Os 5 técnicos campeões em Copas com a seleção
A história do futebol brasileiro mostra que milhões de cidadãos se consideram capazes de comandar a seleção. De Rubens Sales, em 1914, a Tite, atualmente no cargo, apenas 64 tiveram o privilégio de pelo menos uma vez dirigir o selecionado nacional. Deles todos, cinco levaram o País à conquista de uma Copa do Mundo. Eles confirmam também a tese de que para ser bom treinador não é preciso ter sido um grande jogador.
O paulista Vicente Feola foi campeão na Suécia, em 1958 – para muitos, com o melhor time de todos os tempos. O grupo reunia lendas como Djlama Santos, Nilton Santos, Zito, Didi, Garrincha e um garoto de 17 anos chamado Pelé.
O carioca Aymoré Moreira levou a seleção ao bicampeonato na competição de 1962, no Chile, graças ao talento inigualável de Garrincha, que colocou a bola debaixo do braço após a contusão que tirou Pelé do Mundial e assumiu o time.
O alagoano Zagallo comandou o timaço de 1970, no México. E permaneceu no cargo até falhar na semifinal quatro anos depois na Copa da Alemanha. Ele gostava do futebol bem jogado e eficiente.
O também carioca Carlos Alberto Parreira ganhou o Mundial dos Estados Unidos, em 1994, sem deixar muitas alegrias, apesar do talento de Romário e Bebeto. Era pragmático e organizador.
O gaúcho Luiz Felipe Scolari comandou a seleção na conquista do penta na Ásia, em 2002. Seu jeito bonachão fez nascer a “Família Scolari”. Apostava no sentimental dos atletas. Mas parte do seu prestígio se perdeu com o fracasso na Copa de 2014, 12 anos mais tarde.
Do quinteto acima, apenas Zagallo teve destaque como jogador. Ele foi bicampeão mundial em 1958 e 1962, além de fazer parte do grande time do Botafogo, da década de 60. O ponta-esquerda esforçado, porém, era coadjuvante perto de Garrincha, Didi e companhia. Aliás, a seleção brasileira quase nunca teve em seu comando grandes ex-jogadores. Destaque para Evaristo de Macedo, Edu Coimbra (irmão do Zico), Falcão e Leão.
Um nome que se faz sentido pela sua ausência entre os campeões mundiais é o do mineiro Telê Santana. Treinador nas Copas de 1982 e 1986, formou grandes equipes, lembradas até hoje internacionalmente, mas que falharam em momentos decisivos na Espanha e México.
Paulo Machado, o ‘Marechal da Vitória’
Poucos dirigentes na história do futebol tiveram tanta credibilidade quanto Paulo Machado de Carvalho (de óculos). Seu trabalho fora do campo durante as Copas de 1958 e 1962 lhe valeram o apelido de “Marechal da Vitória”. Supersticioso, teria feito a seleção disputar a final na Suécia de azul por causa da cor do manto de Nossa Senhora Aparecida. Após o bi, o estádio do Pacaembu ganhou seu nome.
Vicente Feola, o bonachão camarada
Diz a lenda que a calma e a tranquilidade eram tão presentes em Vicente Feola que o treinador chegava a cochilar durante as partidas sentado no banco de reservas. Os jogadores o consideravam um “camarada”. Aliás, este estilo bonachão o ajudou a aceitar a sugestão dos atletas mais experientes para mudar a equipe durante o Mundial de 1958, quando escalou Garrincha e Pelé entre os titulares. No ano de 1958, ele dirigiu a seleção 22 vezes. Ganhou 18 e empatou quatro jogos. Em 1966, no Mundial da Inglaterra, não teve o mesmo sucesso.
Aymoré Moreira foi o técnico do Bi no Chile
Aymoré herdou a vaga de Feola no comando da seleção no Chile. Com o bi, o treinador voltou à seleção como olheiro de Zagallo para o Mundial de 1970.
Zagallo, um ponta esforçado e vencedor
Vários adjetivos, bons e ruins, foram designados para Zagallo durante sua carreira de jogador e técnico. Mas o que não se pode negar é que se trata de um vencedor. Bicampeão mundial com a seleção e integrante do grande time do Botafogo na década de 60, Zagallo dirigiu a imponente seleção de 1970 e seguiu no comando dela até o fim do Mundial de 1974. Voltou para a seleção em 1994, como auxiliar de Parreira e comandou o time em 1998, quando chegou ao vice-campeonato na França. Ainda fez parte da comissão na Copa da Alemanha, em 2006. Em 137 jogos, só foi derrotado 10 vezes.
Parreira, o estudioso que cuidou de Romário
Preparador físico da seleção na Copa de 1970, Parreira se transformou em um estudioso dos gramados. “Se a bola entrou ou não, é um mero detalhe” foi uma de suas frases famosas. Em 1994, montou um time forte na defesa, burocrático, mas que tinha Romário e Bebeto em grande forma. O título veio após um 0 a 0 com a Itália no tempo normal e na prorrogação e com direito a penalidades. Em 2006, fracassou.
Felipão foi do céu ao inferno em 12 anos
Felipão sobreviveu à Copa América de 2001, após a derrota para Honduras. Classificou com sofrimento para o Mundial da Ásia e confiou em Ronaldo e Rivaldo, destaques do penta. Voltou em 2014 para a maior derrota da história.