantes, vale-paletó, cabeleireiros com o seu próprio salário. Agora, é claro, quanto mais verbas tivermos, melhor será.

O que acha do movimento Escola sem Partido?


Os deveres estipulados pelo Escola sem Partido já existem na Constituição Federal e na Convenção Americana sobre Direitos Humanos, basta respeitá-los! Obviamente, existem partidos que acharam esse programa absurdo uma vez que não poderão mais ensinar somente conteúdo esquerdista na cabeça de nossos jovens, o que não é justo.

“São deveres dos professores não se aproveitar da audiência ativa dos alunos para promover os seus próprios interesses, opiniões, concepções ou preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e partidárias”

Foto: Gabriela Biló/Estadão

O que acha de programas como Fies e ProUni?


Ambos precisam ser reformulados, rediscutidos. Foram mais dois descalabros da era petista.

Considera algum tipo de privatização no ensino público (básico ou superior, ainda que parcial)?


Não há necessidade de a educação receber dinheiro da iniciativa privada. Para isso temos muitos impostos. Somos completamente favoráveis à iniciativa privada; no entanto, educação e saúde devem ser responsabilidades total do Estado. Somente dessa maneira, não ficaríamos à mercê de donos de escola e pagarmos altas e injustas mensalidades.

Acredita que deve haver cobrança de mensalidade em universidades públicas para quem tem renda alta?


O aluno que tem condições deve, sim, pagar mensalidade . Veja o caso da USP, quem passa no vestibular de lá? Normalmente quem estudou nas melhores escolas e cursinhos.

O governo federal deve se responsabilizar mais pela falta de creches nos municípios?


Sim. Aliás, nosso partido tem uma proposta de incluirmos creches 24 horas. Há muitas pais e mães que trabalham em período noturno e não têm onde deixar seus filhos. Teríamos crianças protegidas e mais empregos para professores.

O que faria para melhorar a qualidade do ensino nas escolas e reduzir as desigualdades?


Além do que já foi citado, aumentar a inclusão dos jovens portadores de necessidades especiais, dar mais acesso à tecnologia, ampliar cursos técnicos e profissionalizantes, voltar com a disciplina Educação Moral e Cívica. Tudo isso faria da educação brasileira uma das maiores do mundo.

O que faria em relação à política salarial dos professores?


Temos candidatos da DC que defendem que o aumento salarial do corpo docente esteja ligado ao dos nossos deputados. Quando se paga bem, exige-se mais ainda.

O piso salarial nacional do professor é de R$ 2.455.

Qual será a prioridade do governo federal: educação básica ou ensino superior?


Defendemos a educação como base de tudo. Não se pode ter um País onde temos milhões de analfabetos, onde crianças, adolescentes, adultos não consigam entender um texto e, pior, não consigam se expressar adequadamente. Precisamos começar já. Antes que seja tarde demais. E isso deve ser iniciado pelo mais importante: desde o fundamental.