10 melhores destinos de 2017

Novembro nem havia começado quando a equipe do Viagem começou a pesquisa para definir os destinos mais promissores de 2017. A Colômbia logo apareceu como forte candidata – cada vez mais segura, forte cena gastronômica, belezas naturais e históricas, bons hotéis e o sucesso da série Narcos. A lista de 20 finalistas foi enviada por e-mail para o júri (leia abaixo) e a Colômbia foi a única a obter votação unânime (8 votos).

O último jurado respondeu em 11 de novembro, muito antes de acontecer a tragédia com o voo da Chapecoense em território colombiano. E o carinho de Medellín só fez aumentar a vontade de conhecer esse país que abraçou o Brasil.

Realizada desde 2013, a votação com os destinos que prometem ser destaque no ano seguinte publicada pelo Viagem leva em conta pontos como percepção do mercado e do consumidor, eventos, situação política e econômica e outras variáveis. A escolha do corpo de jurados procura refletir ao máximo todos esses fatores, com especialistas do mercado e viajantes, razão pela qual este ano incluímos um voto a mais: o seu. Quatrocentos e sessenta leitores votaram em nossa enquete.

Não há dúvidas de que 2016 foi difícil para todos – inclusive para o turismo. Um ano de divisões e incertezas, refletidas também nesta lista: Chicago e Portugal ficaram empatados em segundo lugar, com 7 votos cada, e Cuba veio em terceiro, com 5 votos. Os outros seis concorrentes empataram todos na quarta colocação, com 4 votos cada.

Outro dado curioso: metade dos destinos que ficaram entre os dez mais votados são latino americanos (três deles, brasileiros). O dado tem muito a ver com a instabilidade do câmbio e a crise econômica, que fez o brasileiro olhar com mais cuidado as opções de férias – e perceber que não é preciso ir muito longe para se divertir.

Conheça quem votou

Este ano, a lista inicial enviada aos nossos jurados continha 20 destinos, pré-selecionados como roteiros com potencial para 2017. Nossos oito jurados, incluindo o time dos leitores e a equipe do Viagem, com peso um cada, votaram nos seus dez preferidos, justificando seus votos e nos ajudando com dicas.

O Top 10 de 2017 você confere a seguir, enquanto os outros 10 destinos estão no fim deste especial (em tamanho reduzido, mas também com dicas).

Antes de tudo, porém, dá só uma olhadinha nos perfis de quem votou:

Jurados

‘Viagem’

Nossa equipe, hoje formada por três jornalistas - Adriana Moreira, Mônica Nóbrega e Bruna Toni -, teve direito a um voto único depois de uma rodada de votos individuais. Nossas escolhas foram: Portugal, Chicago, Recife, Doha, Rússia, Melbourne, Olímpia, Cuba, Foz do Iguaçu e Colômbia. Uma curiosidade: apesar de não ter entrado no Top 10, nossa aposta unânime para 2017 foi o Recife (descubra por que no no fim deste especial).

Bruna Tiussu

A jornalista e editora da Azul Magazine escolheu sete dos 10 destinos mais votados, incluindo a primeiríssima Colômbia. “É uma das capitais mais vibrantes da América do Sul”, justificou. As escolhas dela foram: Colômbia, Portugal (destaque para Lisboa), Chicago, Rio de Janeiro, Tiradentes, Recife, Uruguai, Cuba, Tailândia e Tóquio.

Ricardo Freire

Referência no mundo das viagens e autor do conceituado blog Viaje na Viagem, as apostas de nosso turista profissional se mostraram certeiras: seus três primeiros colocados foram exatamente os mesmos do resultado final do Top 10: Colômbia, Portugal e Chicago. Além dessas, as escolhas dele foram: Foz do Iguaçu, Recife, Anguilla, Rio de Janeiro, Cuba, Serra Catarinense e Toronto, com um roteiro adicional particular: sugeriu também a Argentina, pelo fim do controle cambial e pela promessa do país de isentar visitantes estrangeiros dos 31% de IVA dos hotéis.

Amanda Noventa

A autora do blog Amanda Viaja no Estadão e dos livros Histórias para Viajar e Não Comprei na Zara. Gastei na Viagem! escolheu seis dos destinos do Top 10: Tiradentes, Foz do Iguaçu, Chicago, Colômbia, Doha e Cuba. Duas dicas preciosas desses dois últimos: em Cuba, “sentar para ver o pôr do sol com um charuto ou mojito na mão”, e, na Colômbia, ir a Medellín, “cidade muito agradável, que se reinventou depois de Pablo Escobar”. Os outros quatro destinos da lista dela foram: Toronto, Melbourne, Anguilla, e Serra Catarinense.

Mr. Miles

O ranking de nosso colunista, o homem mais viajado do mundo, my friends, foi quase o mesmo do Top 10, com exceção da Serra Catarinense e do Uruguai, que marcaram presença na lista de Miles, mas ficaram de fora do resultado final. Se quiser seguir seus passos, aqui ficam as dicas: Johannesburgo, “para vocês, brasileiros, a melhor conexão aérea para começar a conhecer meu continente predileto: a indômita e bela África”, e Rio de Janeiro: “Depois da tempestade de turistas olímpicos e paralímpicos, a cidade está mais bem preparada”. Os outros destinos eleitos por ele foram: Rússia, Colômbia (para a qual fez um texto especial em sua coluna), Portugal, Chicago, Doha e Tóquio.

Tomás Perez

O CEO da agência de viagens Teresa Perez, há 15 anos no mercado turístico, fez apenas escolhas internacionais para 2017, passando por todos os continentes. Foram elas: Rússia, Portugal, Tailândia, Melbourne, Doha, Tóquio, Colômbia, Chicago, Anguilla e Cuba.

Bob Rossato

Os eleitos por um dos sócios-fundadores do Viajanet, agência de viagens online, escolheu três roteiros nacionais com propostas distintas: Rio de Janeiro, pela natureza, Tiradentes, pela história, e Curitiba, pelos festivais - a capital paranaense ficou fora do Top 10, mas tem dicas no final deste especial. Sua lista contou também com Rússia, Portugal, Tailândia, Johannesburgo, Anguilla, Colômbia e Uruguai. Para ampliar as opções, Rossato indicou outros três lugares para 2017: Cidade do México, Atenas (pacotes e passagens mais baratas após a crise recente) e Sydney.

Leitores

Durante 15 dias, os internautas e leitores do Viagem escolheram por meio de uma enquete seus dez destinos preferidos e, assim como a nossa equipe, suas escolhas tiveram peso um. Ao todo, foram 460 votos: 82 deles para Portugal, que ficou distante com folga do segundo colocado, a Serra Catarinense, com 37 votos, e, dos destinos eleitos pelo voto popular, seis entraram no Top 10. A escolha dos leitores ficou assim: Portugal (82), Serra Catarinense (37), Tóquio (32), Toronto (32), Uruguai (31), Foz do Iguaçu (28), Colômbia (27), Chicago (24), Tailândia (23) e Tiradentes (23).

