Debate Presidencial – Record – 1º Turno – 2014

Celso Freitas: Senhoras e senhores, boa noite.

Adriana Araújo: Boa noite a todos.

Celso Freitas: A rede Record abre agora o debate entre os candidatos à presidência da república com a cobertura completa da Record News e transmissão simultânea pelo portal R7.

Adriana Araújo: Debate decisivo, na reta final das eleições, portanto quero agradecer a presença dos candidatos. Pastor Everaldo do PSC.

Celso Freitas: Dilma Rousseff do PT

Adriana Araújo: Eduardo Jorge do PV.

Celso Freitas: Aécio Neves do PSDB.

Adriana Araújo: Marina Silva do PSB.

Celso Freitas: Levy Fidelix do PRTB.

Adriana Araújo: E Luciana Genro do PSOL.

Celso Freitas: O debate da Record privilegia o confronto direto entre os candidatos para esclarecer melhor você de casa.

Adriana Araújo: O tempo das perguntas será de 30 segundos, respostas de um minuto e meio, réplicas e tréplicas de 30 segundos.

Celso Freitas: O candidato que se sentir ofendido poderá solicitar direito de resposta assim que o outro terminar sua fala. O pedido será analisado pela organização.

Adriana Araújo: No primeiro bloco, serão duas rodadas de confronto, em cada uma todos os candidatos vão perguntar e responder uma única vez. Para isso, o primeiro candidato a perguntar nessa rodada será obrigatoriamente o último a responder.

Celso Freitas: Os senhores também não poderão direcionar a pergunta a quem já tiver respondido.

Adriana Araújo: E de acordo com o sorteio feito agora a pouco, na presença da assessoria de todos os candidatos, a primeira a perguntar é Luciana Genro. Portanto candidata, a sua pergunta vai para quem?

Luciana Genro: Presidenta Dilma.

Adriana Araújo: A senhora tem 30 segundos, por favor.

Luciana Genro: Boa noite a todos e a todas, muito obrigada pela audiência. Eu quero começar com uma cobrança, presidenta Dilma, porque os aposentados do nosso país vêm sendo massacrados. Desde a época do Fernando Henrique, o cidadão se aposenta ganhando 3, 4 salários mínimos, e em poucos anos ele está ganhando apenas um. Isso faz com que aqueles que mais se dedicaram, mais produziram que chegam no momento de ter uma retribuição, ficam numa situação de penúria, de miséria. Você vai manter essa maldade com os aposentados? 

Dilma Rousseff: Candidata, eu queria primeiro cumprimentar a Record, os telespectadores, as senhoras e os senhores candidatos. Candidata, nós aumentamos muito a cobertura previdenciária no Brasil. Nós passamos praticamente de 37 milhões de pessoas para uma cobertura de quase 67 milhões de pessoas. Foram 30 milhões que passaram a ter a cobertura do INSS. Isso significou que houve um aumento do emprego, da formalização do trabalho, um aumento do micro e pequeno empreendedor, que passou de 170 mil micro pequenos empreendedores que pagam INSS para quase 4 milhões e 300 mil microempreendedores. Então houve um fortalecimento grande para a Previdência. Eu acredito que hoje 67% dos aposentados estão na faixa de até um salário mínimo. E nessa faixa eles tiveram um aumento real nas suas aposentadorias de 71%, de 2003 até 2014. Quando se trata de aposentados, a gente tem sempre de olhar não só os que já se aposentaram, mas os que estão prestes a se aposentar e os que se aposentarão nos próximos anos. Assim sendo, nós temos que manter…

Adriana Araújo: Tempo encerrado, candidata. Infelizmente nós temos de manter 1 e 30 para as respostas, é o momento da réplica: 30 segundos.

Dilma Rousseff: Eu continuo na tréplica.

Luciana Genro: Sim, a maioria dos aposentados ganha apenas um salário mínimo porque o Fernando Henrique desvinculou o reajuste das aposentadorias do reajuste do salário mínimo. Na época, o PT era oposição e foi contra essa maldade feita pelo Fernando Henrique. Depois, governando há 12 anos, o PT mantém essa mesma lógica e mantém também o fator previdenciário, que dificulta as aposentadorias e reduz os benefícios, alegando um suposto déficit da Previdência, quando na verdade a realidade é superavitária. A Associação Nacional dos Auditores da Receita Federal todo dia demonstra…

Adriana Araújo: Candidata, o tempo também está encerrado.

Luciana Genro: …o superávit da previdência.

Adriana Araújo: Eu peço que vocês respeitem os tempos. Réplica 30 segundos, agora tréplica 30 segundos para a candidata Dilma Rousseff.

Dilma Rousseff: Eu reitero que 67% dos aposentados tiveram um aumento de 71% acima da inflação nos últimos anos. Queria também dizer que é muito importante preservar a solidez da Previdência Social. Nós sempre estivemos abertos ao diálogo sobre quaisquer questões da Previdência, mas também temos a responsabilidade de assegurar esse que é um dos maiores patrimônios do povo brasileiro, que é o direito à Previdência. Por isso nós acabamos com as filas. 

Celso Freitas: Candidata, tempo esgotado, candidata. É a senhora que dirige a pergunta agora. 30 segundos. Para quem a senhora se dirige?

Dilma Rousseff: Olha, eu queria fazer uma pergunta, queria dirigir uma pergunta à Marina. À candidata Marina Silva.

Dilma Rousseff: Candidata, a senhora mudou de partido quatro vezes nesses três anos. Mudou de posição de um dia para o outro em problemas de extrema importância, como CLT, homofobia e pré-sal. Em um debate da Bandeirantes, a senhora disse que havia votado a favor da criação da CPMF, porque achava que era o melhor que se podia ter para a saúde. Qual foi mesmo o seu voto, candidata, como senadora, em relação à criação da CPMF?

Marina Silva: Mudei de partido para não mudar de ideais e de princípios. A CPMF é um processo que começou em 1993. Com várias etapas. Nessas várias etapas, no momento em que foi a votação do Fundo de Combate à Pobreza, que aliás foi uma iniciativa do senador Antônio Carlos Magalhães, a composição do fundo seria feita com recursos da CPMF e de impostos sobre cigarros. Naquela oportunidade, tanto na Comissão quanto no Plenário, eu votei favorável sim. Eu e o senador Eduardo Suplicy, mesmo com a oposição séria de várias lideranças do PT que à época diziam que eu estava favorecendo um senador de direita. Eu tenho total coerência com as posições que defendo e foi por isso exatamente que eu eu disse que não faço oposição por oposição, que eu sei o que é melhor para o Brasil, não só no caso da CPMF para o Fundo de Combate à Pobreza, quanto em relação à Convenção 69, para defender o direito dos índios, o Protocolo de Kyoto que o PT na época até me orientou de que talvez não fosse o mais oportuno, mas que eu consegui convencer que era o melhor para a proteção do meio-ambiente da Amazônia. E também tivemos aí uma questão importante que foi a da Reserva Legal…

Celso Freitas: Candidata, tempo esgotado. Candidata Dilma Rousseff, 30 segundos para a réplica.

Dilma Rousseff: Candidata Marina, eu não consigo entender como você consegue esquecer que votou quatro vezes contra a criação da CPMF. Nessas quatro vezes, a senhora votou não, isso consta nos anais do Senado. Atitudes como essa produzem insegurança. Governar o Brasil requer firmeza, coragem, posições claras e atitude firme. Não dá para improvisar. Então me estarrece que a senhora não lembre que votou quatro vezes contra a criação da CPMF.

Marina Silva: Eu lembro exatamente quando votei a favor. Não tenho a lógica da oposição pela oposição nem da situação raivosa, que não é capaz de dialogar em nome dos interesses do Brasil. Nem da situação cega, que só vê qualidades mesmo quando os defeitos são evidentes. Eu tive uma prática coerente a vida toda. Defendi sim a CPMF para o fundo de combate a pobreza e é mais uma das conversas que o PT tem colocado para deturpar o processo eleitoral.

Adriana Araújo: Obrigada, candidata. Tempo encerrado, mas a senhora segue agora com a palavra porque é sua vez de escolher para quem a senhora vai dirigir a sua pergunta. Só não pode perguntar para Dilma Rousseff e Luciana Genro, qualquer outro.

Marina Silva: A minha pergunta é para o senhor Aécio Neves.

Adriana Araújo: 30 segundos.

Marina Silva: Senador Aécio, nós vivemos desde 2002 o grave problema da ameaça do apagão. No governo do presidente Fernando Henrique, tivemos o improviso do racionamento. No governo atual, nós temos o grave problema de gastar bilhões com termelétricas por falta de planejamento em função de não darmos conta do grave problema de energia no nosso país. A minha pergunta para o senhor é o que fará para resolver esse grave problema. 

Aécio Neves: Candidata, todos nós sabemos que a nossa matriz energética é majoritariamente hídrica. 75% ou algo em torno disso vem das águas. Há uma necessidade eminente, urgente, de diversificarmos essa matriz energética. Infelizmente ao longo de todo esse último período de governo, não houve planejamento, porque se de um lado alguns investimentos ocorreram em parques eólicos, sobretudo no nordeste brasileiro, não houve a capacidade desse governo de planejar os investimentos em linhas de transmissão que ligariam essa energia gerada ao sistema. Infelizmente vários desses parques cujos investimentos foram feitos, portanto dinheiro público ali já gasto, não geram energia ou qualquer tipo de benefício para a população brasileira porque não foram interligados ao sistema. Um outro equívoco gravíssimo, ao meu ver, desse governo diz respeito a sua política junto à Petrobrás, que inviabilizou o etanol, talvez a grande, a mais importante fronteira tecnológica, de conhecimento que o Brasil atravessou. Apenas aquilo que poderia ser gerado através do bagaço, a biomassa, no estado de São Paulo, permitiria quase que uma Belo Monte, do ponto de vista de geração. O que nós temos que fazer é diversificação com planejamento da nossa matriz energética. 

Adriana Araújo: Candidato, antes da réplica da candidata Marina, eu só quero comunicar, informar à organização desse debate que durante essa resposta a candidata Dilma Rousseff mencionou que gostaria de direito de resposta porque o governo foi citado na pergunta de Marina Silva. A organização do debate então, candidata, vai analisar o seu pedido. Mas a gente segue agora com a réplica da candidata Marina. 30 segundos, por favor.

Marina Silva: O que precisa acabar é com o improviso, ter planejamento. Nos dois governos nós tivemos improviso. Infelizmente o Brasil, que tem o maior potencial de geração de energia limpa renovável e segura, do vento, do sol, da biomassa, não faz o seu dever de casa. Nós temos uma proposta. Trabalhar para que o Brasil tenha uma matriz energética limpa e diversificada, sem prejuízo da hidroeletricidade, vamos fazer sim os investimentos…

Adriana Araújo: Tempo encerrado, candidata.

Marina Silva: …para que o Brasil tenha uma matriz energética segura.

Adriana Araújo: Tempo encerrado, candidata. Agora tréplica, por favor. Agora a tréplica do candidato Aécio.

Aécio Neves: Candidata Marina, nós concordamos na necessidade de diversificar a matriz energética. Mas temos que fazer justiça. A senhora cita o governo do presidente Fernando Henrique, que tinha um grande desafio, de domar a inflação e tirar o perverso imposto inflacionário das costas do trabalhador brasileiro. Lutamos muito por isso. Contra o PT, inclusive lamentavelmente na tempo em que a senhora participava do PT. O governo do presidente Fernando Henrique cumpriu no seu tempo sua maior obrigação. Infelizmente esse governo não vem cumprindo a sua.

Celso Freitas: Candidato Aécio Neves, é o seu momento de fazer a pergunta. O senhor pode dirigir a pergunta a Eduardo Jorge, Levy Fidelix ou Pastor Everaldo.

Aécio Neves: Eu vou dirigir a minha pergunta ao Pastor Everaldo. Candidato, nós temos andado pelo país, todos nós, sem exceção. Tenho certeza de que o senhor, assim como eu, tem encontrado um sentimento de indignação por um lado, com as sucessivas denúncias de corrupção que não cessam no país, e de desesperança e preocupação, do outro, como por exemplo, com altos índices inflacionários, sobre tudo da inflação de alimentos, que volta a perturbar a vida das famílias brasileiras. Quais as propostas que o candidato tem para enfrentar essas duas questões?

