Decisões para todos os gostos
Para conquistar as cinco taças, a seleção teve encarar donos da casa, placar adverso, decisão por pênaltis e até comprar uniforme às pressas
O Brasil já viu de tudo em finais de Copas: goleada, virada histórica, gol de placa, decisão por pênaltis e até uniforme improvisado de última hora.
Em 1958, a seleção enfrentou pela primeira e única vez os donos da casa em uma decisão de Mundial. O Brasil perdeu o sorteio da escolha das camisas para a Suécia, que ficou com o direito de jogar de amarelo. Como a seleção só tinha uniforme amarelo também, o jeito foi improvisar, comprar às pressas um jogo de camisas azuis e bordar números e o escudo da CBD, antiga CBF. Em campo, o Brasil passou sufoco no início. Os suecos começaram melhor, fazendo 1 a 0. Mas, depois, sob o comando de Vavá e Pelé, que marcaram dois gols cada (Zagallo deixou o seu também), a seleção venceu por 5 a 2. O placar é, até hoje, a maior goleada em decisão de Mundial.
Na final de 1962, o Brasil enfrentou a Checoslováquia, rival da primeira fase. Se na etapa de grupos o jogo foi duro, com empate por 0 a 0, na decisão o Brasil fez 3 a 1 e faturou o bi mais facilmente.
Oito anos depois, a goleada por 4 a 1 sobre a Itália é considerada por muitos a melhor atuação de uma seleção numa decisão de Copa. Com show de Pelé, Jairzinho e Tostão, o Brasil teve uma exibição de gala na Cidade do México.
Após um jejum de 24 anos, o tetracampeonato veio de forma mais dramática e inédita. Nunca antes uma Copa do Mundo havia sido decidida nos pênaltis até aquele Brasil x Itália de 1994. Após empate sem gols até na prorrogação, brilhou a estrela de Taffarel, que defendeu o chute de Massaro e viu Evani e Roberto Baggio chutarem por cima do gol.
Em 2002, a conquista do penta teve a assinatura de Ronaldo. Coube ao Fenômeno marcar os dois gols da vitória sobre a Alemanha em Yokohama.
Trajetória de sucesso e de partidas épicas
A trajetória vitoriosa da seleção brasileira na história das Copas do Mundo é recheada de diversos jogos que ficaram marcados como verdadeiras batalhas épicas. A começar pela semifinal do Mundial de 1958, contra a França.
O Brasil, que até então não tinha sofrido nenhum gol naquela disputa, encarou o temido ataque francês comandado pelo brilhante Fontaine (maior artilheiro em um único Mundial, com 13 gols) e fez bonito. Na raça, mas com talento, o Brasil aniquilou os franceses ao fazer 5 a 2 com três gols de Pelé.
Em 1962, a partida mais difícil foi contra a Espanha, na primeira fase. Se o Brasil perdesse, estaria fora do Mundial. Mas a seleção venceu por 2 a 1 e ainda contou com a ajuda da arbitragem. Quando o jogo estava 1 a 0 para os espanhóis, Nilton Santos cometeu pênalti, deu um passo para fora da área e induziu o juiz a marcar a falta.
Na Copa de 70, o confronto com a Inglaterra foi épico. Os ingleses eram campeões mundiais e contavam com craques do calibre de Bobby Moore, Gordon Banks e Bobby Charlton. O Brasil passou sufoco e venceu com um gol de Jairzinho, mas o lance mais emblemático daquela partida foi a defesa de Banks após cabeçada de Pelé, considerada a mais difícil das Copas.
Em 1994, o sonho do tetra esteve seriamente ameaçado nas quartas de final diante da Holanda. Depois de abrir 2 a 0, o Brasil vacilou e cedeu o empate. Foi, então, que veio a “bomba” certeira do contestado lateral-esquerdo Branco para salvar a seleção.
No Mundial de 2002, novamente os ingleses estavam no caminho do Brasil nas quartas de final. O Brasil saiu atrás, mas virou com Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho, que foi expulso e fez a seleção passar aperto até o apito final