Destinos

  1. Medellín. Teleféricos conectam o bairro de Santo Domingo ao Parque Arvi, no destino unânime dos jurados. Paul Smith/NYT
    1

    Colômbia

    Realista e fantástica

    Sentada sobre a muralha que envolve o centro histórico de Cartagena, com uma arepa de queijo quentinha recém-comprada de um ambulante em mãos, e sob o efeito sonoro da rumba que chega nem que seja trazida pelo vento, fica fácil entender porque foi na Colômbia que nasceu o realismo fantástico. É um clichê dos mais bonitos lembrar de Gabriel García Márquez (1927-2014) e de sua forte, politizada e supersticiosa – tão colombiana – Macondo.

    Como na trajetória literária da família Buendía em Cem Anos de Solidão (1967), sagas de limites borrados entre o bem e o mal marcaram a Colômbia neste 2016. Teve o plebiscito sobre o acordo de paz com as Farc. Teve mais Pablo Escobar e seus sicários na segunda temporada do seriado Narcos, da Netflix. E teve o triste episódio do voo da Chapecoense, que mostrou a solidariedade colombiana e nos aproximou do país. A Colômbia está na boca do povo. Não à toa, foi escolhida em votação unânime pelos jurados e ganhou também os votos dos leitores do Viagem como o destino mais promissor de 2017.

    Os 11 quilômetros de muros, tudo o que está dentro deles e a atmosfera caribenha de Cartagena compõem um dos destinos mais bonitos da América do Sul, onde o escritor García Márquez morou e trabalhou como jornalista durante anos. Mas outras cidades da Colômbia vêm encontrando seu próprio caminho rumo ao coração dos turistas.

    A capital Bogotá já não é simples ponto de passagem. Boa parte do mérito está à mesa. “É uma das cidades mais vibrantes da América do Sul, com uma mistura interessante de história, cultura e boa gastronomia”, justifica a editora da Azul Magazine, Bruna Tiussu. “Alguns chefs, como Eduardo Martínez e Leonor Spinosa, são protagonistas da atual cena que traz influências da culinária indígena e criativas receitas com ingredientes locais”, completa. Encontre os chefs nos restaurantes Mini-Mal (Martínez) e Leo Cozina y Cava (Leonor). Faça reserva.

    As inaugurações de hotéis na capital se multiplicam desde 2015. A mais recente, de abril deste ano, é a segunda unidade do Four Seasons, com 64 quartos. Seis meses antes, a rede havia assumido a operação do Casa Medina, com 62 quartos em um edifício de 1946. Também em 2015, a capital passou a contar com um Courtyard, da Marriott, e um Double Tree, da marca Hilton.

    Até Medellín, que ninguém se atreveria a recomendar como destino turístico nos anos mais tensos da guerra entre o governo colombiano e os narcotraficantes, que Pablo Escobar dominou violentamente e Gabo retratou no livro Notícias de um Sequestro (1997), vem mudando drasticamente de perfil.

    O bairro periférico de Santo Domingo é uma experiência piloto de integração entre favela e centro. Um teleférico, o Metrocable, leva até o alto do morro, onde o desembarque é ao lado da monumental Biblioteca Parque-Espanha, um dos novos – e arquitetonicamente espetaculares – equipamentos públicos planejados para ajudar a mudar a realidade local.

    Parques e museus ajudam a tornar Medellín uma das cidades mais inovadoras do mundo, título concedido em 2013 pelo Urban Land Institute, quando derrotou Nova York e Tel-Aviv. Em 2017, a cidade ainda vai receber um jogo que promete emoções além do futebol: Atlético Nacional x Chapecoense pela Recopa Sul-Americana.

    O total de visitantes na Colômbia cresceu, em média, 4,5% ao ano entre 2010 e 2015, quando chegaram 1,184 milhão de turistas estrangeiros ao país. Os dados são do Procolombia, órgão governamental dedicado a turismo e mercado externo. A fantástica Colômbia, com todas as suas contradições e novidades, é muito real. É dela a hora e a vez no turismo em 2017.

    MÔNICA NOBREGA
  2. Imperdível. Essa é Chicago vista da janela da linha marrom do metrô, a mais antiga e turística da cidade. Adriana Moreira/Estadão
    2

    Chicago

    Estados Unidos
    Cidade das artes

    Empatada com Portugal na segunda posição, Chicago tem tudo para atrair os turistas em 2017. É claro que o aumento na recusa de vistos (estimada em 22% em 2016) para os Estados Unidos desanima. Mas para quem já tem o documento em mãos, a cidade escolhida como lar por Barack Obama ao deixar da Casa Branca, em Washington, tem múltiplos atrativos.

    Para o colunista do Viagem Mr. Miles, Chicago “é a mais americana das cidades americanas”. “New York pertence ao mundo, São Francisco também. Miami é apenas uma praia cercada de pessoas que querem ver e ser vistas. Chicago é a América pura. No coração do centro-oeste, com jazz, Obama e muito mais. E com o Trump ligeiramente longe”, justifica o viajante inglês.

    Chicago e o Obama são velhos conhecidos. Em 1992, o presidente norte-americano aceitou um estágio em uma empresa de advocacia na cidade e conheceu Michelle, nascida e criada ali. Você pode ver a casa da família – só por fora, e com muitos seguranças – no condomínio East View Park, na 54th Street com a Hyde Park Boulevard. A sede da Fundação Obama, ainda sem data de inauguração, também ficará por ali, no Jackson Park, e deve ser mais um entre os muitos marcos arquitetônicos que se destacam na metrópole.

    Aliás, mesmo que você não seja muito ligado em arquitetura, fazer um tour especializado é importante para entender a aura de Chicago. O incêndio do início do século 20 abriu as portas para a criatividade, e percorrer o centro da cidade é uma aula ao ar livre. Um dos passeios mais bacanas é o tour arquitetônico de barco – fiz o da First Lady, que tem parceria com a Fundação de Arquitetura de Chicago (CAF, na sigla em inglês), mas há outras empresas. Os barcos percorrem o Rio Chicago, enquanto os guias mostram alguns ícones do skyline local e suas histórias. Custa US$ 44.

    Se preferir, dá para entender a história dos prédios mais emblemáticos da cidade gastando bem menos. A Free Tours By Foot tem diversos tours a pé, incluindo o arquitetônico. Você garante seu lugar pelo site e, ao longo de 2 horas, percorre o centro na companhia de um guia. Ao fim, você dá uma gorjeta – no valor que achar justo.