Pastor Everaldo: Nós temos andado pelo Brasil e temos constatado que o brasileiro, você que está em casa, está com dificuldade de pagar suas prestações. Você está tendo dificuldade de fazer a compra com os mesmos recursos que você fazia há tempos atrás. Você vai no supermercado, vai na feira e não consegue comprar. Recentemente, o IBGE, órgão conceituado no Brasil, divulgou uma pesquisa de desigualdade social que foi considerada errada para consertar, porquê? O governo no ano passado gastou mais de dois milhões e meio com propaganda, mas concursos para IBGE tem sido os mais escassos possíveis. Então quando nós vemos que um órgão do governo que já teve uma credibilidade realmente, de a gente poder acreditar nos seus índices, o que que acontece? Divulga pesquisas totalmente erradas, indevidas. Eu pergunto a você, que está em casa, que conhece a inflação, que bate no seu bolso, você que vai fazer a sua compra, pode confiar nesses índices que o atual governo divulga toda hora e muda, faz contraponto para dizer que estava errado? Porque os recursos que deveriam ser colocados no investimento para gerar emprego e renda para o brasileiro são desviados no ralo da corrupção. 

Celso Freitas: Candidato, a sua réplica.

Aécio Neves: Concordo com o que diz o candidato pastor Everaldo. Infelizmente as nossas empresas públicas e as nossas instituições foram tomadas por um grupo político que as utilizam para se manter no poder. Essa é a grande realidade. A cada debate que nos encontramos há uma denúncia nova em relação à Petrobrás, por exemplo, talvez o retrato mais visível do descompromisso desse governo com a profissionalização, com resultados, e é isso que precisa mudar no Brasil: a profissionalização precisa chegar. 

Celso Freitas: Pastor Everaldo, 30 segundos para a sua tréplica.

Pastor Everaldo: Quando eu coloco para população brasileira que nós temos que reduzir o Estado, hoje que é um Estado inchado, um governo inchado, com empresas que só servem como cabide de emprego, e que servem para abastecer o foco da corrupção, lamentavelmente, se uma pessoa, um membro, um diretor indicado pelo governo declarou nos últimos dias, nas últimas horas, está na imprensa, que só ele recebeu de propina em torno de 50 milhões de reais, então não dá para se acreditar mais neste governo.

Adriana Araújo: Obrigada candidato, a gente já continua com a sua pergunta, mas antes eu preciso mais uma vez comunicar a organização do debate que a candidata Dilma Rousseff pediu um segundo direito de resposta, agora em função da menção do candidato Pastor Everaldo ao governo. Peço então a resposta em relação a esses dois pedidos de resposta, mas nós seguimos o debate, é a vez do Pastor Everaldo agora escolher um candidato para quem o senhor pode fazer a pergunta. Eduardo Jorge ou Levy Fidelix, são as duas opções.

Pastor Everaldo: Levy, vou fazer uma pergunta a você. Nos últimos doze anos, as Forças Armadas brasileiras foram sucateadas. Em torno de 90% dos equipamentos estão ultrapassados, em torno de 87% não dá nem para ser utilizado. Pergunto a você, qual a sua proposta para as forças armadas brasileiras?

Levy Fidelix: Muito obrigado, Everaldo, muito boa noite, senhores. É um tema muito interessante este, na medida que sabemos que isso não vem de agora apenas, vem lá de trás. Sabemos que as nossas Forças Armadas não só estão sucateadas em equipamentos como também falta até coturnos. Os salários estão defasados em 28% e o atual governo não consegue repor esses índices que a família militar tanto precisa e quer. E se formos observar a dificuldade que as Forças Armadas possuem hoje em defender nossas fronteiras, é muito preocupante, porque temos aí o narcotráfico, temos os países aí bolivarianos nas fronteiras que podem a qualquer momento atacar nossas fronteiras, invadirem, como já estão fazendo com o narcotráfico, podem também fazer guerrilhas, isso é muito preocupante, Everaldo. Então a minha proposta é exatamente esta: temos que aumentar o índice de apenas 3% de investimento em Forças Armadas para pelo menos 5%. Nós temos hoje 350 mil homens em armas, podemos muito bem também ampliar a nossa capacidade desse efetivo. É fundamental que a nossa nação seja realmente bem guardada. E a partir das nossas fronteiras, o reequipamento das Forças Armadas, e os seus salários repostos imediatamente.

Pastor Everaldo: Nosso compromisso com as Forças Armadas é reequipá-la com equipamentos de última geração, restabelecer a dignidade do militar, com um salário digno, porque hoje muitos estão indo para casa porque não tem o que almoçar. Nós vamos ter esse compromisso de dar um salário digno, dar condições de desenvolver o seu trabalho, proteger nossos quase 17 mil km de fronteiras secas, e eu como presidente da república colocarei um oficial da alta patente como Ministro da Defesa.

Adriana Araújo: Obrigada, 30 segundos para a tréplica.

Levy Fidelix: Everaldo, aqui não é jogo de comadre não, mas eu concordo plenamente com você. Nós somos de centro-direita, queremos a nossa pátria, pátria livre. Para tal, gente, é muito importante isso. Forças Armadas são instituições perenes, temos que dar a elas as mínimas condições de funcionamento e o atual governo está deixando isso ao léu. Sabe para que? Para que alguns anos mais sejamos fracos e possamos até ser invadidos por esses bolivarianos. É importante que saibamos disso de uma vez por todas.

Adriana Araújo: Obrigada, candidato, tempo encerrado. Bom, eu quero só dar uma resposta, candidata Dilma Rousseff, em relação aos seus dois pedidos de direito de resposta. Eles foram negados, candidata, porque a organização do debate considera que referência ao governo não significa injúria, difamação à senhora. Portanto, os pedidos de resposta foram negados e nós seguimos agora.

Celso Freitas: Candidato Levy Fidelix, é o momento do senhor encaminhar a sua pergunta ao candidato Eduardo Jorge. 30 segundos.

Levy Fidelix: Eduardo Jorge, meu tema é saúde. Você é médico, sabe que nós estamos sucateados, de ponta a ponta, população sofre nas filas dos hospitais. Enquanto isso o governo proporciona através do BNDES 100 milhões de reais para o Sírio-Libanês e ainda faz com o Mais Médicos o seguinte, traz 13 mil cubanos em vez de empregar médicos brasileiros. O que você me fala sobre isso?

Celso Freitas: Candidato Eduardo Jorge.

Eduardo Jorge: Esse é o tema de toda minha vida, posso falar muito tempo, mas falo somente de 3 assuntos. É preciso mais recursos federais, porque eles reduziram a percentagem dos recursos federais, à disposição do SUS nos últimos 12 anos, de 55% do financiamento federal, no conjunto, passaram para 45%. Ponto 2, a saúde tem que conversar com outras políticas públicas, o SUS sozinho não pode cuidar da saúde de todos os brasileiros se não tiver ajuda da área de transporte, de saneamento, de alimentação, que vão promover a saúde, o Sistema Único de Saúde não pode ser sistema único da doença, tem que ser da saúde também, e para isso a promoção da saúde, coisa que o Brasil não faz, é essencial para o orçamento e para a qualidade de vida do povo. Em terceiro lugar, o programa mais importante e que vai ordenar, que vai ser o farol para que o SUS como nós pensamos lá atrás, na constituinte de 88, 89, tenha o paradigma o sistema nacional inglês, tenha um programa de saúde da família, em qualidade e quantidade. Nesses 12 anos o programa de Saúde da Família  foi abandonado em qualidade e quantidade, e esse é o programa principal para que médico, enfermeira, e nossos queridos agentes comunitários tenham condição de conhecer as pessoas, humanizar e racionalizar o sistema, como é o sistema inglês. E quanto a CPMF, quem mudou de posição foi o PT, eu fui punido porque votei contra a CPMF para salvar a saúde, e o Lula que era contra virou a favor quando era governo.

Celso Freitas: Candidato Fidelix, 30 segundos para a sua réplica.

Levy Fidelix: Eduardo, o Brasil está pagando mais de um bilhão de reais a Cuba para trazer 13 mil cubanos que não fazem nem o Revalida. Imagina só se pudéssemos com esse mesmo dinheiro pagar os 10.700 reais, que é exatamente o que a Associação Médica Brasileira pretende para que os médicos possam trabalhar nas periferias e no interior, seria realmente o ideal. Eu creio que sendo presidente ou não, qualquer dos presidentes que vierem a assumir desses que aqui estão, deveriam repensar o Mais Médicos para só médicos brasileiros.

Eduardo Jorge: Precisou importar porque não formou, porque não prestigiou o Programa Saúde da Família, não criou a carreira nacional de base municipal para o médico de família, enfermeiro de família e agentes comunitários. De última hora, vê nas pesquisas 85% do povo crítico à saúde brasileira, inventaram esses efeitos especiais e importaram médicos. Importar médicos não é muito problema, importar escravos, semi-escravos sim é uma vergonha para o Brasil, isso desonra o Brasil, pagar 3 mil médicos cubanos e pagar 10 mil a médicos da Argentina. Isso é semiescravidão sim.

Adriana Araújo: Tempo encerrado candidato, mas agora o senhor prossegue agora fazendo uma pergunta para a candidata Luciana Genro que foi quem abriu essa rodada de perguntas.    

Eduardo Jorge: Luciana, a precificação do carbono é a tendência mundial mais importante para se transitar para o desenvolvimento sustentável e combater o aquecimento global. Quais as quatro áreas que, você, se fosse presidente, precificaria o carbono, como e por que?

Luciana Genro: Eduardo, não entendi o teu risinho, quando perguntastes se eu fosse presidente, eu posso sim ser presidente e tenho a convicção de que se todos os que concordam com as propostas que eu tenho defendido, eu posso chegar ao segundo turno. Nada deve parecer impossível de mudar.

Eduardo Jorge: Não, nada é.

Luciana Genro: E nós temos a convicção de que depois de junho de 2013, o Brasil mudou porque o povo se deu conta de que precisa atuar de forma mais firme na política, que  precisa tomar a política nas suas próprias mãos, e nós precisamos de uma nova política de verdade, Eduardo. A tua preocupação com o carbono é muito justa, mas eu me preocupo também com a necessidade de nós termos um combate ao desmatamento, que é uma das maiores fontes de poluição no Brasil. Nós temos 5 mil quilômetros quadrados de áreas florestais sendo desmatadas a cada ano. Em 2013, o desmatamento da Amazônia aumentou em 28%. E a agropecuária ocupa mais de 70% da área de florestas no Brasil, da área desmatada, e é um dos mais relevantes vetores de desmatamento. É preciso que o Brasil tome conta de suas florestas, porque garantir o futuro da nossa nação significa preservar o nosso meio ambiente, e para preservar o nosso meio ambiente é preciso ter uma postura dura contra o agronegócio que é o principal vetor de desmatamento na Amazônia. 

Eduardo Jorge: Bom, sem querer você respondeu, porque a precificação dos 4 elementos principais são esses, o combustível fóssil, o desmatamento, o boi para abate e o lixo. Quem sabe, quem conhece o inventário de gás efeito estufa no Brasil sabe, esses são os 4 setores que tem que ser precificados, o carbono, para você transitar para o desmatamento zero, para o lixo zero, para alimentação saudável e para os combustíveis limpos na matriz energética. A precificação é o instrumento.  

Adriana Araújo: Tempo encerrado, candidato. Agora é a tréplica da candidata Luciana Genro, 30 segundos.

Luciana Genro: Não foi sem querer, Eduardo. Agora, eu vejo que tu tens uma postura muito semelhante a mim em várias pautas progressistas. Só que eu me preocupo porque eu acho, Eduardo, que é muito difícil se avançar nas pautas progressistas que defendemos com o tipo de alianças que tu e o teu partido costumam fazer. Tu fostes secretário do Kassab, tu fostes secretário do Serra, tu destes guarida para os governos mais autoritários e truculentos, que são os governos do PSDB, o PV tem se aliado a esses governos com frequência. Como defender…

Adriana Araújo: Tempo encerrado, candidata.

Luciana Genro: Pautas progressistas junto da direita?

