À medida que a pessoa vai envelhecendo, os cuidados com a saúde se intensificam. Por isso mesmo, é preciso analisar bem as ofertas de seguros, principalmente os de vida, que têm restrições para clientes com mais de 60 anos e podem sair mais caros.

Para se ter uma ideia, uma mulher de 20 anos pagaria, em média, R$ 133,98 por ano para ter cobertura de R$ 50 mil em casos de acidente, invalidez e morte. Já aos 60, o valor passaria para R$ 1.349,34. A projeção foi feita pelo site Minuto Seguros, com base em cotações da Porto Seguro e Tokio Marine. Vale lembrar que o preço varia ainda de acordo com o perfil do cliente (como a renda ou se é fumante, por exemplo), a cobertura contratada e as condições de contrato.

No mercado, existem produtos específicos para problemas frequentes nessa faixa etária, como fraturas ósseas. Para quem não comprou seguro de vida ainda jovem, é importante deixar o tabu de lado e se precaver em caso de morte, com o auxílio funeral.

Seguro de vida

Contratar um seguro de vida aos 60 anos pode ser mais complicado. Por causa do alto risco de sinistro, algumas seguradoras impõem limites de idade para entrar no plano. Já as que oferecem o serviço podem cobrar um preço alto. Mesmo assim, a empresa pode se recusar a aceitar a pessoa, após análise do perfil do segurado.

Algumas empresas montaram planos específicos, como a Tokio Marine. O Vida Sênior cobre beneficiários com idade entre 66 e 80 anos. “Sabemos que é um público que também quer proteção securitária”, afirma o diretor executivo de Produtos Massificados da seguradora, Marcelo Goldman.

Já o Bradesco criou o ABS Sênior para quem tem entre 60 e 80 anos, sem exigência de declaração pessoal de saúde. As coberturas incluem morte acidental e natural, além de assistência funeral individual. Outra opção é o Multiproteção, que paga indenização ao segurado se ultrapassar o final do período contratado. É destinado a pessoas com idade entre 18 e 75 anos.

Proteção para os ossos

O risco de sofrer fraturas cresce na terceira idade - e adquirir um seguro específico para isso pode garantir tranquilidade em caso de acidentes. O Itaú, por exemplo, oferece o serviço Proteção de Fraturas Ósseas e aceita pessoas com idade entre 18 e 80 anos. O segurado tem indenização no caso de fratura em várias partes do corpo, a exemplo de crânio, fêmur e ossículos do ouvido. Ainda inclui cobertura para morte acidental. O plano, no entanto, só está disponível para clientes do Itaucard.

Além disso, o Itaú oferece coberturas especiais, com expansão da diária de internação hospitalar por doença para clientes com mais de 60 anos.

Auxílio ou assistência funerária

Tratar a morte como um tabu e não discutir o assunto com a família pode levar a altos gastos no futuro. Funerárias e seguradoras oferecem auxílio ou assistência funerária para facilitar o processo de enterro e ajudar em um momento que costuma ser delicado.

Antes de contratar o serviço, é preciso ficar atento para a diferença entre auxílio e assistência. O primeiro é oferecido por funerárias e garante reembolso para os gastos com o sepultamento. Há planos que permitem incluir até dez pessoas da família. Geralmente, a idade máxima fixada para o titular aderir ao plano é de 65 anos, com possibilidade de incluir determinado número de idosos. Existem empresas que aceitam titulares com mais idade. Porém, quanto mais tarde o plano for adotado, mais caro será.

No cemitério e funerária Colina dos Ipês, que cobre a capital e a Região Metropolitana de São Paulo, existem planos com preços que variam entre R$ 49,90 e R$ 100 por mês. Os valores mudam de acordo com a empresa. Segundo o professor da Escola Nacional de Seguros, Bruno Kelly, a opção de contratar um plano pode ser vantajosa, já que o enterro mais barato custa, em média, R$ 1.500. Outros serviços podem ser oferecidos no pacote, como atendimento psicológico.

A assistência funerária, por sua vez, está embutida em seguros de vida. Assim como o auxílio funerário, pode incluir vários serviços diferenciados, como traslado do corpo e diária de hotel para parentes que queiram acompanhar o enterro. Como a assistência funerária está atrelada a uma apólice de seguro de vida, é preciso ficar atento às condições firmadas em contrato. “Não é comum, mas se o seguro de vida só fizer previsão de morte acidental, pode acontecer de a assistência funerária não cobrir casos de morte por doença, por exemplo”, complementa o professor Bruno Kelly.