    Outra maneira interessante de observar as nuances arquitetônicas de Chicago é percorrendo a linha marrom, a mais antiga. Percorrê-la é uma delícia – suspensa, ela permite uma boa visão da beleza arquitetônica local. Desça na estação Quincy ao menos para dar uma olhadinha: ela é a mais preservada, e mantém características originais de sua inauguração, em 1897. O metrô, aliás, é mais que um (eficiente) meio de transporte. Por baixo das linhas suspensas, entre colunas de ferro aparente, circulam carros, bikes e pedestres, emprestando um charme decadente à cidade.

    Chicago é arte pura, seja em seus edifícios, em grandes esculturas – como a icônica Cloud Gate, de Anish Kapoor, no Millenium Park –, nos musicais encenados no centro, nos artistas de rua e até nos esportes. Beisebol, basquete e hóquei são as grandes paixões locais, e assistir a um jogo in loco é como uma imersão na cultura de seus moradores.

    Assim como o jazz e o blues. Há casas focadas em públicos bem variados, com apresentações ao vivo a semana toda. O Kingston Mines, por exemplo, tem atmosfera descontraída e área para dançar. Já o B.L.U.E.S. é mais intimista.

    Por causa do inverno rigoroso, muitos passeios deixam de operar entre novembro e abril. Quando começa a primavera, porém, é hora de ir para a rua, curtir os diversos eventos ao ar livre e pedalar pela orla do Lago Michigan. Basta pegar uma das bicicletas compartilhadas Divvy em uma das 580 estações espalhadas. O passe diário custa US$ 9,95, e você precisa devolver a magrela a cada 30 minutos para não pagar taxas adicionais. E se os motivos acima não forem suficientes, saiba que a cidade é bem mais barata que sua principal rival, Nova York. Ao menos por enquanto.

    ADRIANA MOREIRA
  3. Lisboa. Portugal, destino número um dos leitores, encanta pela beleza, história e preços em conta. Adriana Moreira/Estadão
    3

    Portugal

    Aconchego d’além-mar

    Não é difícil entender por que Portugal ficou em segundo lugar na lista dos destinos para 2017, ao lado de Chicago. “É um dos destinos europeus mais acessíveis para os brasileiros. Além do idioma em comum, o clima é mais quente do que em outros países do continente, e o valor gasto não pesa tanto no orçamento”, justifica Bob Rossato, um dos sócios-fundadores do site ViajaNet.

    De fato, Portugal é uma boa ideia de viagem o ano todo. Há voos diretos para Lisboa, da Azul e da TAP – esta última, aliás, oferece stopover na capital portuguesa por até três dias para quem vai fazer conexão para a África ou Europa. O inverno, bem menos rigoroso do que em outros países do continente, é boa opção para quem prefere viajar na baixa temporada.

    Lisboa é uma cidade pequena, fácil de ser explorada. O bonde 28 passa pelas principais atrações. Vai bem devagarinho, mas é uma delícia. O metrô se mostra bastante eficiente – chega também ao aeroporto – e os táxis, baratos. Do fado da Alfama aos bares agitados do Bairro Alto, a cena noturna da cidade agrada moderninhos e românticos. O Mercado da Ribeira foi reformado recentemente e está com uma cena gastronômica de respeito.

    Outro passeio clássico é pegar o elétrico (espécie de bonde mais moderno) para Belém e visitar a Torre de Belém, o Mosteiro dos Jerónimos e o Museu Berardo. Além de, claro, provar os tradicionais pastéis de Belém. Este ano, a região ganhou ainda um museu novinho, o Maat (Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia), instalado em um prédio moderno na beira do Rio Tejo.

    Embora tenha proporções diminutas – sua área é semelhante a do Estado de Santa Catarina – há muito mais para ver pelo país. “Não se limite apenas a Lisboa e aos lindos parques verdes da capital. Separe alguns dias para visitar as belezas dos arredores como as praias de Estoril; as ruínas romanas e as vilas necrópoles de Cascais; e presenciar um pôr do sol ímpar no norte do Cabo da Roca em Sintra”, sugere Bob Rossato. Para isso, alugue um carro e descubra ainda os pequenos vilarejos do caminho, perdidos no tempo.

    E se você ainda tiver dúvidas se deve ou não escolher o país como seu destino para o próximo ano, o colunista do Viagem Ricardo Freire tem a fórmula certa para você se decidir. “Ouça tudo de António Zambujo no Spotify e você também vai querer embarcar amanhã.”

    Clima: de junho a agosto, as temperaturas em Lisboa podem chegar a 40 graus nos dias mais quentes. O inverno tem mínimas de 8 a 9 graus – janeiro e fevereiro são os meses mais chuvosos.

    ADRIANA MOREIRA
  4. Havana. Comece a vivenciar as transformações que mudam a cara do país por sua capital. Lisette Poole/NYT
    4

    Cuba

    A hora é agora

    A labuta do dia a dia em Cuba é amaciada, temperada e embalada por música. Não a música dos fones de ouvido que isola a gente da hostilidade das metrópoles, mas música ao vivo, executada por pessoas em instrumentos reais, nas calçadas, nas portas das casas e nos centros culturais, sem qualquer cerimônia, nem formalidade. Lembra de Compay Segundo, Ibrahim Ferrer e companhia, que o mundo conheceu no belo e premiado documentário do diretor alemão Wim Wenders, Buena Vista Social Clube (1999)? É esse tipo de músico que está por toda parte.

    Os anos recentes vêm sendo positivos para as relações de Cuba com os Estados Unidos. Os países anunciaram reabertura mútua de representações diplomáticas. O presidente Barack Obama chegou a visitar a ilha com a família e beber um mojito no bar La Bodeguita del Medio, no centro de Havana, celebrizado pelo escritor Ernest Hemingway.

    A rota regular de cruzeiros marítimos que começou a operar em maio a partir de Miami, da empresa Fathom, subsidiária da gigante Carnival, movimentou o ano turístico de Cuba. Outras grandes do setor foram atrás. A MSC lançou o seu roteiro a partir de Havana pouco tempo depois, com a vantagem, para brasileiros, de ter o voo de ida e volta já incluído no pacote. A temporada 2016/2017, em ambas as empresas, já começou.

    Na semana passada, o governo cubano liberou mais duas companhias para levarem seus navios à ilha: Norwegian (com as marcas Oceania e Regent Seven Seas, que começam a navegar entre abril e maio) e Royal Caribbean (também com Azamara Cruises), em data a ser anunciada em breve.

    Para os brasileiros, a CVC acaba de anunciar a inclusão de Cuba em seu portfólio de produtos. Os roteiros podem ser combinados com Miami ou Panamá, a gosto do freguês. Cinco noites em Varadero, com passeio a Havana e aéreo, custam a partir de R$ 3.966.