Adriana Araújo: Por favor, candidata. Obrigada. E agora nós já seguimos direto para mais uma rodada de confronto entre os candidatos, pelo sorteio realizado na presença de todas as assessorias. A próxima candidata a perguntar é Marina Silva. Por favor, candidata.  

Marina Silva: À presidente Dilma.

Adriana Araújo: Por favor, 30 segundos.

Marina Silva: Dilma, o setor de produção de álcool combustível tem pago um alto preço no atual governo, no seu governo, cerca de 70 usinas fechadas, 40 em recuperação judicial, perda de emprego, cerca de 60 mil empregos perdidos. Mesmo depois do presidente Lula ter estimulado o setor. O que aconteceu para que você mudasse o rumo da política causando tanto prejuízo econômico e desemprego no nosso país? 

Dilma Rousseff: Antes eu vou responder algumas questões que sou impedida de responder. Primeiro, o Brasil tem o maior programa de remédios gratuitos de todo o mundo. Nós damos remédios gratuitos para hipertensão, diabetes e asma, portanto mais de 18 milhões de remédios em milhares de farmácias populares espalhadas pelo Brasil. Segundo, eu queria dizer que nós reequipamos e modernizamos as Forças Armadas. AS Forças Armadas hoje tem não só equipamento mas um plano estratégico de internalização de tecnologia de defesa. Não só no caso de submarinos, mas dos caças e também de armamentos. Quero também destacar que o país precisa de 70 mil megawatts no horizonte até 2023, assim sendo é muito difícil, extremamente difíci,l alguém querer solucionar o problema de energia elétrica baseado pura e simplesmente em energia que não seja a hidrelétrica. E baseado também em outras fontes, como a eólica, é importante, a biomassa é importante, mas é fundamentalmente energia hidrelétrica. Queria também falar ao candidato Aécio que é estranho ele falar em inflação quando o ministro que ele escolheu para ser ministro da Fazenda levou a inflação…

Adriana Araújo: Candidata, candidata, seu tempo está esgotado, candidata. Por favor, agora réplica da candidata Marina.

Marina Silva: Não respondeu o que era mais importante, que a política de etanol do seu governo é um fracasso, destruindo 60 mil empregos, prejudicando o setor. Eu vou repetir, Dilma, 70 usinas foram fechadas, 40 estão em recuperação judicial, e você não respondeu a questão importante, por que mudou as prioridades que o presidente Lula tanto falou durante o seu governo. 

Adriana Araújo: Obrigada, 30 segundos para a tréplica.

Dilma Rousseff:  Ao contrário, responderei. A política de etanol do meu governo foi baseada naquilo que você é contra, o que que é? Subsídio, nós demos subsídio para o etanol através de financiamento, demos também desoneração de PIS/COFINS, e além disso autorizamos aumentar a mistura de 25% para 27,5%. Então nós temos um conjunto de medidas para reforçar o setor de etanol. 

Celso Freitas: Candidata Dilma é quem dirige a pergunta agora. A senhora aponta a a pergunta para quem?

Dilma Rousseff: Eu vou fazer a pergunta para a candidata Marina.

Adriana Araújo: Não, para a candidata Marina não pode.

Dilma Rousseff: Então eu sou a primeira ou a segunda?

Celso Freitas: A senhora é a segunda.

Dilma Rousseff: Perfeitamente. Então, farei para o candidato Aécio. Candidato, em seu discurso proferido na Câmara em março de 1997 o senhor declarou que pode ser inclusive que chegue o momento de discutirmos a privatização da Petrobrás, mas não será agora. Recentemente o senhor voltou ao tema, dizendo “a Petrobras não está no radar de privatização do PSDB”. Eu queria, candidato, dois esclarecimentos. Primeiro: o senhor assumiria aqui o compromisso de nunca colocar a privatização da Petrobras no radar e quais privatizações que estão no radar?

Aécio Neves: Senhora candidata, eu tenho sido absolutamente claro no que diz respeito à Petrobras. Nós não vamos privatizá-la,  inclusive o projeto de lei que proíbe de privatizar é do PSDB. Eu vou reestatizá-la, eu vou tirá-la das  mãos desse grupo político que tomou essa empresa e está fazendo aquilo que nenhum brasileiro poderia imaginar. Negócios há 12 anos, senhora presidente e senhora candidata, e a senhora era presidente do Conselho de Administração dessa empresa, é vergonhoso, eu expresso aqui a indignação de milhões de brasileiros. As denúncias não cessam, a última dessa semana é de que o coordenador da sua campanha, é preciso que isso seja comprovado mas a denúncia está em uma importante revista, buscou desse esquema de propinas recursos para financiá-la. Eu prefiro não acreditar nisso, mas não há, candidata, e eu vou falar aqui de forma muito franca, não há um sentimento de indignação, eu não vejo em momento algum a senhora dizendo ‘não é possível que fizeram isso nas minhas barbas, sem eu saber o que estava acontecendo’. Não, candidata, essa indignação está faltando, mas eu a expresso aqui e aproveita ainda para lembrar, porque a história não pode ser reescrita, que quando nós assumimos o governo, com o presidente Fernando Henrique, a inflação era de 916% ao ano, levamos a 7, eleição do Lula levou a 12. A senhora será a primeira presidente pós plano real, pós redemocratização, que vai entregar uma inflação maior do que recebeu. 

Dilma Rousseff: Candidato, eu combato a corrupção para fortalecer a Petrobras. Tem gente que combate para usar as denúncias de corrupção para enfraquecer a Petrobras. Eu registro que os senhores foram sempre favoráveis a uma relação com a Petrobras de privatização, é eleitoreiro falar que o senhor vai reestatizar, aliás o senhor vendeu uma parte das ações a preço de banana, e tentaram tirar o ‘Bras’ do nome Petrobras, ‘Bras’ de Brasil, porquê? Para vender mais fácil no exterior.

Aécio Neves: Eu não vendi nada, candidata, mas eu vou voltar aqui ao tema que é central, e quero falar ao telespectador e telespectadora, apenas a denúncia, vou ficar apenas nela, do diretor, nomeado pelo seu governo, pelo governo do PT, e mantido no seu governo, apenas aquilo que ele assume que foi desviado da Petrobras, permitiria que 450 mil crianças, seu filho por exemplo, estivesse numa creche, possibilitaria que 50 mil casas do Minha Casa, Minha Vida tivessem sido construídas. É aí que está o dolo, é isso que a corrupção impacta a vida das pessoas.

Adriana Araújo: Ok. Agora o senhor segue. O candidato Aécio Neves segue com a palavra escolhendo para quem vai a sua pergunta. Só não pode ser para a candidata Dilma Rousseff nem para Marina Silva.

Aécio Neves: Eu vou fazer a pergunta ao candidato Eduardo Jorge. Candidato, nós assistimos diariamente o governo falar em pleno emprego. Eu percebo que o Brasil caminha para se transformar num país de pleno emprego de 2 salários mínimos. Nós sabemos que os empregos, que pagam as melhores remunerações, sobretudo da indústria, estão indo embora. Nós sabemos também que um quadro recessivo como aquele que estamos vivendo hoje gerará no futuro mais desemprego. Qual a opinião do candidato em relação ao que fazer, de que forma fazemos o Brasil voltar a crescer e gerar emprego de melhor qualidade?

Eduardo Jorge: Primeiro uma lembrança para Luciana, eu já expliquei para ela mas ela não entende porque faltou à aula de História do Século 20, o PV não é um partido pró-capitalista nem pró-socialista, é um partido ecologista. Se nós temos chance de ajudar, seja um governo conservador ou um governo de esquerda, nós vamos ajudar a eles avançarem em direção ao desenvolvimento sustentável. Essa é a nossa missão, é diferente de um partido de extrema esquerda marxista e leninista, tem suas leis, suas dogmas, seus Vaticanos, é diferente. Quanto à sua resposta, Aécio, a nossa proposta é que hoje a taxa de juros SELIC, do jeito que está, 11%, na verdade inibe o crescimento na indústria, tem muito industrial que aplica para virar rentista, para não se arriscar e por isso ele viaja, passa dois meses em Miami garantindo seu lucro pelo rentismo, então a principal proposta do PV é trazer a taxa SELIC progressivamente para um nível civilizado, talvez nível da inflação, como outros países praticam, com isso liberar dinheiro para o nosso orçamento para avançar na saúde, na educação, na agricultura, e por outro lado ativar o crescimento industrial de serviços da agricultura, isso vai dar mais trabalho, mais renda pro trabalhador, que por sua vez vai alimentar o crescimento, essa é nossa ideia, o crescimento, não a estagnação proveniente dessa ditadura dos rentistas no brasil.

Adriana Araújo: Sim, o senhor pode seguir com a réplica. 30 segundos.

Aécio Neves: Só estou aguardando que o cronômetro zere. Candidato, na verdade nós só vamos voltar a crescer no momento em que o Brasil voltar a ser respeitado, no momento em que resgatarmos a credibilidade nas regras que aqui são praticadas, essa é uma outra herança macabra, perversa, do atual governo, a desconfiança generalizada em relação ao Brasil. Na minha proposta de governo, nós vamos elevar a taxa de investimento da nossa economia, hoje 18% do PIB, para algo em torno de 23, 24% do PIB, porque nós temos time de alta qualidade para permitir que os investimentos privados voltem a nos ajudar a gerar emprego no Brasil. 

Adriana Araújo: Ok. Tempo encerrado, a tréplica.

Eduardo Jorge: Eu gostaria de crer nisso, mas na verdade PSDB, PT e PSB são muito próximos nas suas propostas econômicas, aliás das mesmas famílias, mesma família socialista com temperos capitalistas e liberais. Não vejo muitas diferenças nas propostas do PSB, PSDB e do PT, tem que olhar com uma lupa para ver as diferenças.

Adriana Araújo: O senhor concluiu?

Eduardo Jorge: Sim.

Adriana Araújo: Então, seguimos.

Celso Freitas: Muito bem, o candidato Eduardo Jorge agora formula a sua pergunta que pode agora ser feita ao candidato Levy Fidelix, Luciana Genro ou ao Pastor Everaldo. 30 segundos, candidato.

Eduardo Jorge: Esquerda ou direita?

Adriana Araújo: Para quem vai sua pergunta, candidato?

Eduardo Jorge: Eu vou para a direita aqui, perguntar para a direita. Um dos dramas hoje do Brasil, que pouca gente sabe, mas estudos científicos já provaram, e a faculdade de medicina de São Paulo tem se destacado nesse setor, é que morre uma pessoa por dia a cada um milhão de habitantes das cidades brasileiras por causa da poluição do ar, não sei se você sabia disso. Um estudo recente estudou o estado de São Paulo e são 44 pessoas por dia. No Brasil, cerca de 200 por dia, por causa da poluição do ar, diesel e gasolina. Qual a sua atitude para enfrentar essa calamidade na Saúde Pública brasileira?

Pastor Everaldo: Eduardo, lamentavelmente não morre só pela poluição do ar, no ano passado foram mais de 50 mil brasileiros que morreram, não só pela poluição do ar, mas pela falta de saúde, por violência na rua… Então nossa proposta, inclusive o governo desonerou, tirou a CID da gasolina, que é um combustível poluente, e deixou a CID em cima do etanol, quer dizer, prejudicando mais ainda a poluição do ar. Então, eu tenho a convicção que fazendo as políticas corretas a respeito do meio ambiente, nós defendemos um meio ambiente saudável, sustentável, o PSC defende dessa forma. Então eu acredito que com a política correta nós vamos evitar as mortes não só pela poluição do ar, mas outras mortes que tem acontecido no país por falta de estrutura, e você que é médico já falou sobre isso, da situação que hoje quantas pessoas chegam no hospital, e estão morrendo porque não tem atendimento, não tem médico, não tem remédio, não tem aparelho funcionando para fazer os exames necessários. Então nossa preocupação no meio ambiente é com um todo, não apenas com o aspecto de estar essa poluição que nós vendo aí e que as pessoas realmente tem sofrido de maneira drástica nesse país.

Eduardo Jorge: O pastor acertou muito bem na questão do CID, esse realmente é um elemento muito importante para estimular o combustível mais limpo nas cidades, mas quero voltar a insistir nesse ponto, a presidenta, o seu Ministro da Saúde, não falam nada sobre isso, são 60 mil brasileiros que vão morrer esse ano por causa da poluição do ar. E o Brasil, erradamente, na contramão da história já colocando petróleo cada vez mais na nossa matriz energética, portanto comprometendo definitivamente o ar das cidades brasileiras por décadas.

Celso Freitas: Pastor Everaldo, 30 segundos para a sua tréplica.

Pastor Everaldo: Entre outros aspectos que você falou nessa situação, nós temos que aumentar a fiscalização também sobre veículos, caminhões, veículos de passeio, ônibus, que efetivamente colocam uma poluição muito grande principalmente nas grandes cidades. Nós que viajamos pelo Brasil todo, nós temos visto que falta de mobilidade urbana adequada tem provocado engarrafamentos quilométricos, e com isso tem ajudado a poluir o ar e causando essas trágicas mortes.

Adriana Araújo: Agora é o Pastor Everaldo que segue escolhendo para quem o senhor vai perguntar. Pode ser para o Levy Fidelix ou para a Luciana Genro.

Pastor Everaldo:  Levy, sem ser um jogo de compadres, mas eu vou falar com você o seguinte. Lamentavelmente eu tenho que voltar a um assunto que continua sendo manchete do noticiário: o escândalo da corrupção na Petrobras. A candidata do governo era Ministra das Minas e Energia, era presidente do Conselho de Administração, e atual presidente da república, e disse que não tinha menor ideia do que estava acontecendo. Você acredita que também ela não tem a menor ideia do que está acontecendo em outros setores do governo?

Levy Fidelix: Meu amigo Everaldo, não só não tem a menor ideia disso como em outras coisas. Por exemplo, no debate, acontecido na TV Aparecida, eu coloquei porque havia lido naturalmente, que o orçamento nacional hoje é da ordem de 2 trilhões, 488 bilhões, e 800 milhões de reais. A candidata, talvez desinformada, colocou que seria 5 trilhões. Isso é lamentável mesmo porque para dirigir um país, dirigir uma nação, você não ter um mínimo conhecimento do valor do seu orçamento, imagina o resto. Então isso é preocupante. Não estou querendo com isso ofendê-la, mas isso foi um deslize, isso pode acontecer na nossa vida. Agora realmente nos preocupa muito essa questão desses escândalos que sucessivamente têm ocorrido em nossa nação. Petrobras, já tivemos também outros escândalos, né? E a preocupação maior da população é exatamente ter solução nessas questões que a todo momento, cotidianamente, ocorrem, e que fim terá isso? Não sabemos, porque o Judiciário é lento, o Ministério Público acusa mas não prossegue, e a minha preocupação é que daqui a pouquinho teremos mais outros escândalos, ao que tudo indica o Youssef vem de novo com outros escândalos aí; Até que ponto nós vamos aguentar essa corrupção desenfreada do atual governo?

Pastor Everaldo: Por ter falado sobre este assunto no programa eleitoral do PSC, envolvendo membros do atual governo, a candidata tirou 1 minuto do nosso tempo de televisão. Uma atitude antidemocrática, autoritária. No Brasil do atual governo, falar a verdade é proibido. Se um funcionário da Petrobras, indicado pelo atual governo, disse que recebeu mais de 50 milhões de reais de propina, imagina os seus chefes. Lamentavelmente.

Adriana Araújo: Candidato Levy, o senhor segue agora com 30 segundos de tréplica.

Levy Fidelix: Everaldo, já tivemos alguns escândalos aí bem recentes, mensalão, e outros que ainda estão por surgir. Eu creio que até o final dessa eleição, ao que tudo indica, vem o tal do Youssef com suas denúncias, após o Paulo, né. Eu acho que essa eleição não vai terminar bem desse jeito. Não sei, os três que estão pontuando poderão ter alguma surpresa com os três menores que aí estão, né? Vamos ver o que o povo decide no dia 5 de outubro próximo. Vamos lá.

Adriana Araújo: Sim. Antes de prosseguirmos, gostaria de registrar mais uma vez que durante o confronto de ideias entre o Pastor Everaldo e o Levy Fidelix, os dois candidatos, a candidata Dilma Rousseff pediu novamente o direito de resposta, pedido que será analisado pela comissão organizadora do debate.

Celso Freitas: Candidato Levy Fidelix, é o momento do senhor encaminhar a sua pergunta a candidata Luciana Genro.

Levy Fidelix: Senhora Genro, você sabe que nós temos posições às vezes radicais, à direita e você à esquerda, e o universo conspira a nosso favor quando se trata de macroeconomia. A candidata Marina ao que tudo indica está muito bem acompanhada de sonegadores, banqueiros e ao que tudo indica está muito satisfeita por não tratamos desse assunto hoje. Mas vamos lá. Você acha que nós temos condição de pagar anualmente 250 bilhões reais em juros tirando dos nossos sofridos cofres?

Luciana Genro: Pois é, Levy, eu sou radical mesmo, eu quero ir à raiz dos problemas, e aí o Eduardo faltou na aula de sociologia, Eduardo. Porque na aula de sociologia a gente aprende que tem classes sociais e tem lado na política, não dá para defender pautas progressistas e estar junto com governos da direita, não se avança em pautas progressistas com governos de direita. E é verdade, Levy, nós temos no Brasil as mais altas taxas de juros do mundo, isso significa endividamento paras famílias. 60% das famílias brasileiras estão endividadas, 57 milhões de pessoas já não conseguem mais pagar suas dívidas em dia por causa das taxas de juros. A presidenta Dilma aumentou a taxa de juros 9 vezes em apenas um ano, isso significa ganhos para os bancos e perdas para a população,perdas  para as famílias, e também desemprego. O IBGE divulgou um dado muito trágico, nós temos um índice de desemprego entre os jovens de 18 a 25 anos que chega a 14%. Isso significa que as empresas estão especulando no mercado financeiro, colocando seu dinheiro lá para render as altas taxas de juros, ao invés de investir na produção, que gera empregos, salários, desenvolvimento. E a concentração de renda aumenta cada vez mais. O Brasil inclusive subiu no ranking do país que mais tem bilionários do mundo. Nós temos 61 bilionários, que possuem uma fortuna acumulada de mais de 150 bilhões de dólares. 

Celso Freitas: 30 segundos para a sua réplica, Levy Fidelix.

Luciana Genro: Essa é a realidade do Brasil, Levy.

Levy Fidelix: Por isso, Luciana, a minha proposta mater, matriz, é mudar o modelo de desenvolvimento nacional do bancário financeiro, que controla inflação, que tiraniza o povo, para o da produção e produtividade, integral, onde se efetivamente com mais produção, com mais produtividade, nós teremos um país que realmente tenha futuro para seus filhos, onde educação, saúde, moradia, e acima de tudo nossos velhinhos que tão aí com esse fator previdenciário poderão receber salários no futuro compatíveis com suas necessidades. Exatamente o que eu defendo como você também.

Luciana Genro: Além do mais, Levy, não se pode fazer essa política de segurar a inflação com altas taxas de juros, essa política só resulta no que nós estamos vendo agora. O Brasil se endividando cada vez mais e o povo se endividando cada vez mais, com os bancos lucrando. Nós podemos segurar a inflação com os preços administrados pelo governo, que aliás subiram acima de 200% da inflação. A luz, a energia elétrica o governo está pagando, está dando empréstimo para as distribuidoras, que o povo vai pagar. E tanto a Dilma, a Marina e o Aécio… 

Adriana Araújo: Obrigada candidata. Candidata, tempo encerrado. Muito obrigada. Eu quero comunicar que durante essas respostas a comissão concedeu 30 segundos de direito de resposta à candidata Dilma Rousseff porque ela foi mencionada em um confronto anterior. Eu peço a platéia que não se manifeste, por favor. Porque ela foi mencionada em um confronto anterior. A senhora tem 30 segundo, candidata.

Direito de resposta Dilma: Na verdade, uma coisa tem de ficar clara. Quem demitiu o Paulo Roberto fui eu. E quem a Polícia Federal do meu governo investigou todos esses malfeitos, esses crimes e esses ilícitos. Eu quero dizer que sou a única candidata que apresentei propostas concretas de combate à corrupção, principalmente a impunidade. Como por exemplo tornar o crime de Caixa 2 um crime eleitoral. Eu quero também… Só tenho 30 segundos? Ótimo. Eu vou usar meu tempos nas outras respostas.

Adriana Araújo: Obrigada, Então agora nós seguimos com os confrontos. Agora é a vez então da candidata Luciana Genro, que vai ser a última a perguntar. A senhora só pode perguntar para a candidata Marina Silva.

Luciana Genro: Perguntarei para a Marina.

Adriana Araújo: 30 segundos.

Luciana Genro: Marina, tens dito que defendes uma nova política. Mas a tua nova política é muito parecida com o PSDB. Inclusive teus economistas são ligados ao PSDB, e têm defendido uma política econômica que vai gerar mais desemprego e mais arrocho salarial para o povo. Além disso a tua nova política também beneficia os bancos, que inclusive são financiadores da tua campanha, os bancos e as empreiteiras. Eu quero saber como é que tu vai fazer uma nova política com esses aliados.

Marina Silva: Primeiro você tem que entender o que significa nova política. A nova política não é monopólio da esquerda. Não é um monopólio também da direita. Aliás, a nova política é praticada pela sociedade. Esse discurso de que existe um grupo que é o supremo bem e o outro é o supremo mal, isso é uma visão autoritária do mundo. Porque você tem o poder de dizer, decretar, quem é o bem e quem é o mal. A nova política tá sendo feita sim pela sociedade brasileira, que tem a capacidade de fazer as mudanças que o Brasil precisa. Hoje nós vemos um movimento no Brasil inteiro que quer melhorar sim a qualidade da política, que não é mais dirigido pelo partido, pelo sindicato, pela liderança carismática, pela UNE, pelo DCE, pelas ONGs. É o que eu chamo de ativismo da sociedade, o ativismo autoral. Existem pessoas que não sao capazes de compreender isso e acham que vai ficar eternamente com esse discurso de que a nova política é um monopólio daqueles que se auto-intitulam da esquerda. Eu sou sim parte desse processo. Não sou sozinha, estou com a sociedade, defendemos uma nova maneira de governar, de fazer escolhas e vamos sim mudar o Brasil com ajuda da sociedade brasileira.

Luciana Genro:  A nova política da Marina é assim: ela recebe pressão do agronegócio, cede, e diz que nunca foi contra transgênicos. A pressão dos banqueiros, ela cede, dizendo que vai dar autonomia para o Banco Central. A pressão dos reacionários do Congresso Nacional, que eu não chamo de evangélicos porque evangélicos não endossam essa política homofóbica defendida pelo Malafaia, mas ela cede aos reacionários do Congresso Nacional e joga na lata do lixo o seu programa de defesa dos direitos LGBTs. Essa é a nova política da Marina, mais velha do que… a história.

Marina Silva: A nova política que eu pratico é exatamente para evitar esse tipo de atitude, que espalha boatos, que espalha calúnias, sem nenhum compromisso com a verdade. Isso é velha política. É por isso que eu disse que existe velha política de direita, mas também existe velha política de esquerda, que faz a mentira, que espalha o boato, que não se preocupa com os fatos. Eu tenho uma atitude, uma história progressista no Congresso Nacional, o tempo todo reafirmo minhas posições…

Adriana Araújo: Obrigada, candidata.

Marina Silva: …elas são as mesmas desde sempre.

Adriana Araújo: Obrigada, candidata. Tempo encerrado. E assim nós encerramos o primeiro bloco desse debate.

Celso Freitas: Depois do intervalo nós voltamos com as perguntas dos jornalistas do grupo Record. Eleições 2014, o voto na Record.

Adriana Araújo: Estamos de volta com o debate entre os candidatos a presidência, com transmissão simultânea pelo portal R7 e cobertura completa da Record News.

Celso Freitas: Agora é a vez das perguntas dos jornalistas do grupo Record. Cada candidato responderá e comentará uma única vez. Os tempos são 1 minuto e meio para respostas e 30 segundos para comentários.

Adriana Araújo: A primeira a perguntar é a repórter especial do Jornal da Record, Christina Lemos. Boa noite, Christina. Para quem vai a sua pergunta e quem comenta?