    O clima de cautela se instalou no mercado do turismo com o noticiário recente. A eleição do republicano Donald Trump joga dúvidas sobre a continuidade do processo de retomada das relações bilaterais. “Obama foi responsável pelo primeiro passo, pela aproximação”, analisa Denise Santiago, diretora da agência de viagens CiaEco, especializada em roteiros a Cuba. “Mas daqui para frente a missão será mais complicada. Com a vitória de Trump, fica difícil imaginar o fim do bloqueio a curto prazo e de forma simples.”

    A morte de Fidel Castro tem peso mais simbólico do que prático, já que o país vinha sendo comandado por Raúl Castro desde 2006. Mas, tudo junto, criou-se uma percepção coletiva de que a hora para ir a Cuba é agora, que não está de todo errada.

    “As casas particulares, hospedagem em casas de cubanos, anteciparam em muitos anos o Airbnb (e hoje podem ser alugadas pelo site). Mesmo que os americanos venham em cada vez maior número, continuarão sendo a melhor opção para experimentar a Cuba dos cubanos”, explica o colunista do Viagem Ricardo Freire.

    As praias caribenhas de mar cristalino e areias finas continuarão lá, claro – a propósito, troque a cheia e antiquada Varadero pela bela Cayo Largo. Bem como a arquitetura colonial espanhola mais ou menos arruinada da capital Havana (em rota de recuperação nos pontos mais emblemáticos). Já os carros de época, como os Cadillacs rabo de peixe e os Ladas soviéticos, tendem a sobreviver só para passeios turísticos. São carros velhos, que passam entre gerações, e cuja manutenção, numa economia cada vez mais capitalista, vai ficando cara demais.

    Além de Havana, as cidades ligadas ao histórico da Revolução Cubana, em 1959, como Cienfuegos e Santa Clara, onde está o mausoléu de Che Guevara, são atrativos em Cuba. Trinidad é uma espécie de mini Salvador, com muitos centros culturais que servem, na prática, como espaço para a expressão da santería, religião que mistura matrizes africana e católica. A antiga capital, Santiago de Cuba, é outro lugar onde a trilha sonora tipicamente cubana invade cada esquina, em meio a um dia a dia caótico e calorento, com vista para a mítica Sierra Maestra e para o mar. Interessantíssima, chegou a ser capital do país. Atualmente, a cidade apenas cuida minimamente de seus atrativos para continuar aumentando o número de visitantes. Se quer uma opinião, saiba que vale a pena: Cuba é música para os ouvidos.

    Aéreo: o voo direto da Cubana de Aviación nunca chega a consolidar uma regularidade; atualmente, não está em operação. Os caminhos são Copa, via Panamá, e Latam, via Lima. O visto é uma tarjeta turística (cerca de US$ 20) que você compra no check-in, em Guarulhos ou em Lima.

    MÔNICA NOBREGA
  5. Moscou. Universidade Estatal, construída em 1755, é apenas uma das atrações históricas da capital. Divulgação/CBR
    5

    Rússia

    Bola em jogo

    Uma das quartas colocadas na nossa lista, a Rússia entra em 2017 na reta final de preparação para a Copa do Mundo em 2018. O que significa que a bola já estará rolando com a Copa das Confederações, competição que testa o país-sede do Mundial, marcada para ocorrer de 17 de junho a 2 de julho. Doze anos depois, o maior evento esportivo do planeta retornará à Europa e com um quê especial: pela primeira vez no Leste Europeu.

    Só isso já fará valer a pena o custo-benefício de uma viagem ao país: matar as saudades da Copa que passou por aqui e ver de perto os times campeões de todos os continentes em estádios novinhos em folha – dos doze que receberão partidas, dois estão sendo reformados e outros dez reconstruídos. Percorrê-los é uma boa desculpa para descobrir regiões com paisagens bem distintas, dos Montes Urais ao deserto do Cáucaso, passando pelo Mar Negro. Tudo gastando menos do que no ano da Copa – as passagens para o início do próximo verão, em junho, estão na faixa de R$ 3.300 na econômica.

    Como as distâncias entre as cidades são, em geral, grandes, o ideal é se concentrar em duas ou três paradas. Indispensáveis e com a maior parte das atrações, Moscou e São Petersburgo exigem mais dias – o trajeto de carro ou trem entre elas dura cerca de nove horas e, de avião, uma hora. Em ambas, é possível mergulhar na história de czares e imperadores, no legado da igreja católica ortodoxa dividindo espaço com o islamismo e, principalmente, na singularidade de seu período socialista, que ainda resiste em símbolos e comemora, também em 2017, o centenário da Revolução Russa.

    Para relembrar a data, o país prepara uma série de eventos, a maioria marcada para novembro, entre fóruns internacionais, encontros de partidos, conferências, debates, comícios festivos e uma noite de gala em Moscou e outra em São Petersburgo. Por aqui, também já há roteiros temáticos na agência Conexão Brasil Rússia: com saída em outubro, serão nove noites refazendo os passos de Lenin entre as duas cidades principais russas. Custa R$ 6.950 por pessoa, e inclui hospedagem com café da manhã, passeios com guia em português e passagens de trem.

    Em Moscou, passe pelo estádio Luzhniki, erguido em 1956 sob o padrão arquitetônico stalinista e, atualmente, em reforma para a abertura da Copa em 2018. Enquanto isso, São Petersburgo inaugura uma arena para 69 mil pessoas sobre a Ilha Krestrovsky, que estará conectada à parte continental por uma ponte levadiça. Cortada pelo Rio Neva, a capital cultural russa tem mais de 300 pontes com esculturas, museus, teatros, espaços de artes, salas de concertos e restaurantes por todos os cantos, principalmente em sua avenida principal, a badalada Nevsky.

    Para complementar o roteiro, a cidade-resort de Sochi, sede dos Jogos de Inverno em 2014, mescla praias e montanhas com clima mais ameno o ano todo. Não à toa, é destino certo dos russos nas férias. E há ainda a grande aventura de conhecer algumas cidades, como Ecatarimburgo, embarcando na Transiberiana, a rede ferroviária que liga a Rússia Europeia a seu extremo oriente (confira o roteiro).

    Como diz nosso colunista Mr. Miles, a Rússia “não é apenas um país, mas o maior de todos”, o que já é motivo de sobra para ir, “my friends”. Mas, como ele mesmo alerta, não vá sem informações prévias. Baixe guias offline no celular, já que nem sempre as informações por lá estão em inglês, tente aprender palavras básicas em russo para escapar de apuros e troque seu dinheiro por rublos assim que chegar. Confira a programação de eventos para o próximo ano e boa viagem.