Christina Lemos: Boa noite, Adriana, boa noite a todos. A pergunta é para a candidata Dilma Rousseff com comentário de Marina Silva. Candidata, a segurança pública continua no topo da lista dos cidadãos brasileiros. Recentemente a senhora propôs ampliar a participação e as atribuições do governo federal nas ações de combate à violência. Mas mesmo experiências que pareciam bem sucedidas, como as Unidades de Polícia Pacificadora, começam a mostrar algum esgotamento e não atendem à enorme necessidade de segurança. Isso está ficando cada mais claro. Eu pergunto à senhora: pelos próximos 4 anos, o crime vai continuar vencendo a ordem? A senhora tem uma nova estratégia para enfrentar a enorme necessidade de segurança pública?

Dilma Rousseff: Boa noite, Christina. Eu tenho, Christina. Minha nova estratégia é aproveitar uma bem sucedida, uma excelente iniciativa, que foi a integração das polícias durante a Copa. A Polícia Federal, Rodoviária Federal, Força Nacional de Segurança Pública e as Estaduais com apoio do Exército Brasileiro. Eu pretendo mudar as regras jurídicas e garantir que a União, o governo federal, possa participar do combate à corrupção. Porque esse combate é essencial. O crime atua coordenadamente, enquanto as forças da ordem e da segurança pública atuam de forma desorganizada. O governo federal quer entrar sim para modificar esse quadro, criando centros de comando e controle em todos os estados, atuando em conjunto com todos os estados. Só assim, eu acredito, nós combateremos o crime organizado. Agora, eu queria acrescentar uma coisa. Ao longo da minha vida eu tenho tido tolerância zero com a corrupção. Eu não varro crimes para debaixo do tapete. Eu não criei nenhum ‘engavetador geral da República’. Pelo contrário, sou a única candidata que apresentou cinco propostas para combater a impunidade, que é a proteção do crime. Por exemplo, tornar crime o caixa 2 e tornar os servidores públicos… 

Adriana Araújo: Ok, candidata, tempo encerrado, candidata. Agora seguimos. Por favor, candidata, eu peço que a senhora respeite o tempo. E trinta para a resposta. E agora seguimos. Agora é o comentário da candidata Marina Silva, trinta segundos.

Marina Silva: Cerca de 56 mil pessoas são assassinadas por ano. A maioria delas são jovens, de até 27 anos, das periferias do nosso país. Infelizmente as políticas erráticas do atual governo têm colaborado para esse tipo de crime e de violência. No nosso governo, nós vamos atuar em parceira com os estados para ajudar a resolver o problema da segurança pública.

Celso Freitas: Tempo esgotado. Agora é a vez do repórter especial do Jornal da Record, Eduardo Ribeiro, formular a sua pergunta. Boa noite, Eduardo.

Eduardo Ribeiro: Boa noite Celso, boa noite a todos. A minha pergunta vai para o candidato Aécio Neves e eu gostaria que o comentário fosse da candidata Dilma Rousseff. Candidato, apesar de todo o debate nacional e do amplo acesso do seu partido aos veículos de comunicação, nas duas últimas eleições, a ideia, o projeto defendido pelo senhor não foi aprovado pelos brasileiros. Alckmin não conseguiu vencer Lula em 2006 e Serra não conseguiu vencer Dilma em 2010. Daí, a gente pensa o seguinte. A uma semana das eleições, o senhor não tem sequer conseguido encostar na segunda colocada nas intenções de voto. É o povo brasileiro que não soube votar, candidato, ou na sua opinião é o projeto do seu partido que não tem atendido à expectativa do eleitor?

Aécio Neves: Olha, em primeiro lugar, eu me orgulho muito da trajetória do meu partido. O Brasil não teria avançado até aqui se não fosse o plano real, se não tivéssemos modernizado nossa economia, se não tivéssemos implementado a lei de responsabilidade fiscal no Brasil, se opondo ao PT, sempre se opondo a esses avanços extraordinários. Eu me permito atualizá-lo: as últimas pesquisas, todas sem exceção, mostram que a única candidatura que cresce em todas as regiões do Brasil é a nossa, porque as pessoas estão compreendendo de forma muito clara que a mudança precisa vir acompanhada de consistência, de quadros qualificados, aproveito inclusive para agradecer o elogio de uma candidata aos quadros do PSDB, da área econômica, porque é isso mesmo, quando se elege um candidato à presidência da república, se elege um governo, portanto a nossa proposta é absolutamente coerente com tudo que nós praticamos ao longo da nossa vida. Eu não sou candidato à presidência para colocar um retrato de um partido político na parede não, eu sou candidato porque nós construímos um projeto para o Brasil, para melhorar a sua vida, a saúde, trazer mais empregos a partir do crescimento, melhorar a qualidade da educação, nós estamos prontos para fazer uma grande revolução no país, com ética, com decência e com competência, e por isso as pesquisas começam a sinalizar que estaremos no 2o turno, com quem exatamente ainda não sei.

Celso Freitas: Candidata, 30 segundos.

Dilma Rousseff: Eu acredito que o povo, apesar de muita gente achar que não, tem memória. O povo do Brasil lembra que o PSDB quebrou o país três vezes. Lembra que praticou as maiores taxas de juro de toda a história. Num determinado momento, chegou a ter taxa de juro de 45%. Enquanto nós não, nós reduzimos as taxas de juro que hoje são as menores da história. Desemprego em torno de 11,7%. É por isso.

Adriana Araújo: Tempo encerrado, candidata, obrigada. Agora é a vez de Heródoto Barbeiro, âncora do jornal da Record News. Boa noite, Heródoto. Para quem vai a pergunta e quem comenta, por favor?

Heródoto Barbeiro: Boa noite. A pergunta vai para a candidata Marina Silva e o comentário para o candidato Aécio Neves. Candidata Marina, a senhora assegura que passou fome na infância, na juventude, e por isso disse que jamais acabaria com programas sociais do governo como Bolsa Família e Fome Zero. No entanto, seus principais conselheiros econômicos, principalmente os professores Eduardo Giannetti e André Lara Rezende, têm outra origem, não passaram fome e não tem muita simpatia com os programas sociais como a gente imaginava que eles tivessem. Afinal, se a senhora fosse eleita presidente da república, quem decidiria sobre a manutenção desses programas sociais no seu governo?

Marina Silva: Quem vai decidir a manutenção dos programas sociais no meu governo é a sociedade brasileira, que já tomou outro caminho, que não tem a política mesquinha de achar que a política de governo que dá certo é favor ou deve ser privatizada por um partido. E essa história que para defender os direitos dos trabalhadores, das pessoas mais humildes, tem que pertencer à mesma condição, isso não é verdade. Conheço muitas pessoas que nasceram em berço de ouro e têm compromisso com a justiça social. Conheço pessoas que tem compromisso com a justiça social, nós não temos essa visão mesquinha de que somente aquelas que se intitulam da esquerda ou que passaram por situações difíceis como eu passei….a história se faz com homens e mulheres de bem e pessoas boas existem em todos os lugares e em todas as classes. E eu tenho compromisso sim de manter os programas sociais e de uma forma injusta e mentirosa estão dizendo que eu vou acabar. Eu reitero: minha equipe de governo, no nosso programa, nós nos comprometemos a manter sim as conquistas já alcançadas pelos governos anteriores. Vamos corrigir os erros, principalmente a corrupção que drena o dinheiro que poderia ir para a saúde, educação, bolsa família, Minha Casa Minha Vida, e vamos fazer o investimento sim, em benefício… 

Adriana Araújo: Tempo encerrado, trinta segundos para o comentário do candidato Aécio.

Aécio Neves: No meu governo serei eu que irei decidir, e manterei os programas sociais até porque boa parte deles foi iniciada no nosso governo. E vou aprimorá-los. E vejo com certa estranheza a candidata Marina se queixar muito hoje das ofensas, calúnias, boatos, de que os candidatos de oposição vão acabar com os programas. Esses boatos existem e sempre existiram. Existiram contra nós quando a senhora estava no PT e não me lembro de nenhuma palavra da senhora contra esse tipo de política que o PT continua praticando.

Celso Freitas: Agora, Nirlando Beirão, colunista do portal R7, é quem faz a pergunta. Para qual candidato e qual comentarista?

Nirlando Beirão: Boa noite, Celso. Eu quero fazer uma pergunta para o Pastor Everaldo. Eu peço o comentário do Levy Fidelix. Em troca do seu apoio, o senhor cobraria algum cargo num eventual governo Marina Silva? Por quem, aliás, o senhor já demonstrou simpatia e alegou afinidade?

Pastor Everaldo: Desconheço essa afirmativa de ter manifestado simpatia por qualquer pessoa. Eu estou como candidato até a semana que vem, dia 5. Eu creio que estou trabalhando e segundo o que eu aprendi ao longo da história, eleição e mineração, só depois da apuração. Então tenho que esperar até o dia 5, estou trabalhando, e você que está em casa, cidadão, cidadã, que não está conseguindo pagar as suas contas porque a inflação de verdade, a inflação que bate no seu bolso está corroendo o seu salário, isso que nós estamos propondo com o enxugamento da máquina pública, diminuir o peso do Estado, para que os recursos que hoje estão saindo no ralo da corrupção, que estão sendo jogados foda nesse antro de corrupção que lamentavelmente campeia a máquina do governo brasileiro, possa ser aplicado diretamente na educação, na saúde e na segurança pública. Então eu estou trabalhando e acreditando que no dia 5 de outubro, domingo que vem, a população vai dar uma resposta diferente deste quadro que aparentemente está acontecendo hoje. Então dia 5 de outubro, aí sim, nós vamos ver. Eleição e mineração, só depois da apuração.

Levy Fidelix: Everaldo, eu não tenho honestamente nem utopia de ganhar, até porque quem ponteia hoje é quem possui melhores recursos, grandes empreiteiras, bancos, estamos investindo muito pouco porque essa famigerada lei partidária não nos permite isonomia e igualdade. Se eu sair dessa eleição apenas com o fato de que essas questões da macroeconomia sejam discutidas num bom nível, que o Brasil vai ganhar no mínimo 10, 20 bilhões de reais que serão importantes.

Adriana Araújo: Obrigada, agora eu chamo novamente a jornalista Christina Lemos para fazer mais uma pergunta. Por favor, Christina.

Christina Lemos: A pergunta vai para a candidata Luciana Genro, com comentário do Pastor Everaldo. Candidata, a senhora é favorável à legalização do aborto? Se eleita, vai trabalhar para promover a mudança na legislação, ampliando os casos em que a prática pode ser adotada? E quais seriam as regras?

Luciana Genro: Sim, sou favorável porque o aborto é uma realidade. Infelizmente, 800 mil abortos ocorrem todos os anos no Brasil. E a cada dois dias morre uma mulher vítima de aborto clandestino. Acho que ninguém é a favor do aborto, ninguém quer o aborto como método contraceptivo, ele é um drama para qualquer mulher. Eu fui mãe aos 17 anos, tive apoio do meu companheiro e da minha família, mas muitas mulheres não têm esse apoio, e o Estado brasileiro não oferece este apoio para a mulher que está diante de uma gravidez indesejada, muitas vezes desesperada. O Uruguai legalizou o aborto e ofereceu uma rede de apoio para as mulheres que enfrentam gravidez indesejada, e dessa forma caíram o número de abortos, de 35 mil por ano para menos de 4 mil por ano. Essa é a realidade que nós precisamos avaliar. As convicções religiosas de cada um devem ser respeitadas, muito embora se saiba que independentemente da religião, as mulheres no momento de desespero sim, praticam o aborto. Nós precisamos defender a vida, a vida dessas mulheres, e legalizar o aborto e oferecer pelo SUS esse acolhimento com estrutura inclusive para que a mulher possa decidir ter esse filho, mesmo sem apoio da família ou do companheiro, é muito importante. Apoio psicológico e material para a mulher ter seu filho.

Pastor Everaldo: Minha posição é clara, defendo a vida do ser humano desde o momento da sua concepção. Sou contra o aborto. Toda política que puder ser desenvolvida, não abortiva, de planejamento familiar, de prevenção da gravidez, eu darei o apoio. Mas fique claro para a população brasileira que eu sou a favor da vida desde sua concepção e sou contra o aborto.