    BRUNA TONI
  6. Vista noturna do Museu de Arte Islâmica, com um pouco da cultura do Catar, sede da Copa 2022. Fadi Al-Assaad/Reuters
    5

    Doha

    Catar
    A nova Dubai

    Daqui até 2022 – parece muito tempo, mas são só cinco anos – vamos ouvir falar muito do Catar e dos preparativos em que o país está imerso para receber a Copa do Mundo de futebol. Obras e mais obras já causam mudanças aceleradas na paisagem desse pequeno emirado no Golfo Pérsico, lar de 2,2 milhões de pessoas. Doha, a capital, é hoje o que Dubai se tornou a partir da metade dos anos 2000: uma cintilante, consumista, tecnológica e exagerada cidade pontilhada de guindastes no horizonte, que parece brotar de repente das areias do deserto.

    O aeroporto está novo em folha, inaugurado em 2014. A companhia aérea nacional, a Qatar Airways, segunda melhor do mundo no ranking World Airline Awards da Skytrax, o mais respeitado do mercado da aviação, acaba de anunciar mais 14 rotas. Uma delas será o voo entre Doha e o Rio de Janeiro, o segundo com destino ao Brasil – o voo de São Paulo opera desde meados de 2010 –, ainda sem data definida para estrear, mas anunciado exatamente no momento em que a Etihad, de Abu Dabi, encerra seu voo brasileiro e fecha para a América do Sul outro importante hub no Oriente Médio. Também novidade da Qatar Airways, o trecho entre Doha e Auckland, na Noza Zelândia, estreia em fevereiro e será a rota aérea mais longa do mundo, com 18 horas e uns minutos de duração.

    O Catar sabe que, para os brasileiros, sua melhor vocação é para stopover, aquela parada mais longa para conhecer e curtir um pouco a cidade de conexão. O emirado quer aproveitar sua posição privilegiada de distribuidor de voos muito longos entre as Américas, a Europa e a Ásia para convidar os visitantes a ficarem um pouco mais. Tanto que o governo do país anunciou, em outubro, a gratuidade no visto de trânsito, concedido por até quatro dias sem custo adicional.

    Neste momento, a capital do Catar está no ponto para ser descoberta antes que fique popular demais. O número de turistas ainda é modesto, mas vem crescendo a uma média de 100 mil a mais por ano. Em 2015, foram 2,93 milhões de visitantes que pernoitaram pelo menos uma vez.

    Essa “nova Dubai” é tão atrevida quanto à original. Replica o skyline de prédios modernosos com formatos nada convencionais. Chamou para arquitetar seu Museu de Arte Islâmica o mesmo arquiteto da pirâmide do Louvre, I.M.Pei – a obra ficou pronta no fim de 2008. Dois anos atrás, o chef Nobu Matsuhisa levou seu hypado restaurante japonês à cidade. O britânico Gordon Ramsay e o francês Guy Savoy também têm restaurantes em Doha. A ilha artificial (olha Dubai aí outra vez) The Pearl é um shopping horizontal e o Souq Waqif, um típico mercado do Oriente Médio. Mas passeio imperdível mesmo é o tour pelo deserto em veículo 4X4: no Qatar, as areias terminam no mar. Nada mal para uma paradinha de poucos dias, certo?

    MÔNICA NOBREGA
  7. Praça Mauá. Museu do Amanhã invade a Baía de Guanabara e é uma das principais atrações do 'novo' Rio. Fernando Maia/Riotur
    3

    Rio de Janeiro

    Brasil
    Frutos olímpicos

    Em junho deste ano, bem antes da prova de fogo dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, nosso turista profissional, Ricardo Freire, já alertava: “Deixe passar a Olimpíada, compre a passagem com antecedência, e o hotel, em cima da hora: esse vai ser o segredo de uma viagem medalha de ouro ao Rio”. Passados o furor da competição (que deixou saudade, admitamos), a superlotação e os preços nas alturas de passagens e hospedagens por lá, chegou a melhor hora de embarcar à Cidade Maravilhosa.

    É claro que os problemas, existentes bem antes da Olimpíada, continuam lá. Diante de uma profunda crise financeira, escândalos de corrupção, problemas com a segurança pública e muitas incertezas sobre o que será feito do legado olímpico, o Rio de Janeiro resiste na força de sua natureza e cultura, nos movimentos artísticos e plurais que ajudam a mantê-lo entre os destinos mais procurados do País. Não à toa, nosso criterioso Mr. Miles parece já ter comprado as passagens: “Eu não sei quanto a vocês, my friends, mas eu vou ao Rio ano que vem”.

    Quem teve a chance de visitar o Rio desde pouco antes dos Jogos, sabe que a cidade, de fato, já não é a mesma do ponto de vista turístico. Primeiro porque as mudanças no transporte público, que começaram a dar as caras durante o período olímpico, facilitando o acesso a importantes pontos turísticos, aeroporto e rodoviária, já estão em fase de expansão. A nova linha 4, que liga Ipanema a antes tão inacessível Barra da Tijuca, por exemplo, passará a funcionar plenamente a partir do dia 17 de dezembro - das 5h até meia noite, de segunda a sábado, e aos domingos e feriados, das 7h às 23h. Para 2017, a promessa é que a integração entre as linhas 1 e 4 ocorra, dispensando a necessidade de baldeação.

    Com a chegada tão esperada do metrô à Barra, aliás, e sua integração com o BRT (sigla em inglês para Transporte Rápido por Ônibus), não é exagero dizer que o Rio de Janeiro ganhou uma nova área turística. Como lembra Ricardo Freire, são 8.500 quartos de hotel novinhos, a preços mais em conta do que em 2016 – segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro, o valor da diária na zona sul deve cair em média 10%, e, na Barra da Tijuca, 15% em relação aos valores aplicados neste ano.

    E se engana quem pensa que a zona oeste da cidade é feita apenas de baladas caras e shoppings de grifes internacionais. Eles existem, é fato, mas dividem espaço com praias paradisíacas como a de Abricó, única de nudismo na cidade, com o Museu do Futebol e o Museu Casa do Pontal, maior acervo de arte popular do País, além da preciosa reserva natural e paisagística de Roberto Burle Marx.

    É bem verdade que os BRTs precisam de manutenção constante, o que caberá à prefeitura recém-eleita da cidade cobrar das empresas que administram o serviço. Mas é inegável que encurtaram distâncias e têm facilitado a vida não só de turistas, mas de moradores. O mesmo vale para o VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos), o trem silencioso e moderninho, apesar de lento, que circula pelas ruas do centro e da renovada zona portuária, ligando o Aeroporto Santos Dumont à rodoviária, com paradas na Praça Mauá e na Orla Conde, ambas com vida cultural agitada. A expectativa para o próximo ano, ainda sem data definida, é inaugurar o trecho entre as paradas Saara e Praça da República.

    E por falar em centro e zona portuária, aliás, é preciso dizer que o “Boulevard Pós-Olímpico”, para usar a expressão da editora da Azul Magazine, Bruna Tiussu, continua vivo na Orla Conde, como palco de eventos musicais como o TAU Festival, a Feira Literária LER e o Festival de Gastronomia Vegetariana. É também ali que está o badalado mural Etnias, do paulistano Kobra, prontinho para ser cenário da sua foto (agora sem apertos no meio da multidão).

    Ali do lado, na Praça Mauá, o Museu do Amanhã está prestes a divulgar sua programação para o próximo ano – já adiantamos que as exposições temporárias Rolê pelo Rio Hackeado e O Poeta Voador, Santos Dumont, premiada internacionalmente, continuarão até 2 e 19 de fevereiro, respectivamente. Para facilitar, desde os Jogos, é possível agendar a visita no site. Vale combiná-la com a do Museu de Arte do Rio (MAR), bem em frente, e com uma vista incrível para a Baía de Guanabara – às terças, ambos os museus são gratuitos e o ingresso para cada um deles nos demais dias sai R$ 20 a inteira, mas há o tíquete que dá acesso aos dois por R$ 32.

    Até antigas atrações parecem dispostas a continuar se renovando. No centro, por exemplo, o Bondinho de Santa Teresa, desativado por três anos e de volta à ativa em abril de 2015, cogita ampliar o trecho que hoje vai desde o Largo da Carioca até o Largo dos Guimarães. A partir do dia 15 deste mês, porém, o passeio para turistas passará a ser cobrado (R$ 20), enquanto moradores terão acesso livre. Mesmo tendo de pagar, a subida pelo morro de Santa Teresa em cima desse patrimônio cultural é uma das coisas que você deve fazer no Rio em algum momento da vida, pode apostar.

    BRUNA TONI
  8. Cores. Akihabara é o bairro dos eletrônicos em Tóquio. Adriana Moreira/Estadão
    2

    Tóquio

    Japão
    Em transformação

    “Se você voltar para Tóquio ano que vem, vai notar muita coisa diferente”, disse-me a guia Yuki enquanto conversávamos em uma rua da cidade, em novembro. E não é apenas por causa da Olimpíada iminente, daqui a menos de quatro anos. Transformar-se faz parte da essência da capital japonesa – basta ver o número cada vez maior de arranha-céus no skyline da cidade. Mas é inquestionável que os Jogos estão acelerando esse processo. E haja bate-estaca, tapume e projeto para tirar do papel até 2020.

    Tóquio garantiu quatro votos, um dos leitores e três do júri, na nossa lista de destinos para 2017. “É simplesmente a metrópole mais surpreendente do mundo. É impossível não ficar boquiaberto com a tecnologia, a mistura de cores, a funcionalidade, os templos e a comida – que vai muito além do sushi e do sahimi”, justificou a editora da Azul Magazine, Bruna Tiussu.

    Ir antes dos Jogos é também uma oportunidade de conhecer a cidade enquanto seus preços não ficam estratosféricos. Sim, o Japão já é caro – mas não em todos os setores. Comer, por exemplo, é barato – até mesmo nas lojas de conveniência há rolls de sushi de apenas US$ 1. E pode confiar: é tudo fresco e limpo, sempre, em qualquer lugar onde se coma.

    Mas se comer é, de modo geral, barato, os passeios podem sair bem salgados. O preço da passagem de metrô aumenta de acordo com a distância (e o número de baldeações) percorrida. Para facilitar, compre nas máquinas do próprio metrô um cartão Pasmo ou Suica, recarregáveis e aceitos também em ônibus e trens.

    Ainda assim, se locomover pela cidade é fácil, embora o metrô de Tóquio seja gigantesco e cada estação tenha dezenas de saídas. As informações estão escritas também no alfabeto ocidental, e os japoneses estão sempre dispostos a ajudar (mesmo que nem todos falem inglês). Para facilitar, baixe o app Tokyo Subway, que funciona offline: basta colocar a estação de partida e a de destino e ele fala exatamente onde fazer a baldeação, o tempo e o custo da viagem.

    Keita Kadowaki, do órgão de promoção de Turismo do Japão, explica que o plano é que, até 2020, o número de turistas no país suba de 20 milhões, em 2016, para 40 milhões. Para atingir esse número, estão listadas medidas como a abertura de novos escritórios promocionais pelo mundo (incluindo o Brasil) e a diversificação de destinos turísticos.

    Se a meta será atingida, ainda não se sabe. Mas é inegável que a cidade está se preparando para isso. De dentro do ônibus, Yuki apontava, enquanto tentávamos acompanhar. “Aqui vai ser um shopping”, “Ali, um prédio de escritórios”, “Um novo hotel”. Renovação, reforma, construção: era difícil passar por alguma área e não ouvir uma dessas palavras.

    A começar pela Estação de Tóquio, onde chegam 3.700 trens todos os dias (incluindo os trens-bala). Erguida em 1914, inspirada na estação de Amsterdã, sua bela fachada passou por uma restauração em 2012, mas está coberta no momento em razão de obras de paisagismo, que devem ser concluídas em 2017.

    O famoso mercado de peixes de Tsukiji também deveria mudar de lugar até a Olimpíada, mas polêmicas a respeito da nova localização colocam em dúvida se a mudança vai ser de fato realizada. De qualquer forma, vale muito a pena visitar o espaço. Esqueça o leilão de atuns na madrugada – as filas para conseguir um lugar na plateia começam às 2h. Basta acordar cedo para ver peixes enormes sendo cortados, aquários com caranguejos gigantes, estrelas-do-mar. Algumas barracas vendem sashimi fresquíssimo, e os restaurantes do entorno servem pratos baratos e deliciosos. Mas muitos já não atendem mais às 10h, tamanha a demanda de clientes.

    Tóquio é uma surpresa a cada esquina. E como o espaço é pouco e as atrações são muitas, um pequeno resumo do fundamental: uma noite no cruzamento de Shibuya; percorrer as ruas de Akihabara, o distrito dos eletrônicos; visitar Harajuku, o point dos adeptos de cosplay; caminhar entre as lojas de grife em Ginza; ver o comércio local do distrito de Yanaka; subir na SkyTree em um dia claro e avistar o Monte Fuji (no inverno há mais chances).

    Ou, simplesmente, flanar pela cidade, entrar nas lojas de departamento, se esbaldar nas lojas onde tudo custa 100 yenes (o equivalente a US$ 1), tomar um saquê nos izakayas (pequenos bares) da cidade e um lámen em qualquer lugar apertado, cheio de locais e sem cardápio em inglês. Eis a essência de Tóquio.

    ADRIANA MOREIRA
  9. Paraná. No Parque Nacional do Iguaçu, as cataratas atraem 1 milhão de pessoas por ano. Jorge Adorno/Reuters
    3

    Foz do Iguaçu

    Brasil
    A dois, em família, em grupo

    Em ano de crise e dólar alto, o brasileiro começa a olhar com mais carinho para os destinos nacionais. Com atrações clássicas e novidades, Foz do Iguaçu é ideal para quem procura uma viagem marcante, mas não quer gastar tanto. “Junto com Gramado e Balneário Camboriú, forma o triunvirato de destinos que podem substituir a Flórida para viagens em família”, explica o colunista do Viagem Ricardo Freire.