Celso Freitas: Vamos lá para mais uma pergunta do repórter especial Eduardo Ribeiro.

Eduardo Ribeiro: Eu queria jogar a minha pergunta ao candidato Eduardo Jorge e gostaria de ouvir o comentário da candidata Luciana Genro. Candidato, quando a ex-senadora Marina deixou seu partido, o PV, ela saiu afirmando que sobravam a ele práticas da velha política e faltavam ao partido noções elementares de ética. Pergunto, o senhor se sente confortável num partido que sofre acusações como essa?

Eduardo Jorge: Eu estava presente na reunião do Diretório onde houve essa cisão e fui uma pessoa crítica tanto à Marina quanto à direção do meu partido, porque eu defendia e continuo defendendo que o movimento ambientalista brasileiro deveria ser unificado. O que aconteceu naquela ocasião, Eduardo, na verdade foi uma disputa de poder, embora um partido pequeno, como o PV, mas com grandes ideais, foi uma disputa de poder entre a antiga direção e o grupo que estava em torno da Marina. Os dois queriam ter a direção do partido. Como não conseguiu, Marina saiu e quer fundar um partido à sua imagem e semelhança. É um direito dela, é democrático, não tem nenhum problema. Mas na verdade houve essa disputa de poder e eu na ocasião, claro que o PV como todos os partidos nesse sistema eleitoral, e por isso ele propõe uma reforma política tão radical, tem problemas, democráticos, de centralização, mas isso minha candidatura e a proposta de reforma política vêm para reformar todos os partidos, inclusive o meu. Eu quero que ele seja mais democrático, eu quero que ele exista nas bases dos municípios, que ele funcione de baixo para cima, isso não seria motivo para que não pudéssemos continuar unidos. Foi uma pena para o movimento ambientalista essa divisão.

Luciana Genro: Eu quero falar do meu partido, do qual tenho muito orgulho. O PSOL nasceu da luta por uma esquerda coerente no Brasil. Nasceu da recusa de milhares de lutadores sociais, ativistas, sindicalistas, jovens, estudantes, de continuar segurando as bandeiras que o PT abandonou, a bandeira da luta por emprego, por salário, por reforma agrária, moradia, dignidade e uma política diferente de verdade, que não esteja atrelada à bancos, empreiteiras e às multinacionais.

Adriana Araújo: Obrigada, candidata. Eu registro agora que durante esse confronto entre o candidato Eduardo Jorge e a candidata Luciana Genro, a candidata Marina Silva solicitou direito de resposta, que será analisado pela comissão. Agora, eu chamo o jornalista Heródoto Barbeiro para a última pergunta deste bloco. Por favor, Heródoto, para quem vai a pergunta?

Heródoto Barbeiro: Olha, a pergunta vai para o candidato Levy Fidelix, com comentário do candidato Eduardo Jorge. Candidato Fidelix, tem se discutido muito a respeito da liberação ou não da maconha. Temos como exemplo o Uruguai, que promoveu a descriminalização. Qual a sua opinião a respeito disso? Devemos seguir o exemplo uruguaio? Isso daria uma contribuição para combatermos o narcotráfico no país?

Levy Fidelix: Muito pertinente a sua pergunta para o momento que vivemos hoje porque temos mais de um milhão de drogados somente nas capitais brasileiras. Esse pessoal todo não trabalha, não produz nada, além de serem honestamente peso para qualquer governo. Porque o tratar deles em clínicas gasta dinheiro com remédio, além dessas pessoas drogadas não poderem ser produtivas, muitas vezes elas atacam suas próprias famílias, subtraindo valores, são pessoas que realmente precisam ser tratadas, ter nosso carinho, onde precisamos ter mais clínicas, mais CAPS, aliás o governo federal repassou dos 444 milhões de reais, tão somente 36 para os CAPS, que são ONGS, entidades, focadas no sentido de ajudar os drogados. Mas temos que combater sim nas fronteiras a entrada dessas drogas, nos países fronteiriços, temos que reequipar nossas Forças Armadas e auxiliares, isso é fundamental. E para as drogas eu tenho um projeto que é não somente aumentar os valores para esses CAPS, que são entidades que trabalham o dia-a-dia com os drogados, como também reforçar mais verbas que deverão ser entregues aos municípios, porque é dentro deles que sabemos que ocorrem esses problemas, caberá aos prefeitos também incentivar e dar mais valores que o governo federal deverá ampliar esse investimento com essas CAPS através dos municípios.

Adriana Araújo: Obrigada, candidato. Trinta segundos para o comentário do Eduardo Jorge. Candidato.

Eduardo Jorge: Se só pela legalização e regulação, pela política inteligente para quebrar a economia do crime, isso que estão fazendo vários países que pensam política mais inteligente para reduzir o dano das drogas, Uruguai, Estados Unidos, Holanda, Espanha, Portugal. Eu quero dizer para as pessoas depois da legalização: não use a droga, é prejudicial, uma conversa adulta, se usar, use o mais moderadamente possível, e se ficar doente, independentemente, eu quero te ajudar no SUS. 

Adriana Araújo: Obrigada, candidato. Bom, já foi tomada uma decisão, não foi concedido o direito de resposta de Marina Silva, e assim encerramos este segundo bloco do debate.

Celso Freitas: E depois do intervalo, nós voltamos com novas perguntas entre os candidatos. Eleições 2014, o voto na Record.

Adriana Araújo: Estamos de volta. A Record transmite ao vivo, junto com o portal R7, este terceiro bloco do debate dos candidatos à presidência.

Celso Freitas: Agora uma nova rodada de perguntas diretas entre os candidatos. As regras são as mesmas do primeiro bloco.

Adriana Araújo: De acordo com sorteio feito antes do debate, quem começa a perguntar agora é o Pastor Everaldo. Por favor, para quem vai a sua pergunta?

Pastor Everaldo: Vou perguntar para o candidato Aécio.

Adriana Araújo: Trinta segundos.

Pastor Everaldo: Candidato Aécio, a atual presidente da república esteve na ONU esta semana e lá defendeu não combater os terroristas. E o seu partido aqui no Brasil tem feito um terrorismo para dizer que todos nós, os outros candidatos, vamos acabar com o Bolsa Família. O que o senhor tem a dizer sobre isso?

Aécio Neves: Caro candidato, a presidente da república protagonizou nos últimos dias um dos mais tristes episódios da política externa brasileira. Nós temos um lugar de destaque na ONU, conquistado por Oswaldo Aranha, nós abrimos as reuniões anuais da ONU. A presidente foi àquela tribuna, para a perplexidade de diplomatas, inclusive alguns brasileiros, com os quais conversei depois, em primeiro lugar para fazer elogios ao seu próprio governo. Pouca gente entendeu o que ela queria dizer e ao final concluiu propondo diálogo com o Estado Islâmico. O Estado Islâmico está decapitando, cortando cabeça de pessoas, não é possível que nós não possamos compreender hoje o esforço que o mundo está fazendo para o enfrentamento do terrorismo, numa aliança inclusive que inclui vários países árabes. Uma marca, uma mancha na política externa brasileira. Como outras, como esse alinhamento ideológico completamente anacrônico, atrasado, que tem impedido o Brasil de avançar em novos mercados e gerar novos empregos para a sua família, para os seus filhos. Mas o terrorismo, concordo com o candidato, está aqui também. Essa é a prática do PT. O PT diz que seus adversários acabarão com programas que não acabarão. Ao contrário, em relação ao Bolsa Família não só vou mantê-lo, como aprimorá-lo, porque pro PT interessa administrar a pobreza, eu quero a superação da pobreza.

Pastor Everaldo: Tive o prazer de participar da implantação do precursor do Bolsa Família no Rio de Janeiro. E vi aquelas famílias que pela primeira vez puderam entrar no supermercado, fazer suas compras, levar iogurte para as suas crianças. Então vocês, população brasileira, saibam que eu presidente jamais acabarei com o Bolsa Família, jamais deixarei um brasileiro com fome, porque sei o que representa para você que depende no momento, dessa situação, de ter um recurso como o Bolsa Família.

Aécio Neves: Olha, nós não podemos compreender a pobreza apenas na vertente da privação da renda. Além disso, a privação de serviços, saneamento básico, saúde adequada, e privação de oportunidades, caracterizam a pobreza. E a nossa proposta, família brasileira, busca classificar as famílias que recebem o Bolsa Família em 5 níveis de carência, das maiores às menores, e nenhuma família ficará mais de um ano na mesma faixa. Portanto, o Estado atuará de forma integrada para que sua vida melhore.

Adriana Araújo: Durante essa primeira rodada, a candidata Dilma Rousseff fez mais um pedido de direito de resposta, que será analisado. Vamos prosseguir.

Celso Freitas: Candidato Aécio, o senhor é quem formula a pergunta agora, a quem?

Aécio Neves: Eu formulo a pergunta à candidata Dilma Rousseff. Mais uma vez, candidata, vamos falar de um tema que eu tenho certeza que aqueles que nos ouvem não compreenderam o que a senhora quis dizer há alguns tempos atrás. Um tema que está presente na preocupação de todos os brasileiros. Vou poupá-la do tema da corrupção. Quero falar de segurança pública. O governo que a senhora preside não tem investido sequer metade dos recursos dos fundos para segurança pública. Fundo penitenciário, fundo nacional de segurança. Mas uma oportunidade lhe dou: qual a sua proposta para o enfrentamento da criminalidade no Brasil?

Dilma Rousseff: Candidato Aécio, eu já respondi sobre segurança e vou continuar respondendo. Eu tenho a proposta de colocar o governo federal atuando nessa área. Porque até agora ela é prerrogativa dos estados federados, como o seu estado, Minas Gerais. Então se aumenta as taxas de mortalidade, por conta de assassinatos, decorre da política que é levada pelos estados federados, no caso por exemplo o estado de Minas Gerais que o senhor governou durante muito tempo. Nós mudamos essa prática, nós fazemos agora uma cooperação muito estreita com estados. Criamos centros de comando e controle e atuamos de forma coordenada com os estados. Deu muito certo e nós vamos repetir para todos os estados federados. Mas eu quero voltar na questão da corrupção. Sabe por quê? Porque na minha vida eu tive tolerância zero com crimes de corrupção. Eu além disso dei autonomia à Polícia Federal para prender o senhor Paulo Roberto e os doleiros todos, o que não acontecia nos governos anteriores. Além disso, candidato, eu quero dizer que eu defendo a apuração da corrupção para fortalecer a Petrobras, não para enfraquecê-la, tornando este um álibi da sua privatização.

Celso Freitas: Tempo esgotado, réplica de trinta segundos do candidato Aécio.

Aécio Neves: Apenas um alerta à presidente, ela não tem que autorizar a Polícia Federal prender ninguém, essa é uma prerrogativa constitucional da Polícia Federal, mas volto à questão da segurança já que a senhora fugiu da resposta. Dentro de todo o conjunto das propostas que apresentamos, eu defendo no caso de crimes graves, os chamados crimes hediondos, que o maior de 16 anos possa, autorizado pelo Ministério Público, ser processo pelo juiz com base no código penal, para diminuirmos a sensação de impunidade. O que a senhora pensa a respeito disso?

Dilma Rousseff: Candidato, eu penso que a melhor solução é punir a quadrilha que usa menor para diminuir a pena. Acho que não se deve tratar os menores como sendo pessoas irrecuperáveis. Assim, eu acredito que é fundamental dar às penitenciárias condições para trazer os menores para a vida pública, para a sociedade. Agora, candidato… Esgotei.

Adriana Araújo: O seu tempo esgotou, mas agora é a senhora que segue escolhendo para quem vai fazer a pergunta. Só não pode ser para os candidatos Pastor Everaldo e Aécio Neves.

Dilma Rousseff: Eu gostaria que a candidata Marina me desse uma resposta. Candidata, não se pode usar dois pesos e duas medidas. Não se pode tomar uma posição hoje e mudá-la amanhã. Qual é realmente a posição da senhora a respeito do crédito para os bancos, dos bancos públicos, o chamado crédito direcionado subsidiado. A senhora sabe em quanto monta esse crédito?