    Na verdade, Foz é para todos os públicos: famílias, casais, grupos de amigos. E tem ampla rede hoteleira, que inclui de hostels de boa qualidade a hotéis cinco-estrelas. “É uma cidade fácil de conhecer. Um fim de semana é suficiente para as maiores aventuras”, diz a blogueira Amanda Noventa.

    De fato, em um fim de semana você consegue visitar o lado brasileiro das Cataratas do Iguaçu e entender por que elas foram eleitas uma das Sete Maravilhas do Mundo. No Parque Nacional (R$ 35), ônibus levam os turistas aos principais pontos do parque – a maioria desembarca na entrada da trilha. São apenas 1.200 metros, em um percurso tranquilo e acessível.

    Mas vale a pena ir também ao lado argentino, e, para isso, você vai precisar de pelo menos um dia a mais. No Parque Nacional Iguazú (R$ 53), o caminho segue sobre as quedas d’água – um friozinho na barriga te acompanha no percurso. O ápice é a chegada na Garganta do Diabo.

    O Marco das Três Fronteiras, que marca os limites entre Argentina, Brasil e Paraguai, acaba de passar por uma grande revitalização. Será reinaugurado nesta semana, com ampliação de área de mirantes, exposição tecnológica que marca a descoberta do local e show de águas dançantes.

    Documento: carta de motorista não serve como documento para cruzar a fronteira com a Argentina ou o Paraguai. Fique atento.

    ADRIANA MOREIRA E WILLY DELVALLE
  10. Multifacetada. As torres da Igreja Matriz de Santo Antônio dão um gostinho da riqueza de Tiradentes.César Reis Fotografia
    5

    Tiradentes

    Brasil
    A “Paraty” mineira

    A fama de Tiradentes não é de hoje: rota histórica nacional das mais importantes, a cidade sempre esteve presente nos roteiros e pacotes de viagem para a Minas Gerais dos séculos 18 e 19, ao lado de Ouro Preto, Mariana e a vizinha São João Del Rey. Mas, de uns tempos para cá, a pequena vila de pouco mais de 7 mil habitantes tem ido além das suas já consagradas construções históricas e igrejas: tornou-se polo cultural e gastronômico e, não à toa, já vem sendo chamada de “Paraty” mineira.

    Há bons motivos para a comparação e, para falar bem a verdade, o destino mineiro – a seis horas de São Paulo de carro e a três de Belo Horizonte – já compete em pé de igualdade com o carioca no que diz respeito a número de eventos distribuídos ao longo do ano. Em 2017, são 24 confirmados e outros sete a confirmar, contemplando todos os meses. Entre os mais famosos e com mais procura estão a Mostra de Cinema, que chega à sua 20ª edição de 20 a 28 de janeiro, o Festival de Cultura e Gastronomia em agosto (ainda sem data definida) e a etapa do Xterra, competição de triatlo off-road marcada para 30 de setembro.

    Sem deixar de lado sua quantidade abastada de atrações naturais, arquitetônicas e históricas, a proposta é a mesma de Paraty: combinar os eventos com passeios pela “charmosa cidadezinha” e seus restaurantes imperdíveis (muitos deles gratuitos), como descreve a editora da Azul Magazine, Bruna Tiussu. “Tiradentes se tornou uma das mecas da gastronomia nacional”, avalia.

    A parte histórica inclui dez igrejas construídas entre os séculos 18 e 19 nos estilos barroco e rococó. A mais simbólica é a Igreja Matriz de Santo Antônio, que teve sua fachada modificada por Aleijadinho em 1810 e guarda um ícone da cidade, o relógio de sol em pedra sabão. Outras duas, particularmente, são bem interessantes: no alto de uma colina, a Capela São Francisco de Paula garante visão privilegiada de Tiradentes, e a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos remete às festas de reinado e congado.

    Sobrados e casas históricas hoje funcionam como centros culturais e museus, com destaque para a Casa da Câmara e o Museu Padre de Toledo, pertencente ao líder inconfidente e sede da primeira reunião dos conjurados em 1788. Vale também embarcar em sua maria-fumaça até a vizinha São João Del Rey. O tour parte da estação ferroviária inaugurada por Dom Pedro II em 1881 (R$ 60 ida e volta, de quarta a domingo; 32-3371-8485).

    A natureza ajuda a equilibrar a overdose histórica e cultural. Os passeios se concentram na Serra de São José. São cinco trilhas administradas pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) – a orientação da Secretaria de Turismo é fazê-las com a condução de guias – e três cachoeiras: a do Carteiro (trilha de 1h30 para chegar), a do Paulo André (a apenas um quilômetro do centro) e a do Mangue, no sopé da serra. Há ainda os passeios oferecidos por agências e receptivos até as comunidades rurais da cidade, onde a experiência é entrar em contato com os moradores, sua culinária típica, confecção de artesanatos e a produção de queijos, mel e cachaça prontos para serem trazidos na bagagem de volta.

    BRUNA TONI

Outros finalistas

Templo do Mármore em Bangcoc. Felipe Moratara/Estadão

Tailândia

Depois de 70 anos sob o comando do rei Bhumibol Adulyadej, morto em outubro deste ano, a Tailândia vive um período de luto oficial. Sem interferir no funcionamento das atrações turísticas, a experiência que se terá no país, onde autoridades reais são consideradas sagradas, certamente será única neste momento. Aproveite que, com exceção das passagens aéreas (R$ 4.300 em média), o destino é um dos mais em conta e dá para combinar com um mochilão pela Ásia. A rota mais turística passa pela agitada capital Bangcoc, com templos budistas imperdíveis como o Wat Pho, o mercado flutuante Damnoen Saduak e a Khao San Road, rua onde diversão e prazer não faltam (não saia de lá sem, no mínimo, uma sessão de massagem). Inclua a espiritual e tranquila Chiang Mai, a pouco mais de 1h voando da capital, para conhecer uma Tailândia menos globalizada, e, claro, não perca um mergulho em suas praias paradisíacas: são 300 ilhas, entre elas a famosa Phuket, onde Leonardo DiCaprio protagonizou A Praia (2000).