Marina Silva: Eu, presidente Dilma, não só vou manter o crédito dos bancos públicos para o Minha Casa Minha Vida, para que possamos ajudar nossa agricultura a se desenvolver, como vou fortalecer sim os bancos públicos. Isso é mais um boato que está sendo dito em relação a nossa aliança de que nós vamos enfraquecer os bancos públicos, vamos fortalecer, inclusive valorizando os funcionários de carreira, para que eles possam ter espaço dentro da caixa, dentro do BNDES, dentro do Banco do Brasil. O que nós vamos evitar é aquele subsídio que vai para empresários falidos, meia dúzia que são escolhidos para serem os ungidos que serão os campeões do mundo. Essas pessoas não terão vez no meu governo. Mas a agricultura, as pessoas que precisam do investimento, na sua empresa, o crédito que deve ser discutido de forma aberta, no orçamento, que hoje não tem transparência em relação a esses que são beneficiados, esses sim não terão vez no meu governo. A Caixa Econômica, o BNDES, tem uma função importante para o desenvolvimento econômico e social do nosso país. Nós vamos sim favorecer, o que nós não vamos é permitir que o recurso do BNDES seja usado para meia dúzia.

Dilma Rousseff: Candidata, é interessante porque no seu programa de governo consta justamente que a senhora vai reduzir o papel dos bancos públicos. Sei que a senhora não sabe o montante do crédito direcionado. É um trilhão e 340 bilhões de reais. Isso significa, candidata, que toda a estrutura do Brasil, a produtiva e a social, está ligada à esse crédito. Não só a indústria como a agricultura, o crédito que também financia a educação. Tudo isso está ligado ao crédito direcionado.

Marina Silva: Candidata, eu vou manter sim o crédito direcionado para aqueles que têm esse direito e precisam para o estudo, agricultura, Minha Casa Minha Vida, isso está muito claro no meu programa. É mais um dos boatos que está sendo espalhado. O que não vai acontecer no meu governo é o que acontece no atual governo, em que dos recursos do BNDES, cerca de 500 bilhões, 60%, são direcionados para meia dúzia de empresários, alguns deles até empresários…

Celso Freitas: Tempo do seu comentário esgotado, candidata. É a senhora quem formula a pergunta, podemos encaminhá-la para Eduardo Jorge, Levy Fidelix ou Luciana Genro.

Marina Silva: A minha pergunta vai ser encaminhada para o Eduardo Jorge. Eduardo, a saúde pública tem se constituído um grave problema ao longo da vida. No atual governo ela tem se agravado. Só em São Paulo temos cerca de 1 milhão de pessoas nas filas à espera de consulta. Eu sei que você deu uma contribuição nesse tema e hoje, no atual governo, nós não temos uma proposta clara. Eu tenho um programa e estou dedicando 10% da arrecadação bruta para melhorar a qualidade da saúde.

Eduardo Jorge: Marina, sabe que eu tenho toda uma vida ligada a isso e continuarei tendo. Sou médico concursado, vou continuar trabalhando na Secretaria Estadual de Saúde, pela constituição do SUS no Brasil. Que é a reforma social mais ampla e generosa que a nossa constituinte democrática começou no nosso país. E é um processo, está em construção. O povo reclama, tem razão de reclamar, porque ainda falta muito. O Brasil trabalhou, o Brasil avançou, todos os governos federais, municipais, estaduais, profissionais de saúde, mas o povo quer mais e precisa mais. Por isso as duas faces da moeda precisam ser vistas. O Brasil avançou, o SUS é o caminho, mas o povo tem razão de reclamar mais. Um dos elementos, a Marina tem razão, é que precisa mais recursos, estou solidário com essa reivindicação, é uma reivindicação de profissionais de saúde já há muito tempo, desse aumento de recursos, vamos ver como vai conseguir isso, porque a divisão orçamentária é um problema, você sabe, [incompreensível], mas esse é um horizonte que devemos buscar. Mas eu insisto em dois pontos: a necessidade de que a saúde tenha a colaboração das outras políticas públicas, se eu não tiro o petróleo e o diesel das cidades, eu não vou deixar de envenenar nunca as pessoas que estão morrendo, uma a cada 1 milhão por dia no Brasil. E em terceiro lugar, a centralidade do programa Saúde da Família. Esse é o programa central, que deve ser o farol do SUS no Brasil.

Marina Silva: No meu governo, nós vamos implementar o Cadastro Único de Saúde, para que as pessoas possam ser atendidas como merecem. A pior coisa que existe é quando você está doente, tem um familiar doente, e anda de hospital em hospital sem conseguir ser atendido, como acontece hoje. Milhões de pessoas ficam até três meses para fazer um exame. É por isso que o Saúde +10, combinando com outras saúdes públicas, vai sim resolver o problema da saúde que está colapsada no nosso país.

Celso Freitas: Candidato, sua tréplica.

Eduardo Jorge: O orçamento superior lá em Brasília é uma necessidade. Agora, Marina, não só o orçamento. O problema de gestão é fundamental. Veja o sistema nacional inglês, que foi o paradigma da reforma lá atrás, na constituinte. Tem os clínicos gerais, 40% dos médicos são clínicos gerais, e ele ordena o atendimento. Esse que é o papel originário pensado para o programa Saúde da Família,  e que nesses 12 anos foi abandonado. É isso que tem que ser retomado, mais dinheiro, mas tem que ter gestão certa no Sistema de Saúde.

Adriana Araújo: Agora, o candidato Eduardo Jorge segue escolhendo para quem vai a sua pergunta. Pode ser para Levy Fidelix ou para Luciana Genro.

Eduardo Jorge: Nós estamos aqui vivendo já 20 anos de governos dos partidos da família socialista, sociais-democratas, trabalhadores, semi-marxistas, PSB, e, no entanto, 20 anos passados de governo, e continua mofando no Congresso a emenda constitucional que reduz a jornada de 44 para 40 horas. É realmente impressionante como a classe trabalhadora brasileira não encontra respaldo nessa família socialista.

Luciana Genro: De socialista eles não têm nada, Jorge, e por isso eu acho que é muito importante ter lado na política. Porque quando nós governamos, temos que escolher. Ou se governa para os banqueiros, ou para os trabalhadores. Ou para o agronegócio, ou para o povo. E essa lógica de achar que vai unir todo mundo é uma lógica falida. O PSOL é um partido socialista de verdade, e nós apresentamos no nosso programa medidas de transição, medidas que apontam para reformas radicais, no sentido de que elas vão na raíz do problema. A reforma urbana, para garantir moradia, a reforma agrária para garantir terra, a tributação sobre grandes fortunas, um imposto que está na Constituição, mas não é cumprido, foi o Fernando Henrique inclusive que propôs, mas o PSDB não defende, nem o PT defende, porque o PT, o PSDB e o PSB da Marina estão unidos em defender uma política de manutenção de tudo o que está aí. E o que está aí o que é, bancos lucrando muito, enquanto o povo está endividado. É um sistema de dívida pública que faz com que cinco mil famílias, as mais ricas do Brasil, acumulem uma riqueza em média de 400 milhões de reais. Não precisa ser socialista para tomar medidas que defendam o interesse do povo, mas infelizmente só socialistas de verdade, como socialistas do PSOL, tem realmente coragem de enfrentar esses interesses dos banqueiros, das empreiteiras e das multinacionais.

Eduardo Jorge: Não existe um Vaticano vermelho para dizer se um socialismo é de verdade ou não é de verdade. A verdade é que a social-democracia, o PT, o partido socialista e vocês do PSOL são partidos da grande família socialista, variados partidos socialistas. O que eu quero denunciar para o povo brasileiro é que existe uma emenda constitucional passando de 44 para 40 horas, uma reivindicação histórica da classe trabalhadora brasileira, que abriria mais oportunidades de trabalho, e esses partidos da família socialista não votam no Congresso Nacional a emenda de 44 para 40.

Luciana Genro: É verdade, eu trabalhei muito quando era deputada federal para que essa emenda fosse aprovada. Porque isso poderia garantir uma maior geração de emprego. E as maravilhas do desenvolvimento tecnológico do capitalismo deveriam servir para melhorar o bem estar do povo, e isso significaria poder reduzir a jornada de trabalho, as pessoas trabalharem menos. Mas o capitalismo não permite isso porque a lógica do capitalismo é a lógica de enriquecer, o lucro acima da vida, o lucro acima do bem estar das pessoas, por isso não aprovam as 40 horas.

Celso Freitas: Candidata Luciana, a sua pergunta para o candidato Levy Fidelix.

Luciana Genro: Levy, não vou fazer conversa de compadre contigo. Vamos debater uma coisa que talvez nós  tenhamos uma diferença. Os homossexuais, travestis, lésbicas, sofrem uma violência constante. O Brasil é campeão de morte da comunidade LGBT. Por que as pessoas que defendem tanto a família se recusam a reconhecer como família um casal do mesmo sexo?

Levy Fidelix: Jogo pesado aí agora, né? Nessa aí você jamais deveria entrar. Economia, tudo bem. Olha, minha filha, tenho 62 anos, pelo que eu vi na vida, dois iguais não fazem filho. E digo mais, digo mais: desculpe, mas aparelho excretor não reproduz. É feio dizer isso, mas não podemos, jamais, gente, – eu que sou um pai de família e um avô, – deixar que tenhamos esses que aí estão achacando a gente no dia a dia, querendo escorar, essa minoria, a maioria do povo brasileiro. Como é que pode um pai de família, um avô, ficar aqui escorado porque tem medo de perder voto? Prefiro não ter esses votos, mas ser um pai, um avô, que tem vergonha na cara, que instrua seu filho, que instrua seu neto; e vamos acabar com essa historinha… Eu vi agora o Santo Padre, o Papa, expurgar – fez muito bem – do Vaticano um pedófilo. Está certo. Nós tratamos a vida toda com a religiosidade, para que nossos filhos possam encontrar realmente um bom caminho familiar. Então, Luciana, eu lamento muito, que façam um bom proveito do que querem fazer e continuar como estão, mas eu, presidente da República, não vou estimular, se está na lei, que fique como está, mas estimular, jamais, a união homoafetiva.

Luciana Genro: Infelizmente, não está na lei, Fidelix. O casamento civil igualitário é fundamental para que nós possamos reconhecer juridicamente como família qualquer tipo de família. Eu acredito que sou uma das que mais defende a família nessa campanha eleitoral. Porque eu estou defendendo todas as famílias, não importa se dois homens, duas mulheres, o que importa é que as pessoas se amem e para combater a discriminação, a homofobia, a transfobia, é fundamental reconhecer o casamento civil igualitário.

Celso Freitas: Esgotado, candidato, trinta segundos para a sua tréplica.

Levy Fidelix: Luciana, você já imaginou, o Brasil tem 200 milhões de habitantes, se começarmos a estimular isso aí, daqui a pouquinho vai reduzir para 100. Vá para a Paulista, anda lá e vê. É feio o negócio. Então, gente, vamos ter coragem. Nós somos maioria. Vamos enfrentar essa minoria. Vamos enfrentá-los, não ter medo. E dizer que sou pai, mamãe, vovô; e o mais importante é que esses que têm esses problemas realmente sejam atendidos no plano psicológico e afetivo, mas bem longe da gente, bem longe mesmo, porque aqui não dá.

Adriana Araújo: Obrigada, candidato. Antes de prosseguirmos para a próxima e última pergunta, gostaria de informar que o pedido de resposta de Dilma Rousseff foi negado. Então nós seguimos com a pergunta do candidato Levy Fidelix, que deve formular a pergunta para o candidato Pastor Everaldo.

Levy Fidelix: Pastor, vamos a um tema internacional porque esse aí é muito pequeno, embora importante para tratarmos aqui no nosso País. Estou preocupado com as relações que o nosso País está tendo atualmente com o BRICS, estimulando com 100 bilhões de dólares para estimular essa relação bolivariana na América Latina. O que você me diz a respeito disso aí?

Pastor Everaldo: Fidelix, essa atuação do Brasil no mercado internacional, inclusive eu defendo que o Brasil não fique atrelado só ao Mercosul, eu defendo a livre iniciativa, a livre concorrência, e que o Brasil possa desenvolver acordos comerciais com todos os países que queiram ter relações comerciais conosco. O que eu discordo, até escrevi sobre isso, desse dinheiro, do banco não ficar no Brasil, do BRICS eu concordo com essa atividade desde que o dinheiro fosse mantido no Brasil. Para que um país que está em desenvolvimento como nós pudesse ter a primazia de ter esses recursos e ajudar a geri-los. Então eu acredito que nós devemos desenvolver, não podemos ficar de fora do contexto global que vivemos hoje, nossa economia, da maneira que estamos colocados, atrelados somente ao Mercosul, nós não podemos fazer certos contratos e relações comerciais que sejam de interesse do Brasil e é importante que nós tenhamos relações com todos, o que nós precisamos fazer é abolir essas barreira e facilitar importação para que o preço da mercadoria, do produto, possa diminuir o valor e com a livre concorrência que nós possamos então trazer benefícios para o consumidor brasileiro que hoje tem sido massacrado pelo protecionismo que prejudica  o consumidor no ponto final.

Levy Fidelix: Everaldo, meu receio é que esse dinheiro do BRICS, China, Rússia, Brasil, Sul da África ou seja esse conjunto de países, seja destinado aos países bolivarianos. O Evo Morales vai mandar mais cocaína para cá com essa grana. Cuba vai fazer mais portos de Mariel para contrabando. E a ‘la louca’ da Cristina Kirchner lá da Argentina vai importar mais carros da China e menos do Brasil, gerando então problemas para a nossa nação.

Pastor Everaldo: Eu acredito, Levy, que se nós tivermos, se Deus quiser a partir do dia primeiro de janeiro, um novo governo, que vai tratar essa questão que nós de maneira nenhuma vamos continuar alimentando governos que não tem direitos humanos, que não respeitam a liberdade, onde não se pratica a democracia, então eu acredito que é muito importante para nós abrirmos, estabelecermos relações comerciais com América do Norte, Europa, Ásia, para enfim melhorar a situação do nosso querido Brasil.

Adriana Araújo: E assim nós encerramos o terceiro bloco do debate entre os candidatos à Presidência.

Celso Freitas: Depois do intervalo, cada candidato fala diretamente com você, eleitor. Eleições 2014, o voto na Record.

Adriana Araújo: Estamos de volta com o debate entre as mulheres e os homens que pretendem governar o Brasil pelos próximos 4 anos. A transmissão é simultânea pelo portal R7 com cobertura completa da Record News.

Celso Freitas: Cada uma das senhoras e dos senhores terá um minuto e meio para falar diretamente com o eleitor. A ordem foi definida em sorteio. O primeiro será o candidato Levy Fidelix.

Levy Fidelix: Senhores, concluímos mais uma jornada. Tenho certeza absoluta que não sou utópico, não vamos ganhar essa eleição. Mas temos três que pontuam e pontuam bem. Quero que eles tenham a responsabilidade de no futuro pensarem por essa nação. Pensarem e analisarem o seguinte: será que vamos continuar a pagar tanto por juros bancários enquanto milhões de pessoas passam fome, miséria, estão na rua das amarguras enfrentando filas e filas nos hospitais? Que consciência tenham, os senhores que vão ganhar a eleição. Então os três aqui apenas me coloco para 2018, como um investimento, tá? Tenho certeza. Agora já deu um lucro fantástico para o Brasil. O Copom não aumentou, gente, nos últimos 60 dias o juros, já economizamos com isso no mínimo 25 milhões de reais. Saio daqui satisfeito somente por isso. Agora vamos ser breves. Sou contra o Foro de São Paulo, que reúne PCdoB, PT, PDT, e PSB também da dona Marina. Quero remédios a imposto zero. Cesta básica desonerada. Mobilidade urbana renovada. BNDE da juventude. Quero a PEC 300 imediatamente. E a família brasileira com certeza voltará com mais consciência nas próximas eleições. O 28 é o número, gente. Muito obrigado a todos.

Adriana Araújo: Obrigada, agora é a vez do candidato Aécio Neves.

Aécio Neves: Quero em primeiro lugar agradecer você que nos acompanhou até essa hora, à sua família, de forma especial a vocês que têm me recebido pelo Brasil inteiro de forma tão afetuosa e mostrando tanta confiança. A grande verdade é que enquanto duas candidatas não param de brigar aqui nos programas eleitorais, eu me preparei para brigar ao seu lado, eu me prepararei para apresentar uma proposta ao país que permita que a inflação volte a ser controlada e nós voltemos a crescer, porque é o crescimento que gera emprego. É muito importante que nós tenhamos em mente que quando se elege um presidente da república, se elege um governo, e eu busquei ao longo desses últimos anos, os quadros mais preparados do país, não do meu partido apenas, muitos de fora do meu partido, sem partido, gente de educação, gente de saúde, da assistência social, da economia, porque nós temos nas nossas mãos uma oportunidade muito, mas muito preciosa de fazermos o Brasil se reencontrar com os brasileiros. É muito importante que você reflita antes da escolha do próximo domingo. Porque refletindo tenho absoluta convicção que você vai perceber que o governo que está aí perdeu as condições de governar. E a outra candidata que aparece pontuando nas pesquisas infelizmente ainda não adquiriu essas condições. É por isso que peço o seu voto para fazer um governo decente, eficiente em seu favor.

Celso Freitas: O tempo agora é da candidata Dilma Rousseff.

Dilma Rousseff: Meus amigos e minhas amigas, no próximo domingo nós vamos às urnas para decidir o que queremos para o futuro do Brasil. Nesse momento todo mundo deve ser perguntar quem tem mais capacidade, experiência para manter o que já conquistamos. Para mudar o que é preciso e para fazer mais. Quem tem força e apoio político para fazer as reformas que o Brasil exige. Quem tem compromisso verdadeiro com os trabalhadores, com os seus direitos e suas conquistas, nos tempos bons e nos tempos difíceis. Quem enfrentou a pior crise internacional, aumentando os empregos, os salários e investimentos. Quem tem firmeza para defender e projetar o Brasil no cenário mundial. Quem preparou o Brasil para um novo ciclo de desenvolvimento, um ciclo gerando emprego, gerando salários adequados, formando os brasileiros, e colocando a educação no centro de tudo. Eu peço que você reflita sobre todas essas questões. Eu tenho certeza que ao responder essas perguntas, você vai fazer a melhor escolha. No próximo domingo, vamos todos votar. Com consciência, com paz e amor no coração. Humildemente peço seu voto. Muito obrigada por tudo.

Adriana Araújo: Obrigada, agora é a vez do candidato Pastor Everaldo.

Pastor Everaldo: Reafirmo o meu compromisso em defesa da vida, do ser humano desde a sua concepção. Sou contra a legalização das drogas. Sou a favor da família tradicional. Defendo a livre iniciativa e a meritocracia para que você, trabalhador que se esforça, que tem seu mérito, possa ter acesso aos bens e serviços que você produz na sua vida e que hoje lamentavelmente, eu vou ter que repetir, é um mar de corrupção que tem campeado o nosso país. Então você trabalha, produz, paga seu imposto, e depois o seu dinheiro tá indo pelo ralo da corrupção. Sou a favor da liberdade de imprensa, sem marco regulatório. Eleito presidente, trabalhador brasileiro, a partir de primeiro de janeiro do ano que vem, todo trabalhador que ganha menos de 5 mil reais por mês estará isento do imposto de renda. Meus queridos prefeitos, tenho compromisso com vocês. Eleito presidente a partir de 2015 estarei refazendo o pacto federativo e aumentando em mais 2% os recursos para o fundo de participação dos municípios. Quero agradecer à Record, a você que ficou conosco até agora e aos candidatos e peço seu voto. Vote a favor da vida, da família e do Brasil, vote 20, Everaldo presidente. Muito obrigado e boa noite.

Celso Freitas: Agora é a vez do candidato Eduardo Jorge.

Eduardo Jorge: Vocês já conhecem de certa forma as nossas teses, as teses do PV que eu venho defendendo. E tem sido enorme a aceitação. As redes sociais não param de mandar mensagens, críticas, propostas, perguntas, no metrô, no trem, na rua, nos parques, as pessoas falam comigo, ‘estamos com você, simpatizamos com as suas ideias’. No entanto, acontece um fenômeno, muita gente que quer votar no PV, Eduardo Jorge, 43, fica com medo que essa eleição se decida no primeiro turno. E fica pensando: ‘Será que a Marina vai ganhar no primeiro turno, será que a Dilma vai ganhar no primeiro turno’, e muitas vezes não vota no candidato do coração, que sou eu.  Então eu falo, amigos, façam as contas, vai ter segundo turno, as duas vão estar lá, pode votar útil no segundo turno, pode votar , escolha as duas no segundo turno, agora no primeiro turno, é para isso que existe, é o voto da razão e do coração. Você tem que votar no que você acha melhor, no que mais identifica vocês. Isso então é muito importante para nós do pv. Eu preciso do voto e da força do PV para influenciar no segundo turno, defender nossas teses junto às duas e principalmente preciso dos votos pros deputados federais e estaduais do PV, para que isso que eu fale agora continue sendo discutido pelos próximos 4 anos em todos os estados e na Câmara Federal lá em Brasília. Por isso, vote 43.

Adriana Araújo: Obrigada, candidato, agora é a vez de Marina Silva. Por favor, candidata Marina Silva, um minuto e meio.

Marina Silva: A sociedade brasileira tem acompanhado quem são aqueles que estão comprometidos com a mudança. A aliança que eu represento apresentou um programa de transformação que debate saúde, educação, segurança pública, o passe livre para os estudantes, que vai sim criar a escola de tempo integral em todo o país em 4 anos. Que está comprometida com o fim da reeleição, que quer apenas um mandato para começar as grandes transformações que ainda não foram feitas, manter as conquistas e corrigir os erros. Uma candidatura que está comprometida em unir o Brasil, acabar com a polarização do PT e do PSDB que há 20 anos estão no poder se revezando e que já não se escutam mais, e se não se escutam mais, não têm condição de ouvir o Brasil. Ouvir o Brasil é respeitá lo naquilo que que você mais precisa, ter um programa para enfrentar os problemas. Eu com apenas 2 minutos me esforcei para apresentar propostas, para fazer o debate, não embate, é por isso que nós vamos sim para o segundo turno. E aí com tempos iguais, não mais diferentes, nós vamos sim poder mostrar quem é que de fato está comprometido em manter as conquistas, o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, eu tenho esse compromisso de vida e vou mantê-los.

Celso Freitas: Tempo agora para a candidata Luciana Genro.

Luciana Genro: Eu e meu vice, Jorge Paz, queremos agradecer a enorme acolhida que temos tido nas ruas e nas redes sociais e dizer que estamos semeando para o futuro, para a construção de um novo sistema político. Não importa o nome desse novo sistema, o que importa é que o lucro não esteja acima do bem estar das pessoas. Vocês que acompanharam esse debate viram que a única candidatura de esquerda coerente é a do PSOL. A única candidatura que tem a coragem de dizer o que os outros não dizem, de defender a tributação dos bancos, das grandes fortunas, a pauta das mulheres, da comunidade LGBT. A única candidatura que realmente tem uma proposta de mudança estrutural na política econômica desse país. Por isso, nós pedimos o seu voto. As bancadas do PSOL na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal são sempre consideradas as melhores e mais combativas. Jean Wyllys, Ivan Valente, Chico Alencar são considerados os melhores deputados do Brasil. Nós precisamos aumentar essa bancada. Cada voto que você der no 50, para mim como candidata a presidente, pros nossos governadores, para os nossos deputados estaduais e federais, você estará fortalecendo essas bandeiras que eu vocalizei aqui. Bandeiras que não são minhas, bandeiras que saíram às ruas em junho de 2013, bandeiras que são da juventude, dos trabalhadores, do povo, bandeiras que precisam ser vitoriosas. E para que elas sejam vitoriosas nós precisamos ter cada vez mais força. E por isso nós pedimos o seu voto. No 50. Muito obrigada.

Adriana Araújo: Eu é que quero agradecer a você de casa que nos acompanhou até esse momento. Obrigada a todos os candidatos e candidatas pela participação neste debate aqui na Record.

Celso Freitas: Depois do intervalo, você acompanha uma análise desse encontro. Fique com a gente. Eleições 2014, o voto na Record.