Leia mais
Balões ao amanhecer sobre o Rio Yarra. Adriana Moreira/Estadão

Melbourne

Austrália

Eleita a melhor cidade para se viver em 2016 pela revista inglesa The Economist, Melbourne tem se tornado queridinha dos turistas também. Com ótimos hotéis e restaurantes, lojas de grife (é o centro da moda na Austrália), natureza que mescla vida selvagem e urbana a cada esquina e um espírito esportivo elevado, a cidade terá em 2017 diversos eventos de peso que só tendem a reforçar a importância da capital do Estado de Vitória, a 1h30 voando de Sydney. Na área gastronômica, uma de suas vertentes mais fortes, receberá, de 1 a 7 de abril, a premiação Os 50 Melhores Restaurantes do Mundo - para comemorar seus 15 anos de existência, o prêmio, que ocorre sempre em Londres, vai visitar alguns lugares pelo mundo. Fora dessa época, ainda é possível desfrutar de seus bares, cafeterias e vinhos/vinícolas sem nenhum prejuízo ao paladar. Outra novidade está marcada para outubro, mês que a Latam promete inaugurar o voo mais longo de sua história, entre Santiago, no Chile, e Melbourne (serão 15 horas de trajeto). Ainda não é brasileiro, mas será o primeiro voo sem escalas partindo da América Latina. Duas noites são o mínimo de tempo por lá.

Leia mais
Jardim Botânico de Curitiba. Rodolfo Buhrer/Reuters

Curitiba

Brasil

Referência brasileira quando o assunto é cidade bem organizada, Curitiba tem ganhado os noticiários nos últimos tempos mais pela política do que pelo turismo, é verdade. Mas até a curiosidade pelo centro das decisões da Operação Lava Jato a transformou em roteiro turístico-político: tem até agência vendendo tours que levam a lugares como Procuradoria da República e Polícia Federal (saiba mais). Deixando de lado esse protagonismo factual, Curitiba tem muito mais a mostrar. Tanto que, em 2017, será o tema do samba-enredo que a escola de samba Nenê de Vila Matilde levará à avenida em São Paulo. Além de seus parques, bosques e cartões postais como o Palácio de Vidro do Jardim Botânico, a Ópera de Arame, o Museu Oscar Niemeyer e o Espaço Cultural Frans Krajcberg, ainda conta com o famoso passeio de trem que liga a capital paranaense à simpática Morretes (o passeio é operado pela Serra Verde Express). Na agenda anual, festivais cervejeiros, gastronômicos – aproveite a riqueza de uma culinária com influências ucraniana, italiana, alemã... - e culturais agitam a cidade ao longo do ano. O maior deles, o Festival de Teatro, ocorre sempre em março. Isso sem falar da Bienal, que volta à cidade em anos ímpares. Além do mais, como lembra Bob Rossato, um dos sócios-fundadores do Viajanet, “Curitiba é ponto de partida para outros passeios no Paraná”. Uma dica? Estique para o litoral.

Leia mais
Casapueblo, em Punta del Este. Kromstock/Uruguai Natural

Uruguai

“Apesar das caneladas de seus zagueiros, o Uruguai é plácido, ameno e fácil como seu próprio bairro. Adoro suas carnes e, com perdão aos argentinos, seu tango”, conta Mr. Miles sobre sua escolha pelo Uruguai como destino para 2017. A facilidade - da geografia próxima à língua familiar – e a qualidade dos serviços que oferece já faz do país um bom lugar para ir num feriado prolongado ou nas férias, seja qual for a época. Há uns três anos, porém, o momento por lá tem sido especial, em grande parte pelas mudanças promovidas durante o governo de seu polêmico e ousado ex-presidente José Mujica. Ir em 2017 ganha mais uma vantagem: as isenções e descontos do IVA (Imposto Sobre Valor Acrescentado) em hotéis, restaurantes e compras vão apenas até o fim de março. Das atrações, explore a pequenina, pulsante e feita para viver ao ar livre Montevidéu. Fica a 3h de São Paulo e cabe em quatro dias – visite a Cidade Velha, com o Teatro Solís e o Mercado del Puerto (para comer o churrasco de Mr. Miles). À beira do Rio Prata, curta o pôr do sol, jante bebendo um vinho de uvas tannat e percorra o Estádio Centenário. Inclua no roteiro a viagem até a litorânea Punta del Este (no verão, de preferência) e um bate e volta à histórica Colonia del Sacramento.

Leia mais
Cânion das Laranjeiras é de 2,5 km aproximadamente. Adriana Moreira/Estadão

Serra Catarinense

Brasil

Amanda Noventa tem um curto e bom argumento para ir à Serra Catarinense: “Só o fato de ter muito vinho já é um bom motivo”, aposta nossa blogueira. Ainda pouca explorada – o que, no caso, significa tanto infraestrutura em desenvolvimento quanto preservação de uma natureza espetacular -, a região tem investido em vinícolas com propósitos também turísticos, com visitas guiadas e degustações que só comprovam a qualidade de seus vinhos. Mas há mais por lá, começando pelo friozinho que leva, naturalmente, a suas casas de cafés e chocolates – em São Joaquim, conhecida nacionalmente por ser a cidade onde neva no Brasil, não deixe de visitar as ótimas vinícolas da região. No centro, tome um café no Boulevard Café Colonial (o bufê de delícias caseiras custa R$ 30; Rua Manoel Joaquim, 12). Já as cidades de Bom Jardim da Serra, onde três cânions valem a parada, e Urubici, repleta de trilhas e cachoeiras, onde foi registrada a menor temperatura do País em 1996 (17,8 graus negativos), compõem o roteiro básico da Serra Catarinense. Com tempo, siga as dicas do nosso colunista Ricardo Freire:

Leia mais
Vista aérea das Thermas dos Laranjais. Divulgação

Olímpia

Brasil

Olímpia entrou definitivamente nos planos de viagem dos paulistanos nos últimos anos. Talvez porque uma estância de águas termais, pronta para fazer relaxar, seja a rota de fuga que os habitantes das metrópoles tanto desejam. Com voos operados pela Azul, o tempo para se chegar à cidade é relativamente curto: o voo dura apenas 1h até o aeroporto de São José do Rio Preto e, de lá, mais meia hora pela estrada até a estância (indo de carro são 5h, em média). Com um dos maiores parques termais do País, o Thermas dos Laranjais, que oferece diversão para todos os níveis de medo e adrenalina, Olímpia ainda vai ganhar mais um grande parque de águas quentes no primeiro semestre de 2017: o Hot Beach. Com capacidade para oito mil pessoas e parceria com um resort (também prometido para o próximo ano) ao estilo “pé na areia”: você sai do quarto e já está curtindo a praia artificial do local. Se enjoar de água, aproveite para visitar a cidadezinha, seus orquidários e trilhas e, em agosto, curtir seu tradicional Festival de Folclore, que ocorre desde 1986 e é gratuito (os dias ainda serão confirmados).

Leia mais
Pôr do sol em Recife. David Andrade

Recife

Brasil

Três anos entre uma visita, em 2013, e outra, em 2016, deixou claro à equipe do Viagem: Recife mudou. Não é a mesma mudança brusca pela qual passou o Rio de Janeiro, mas a revitalização de seu centro histórico já permite ao Recife Antigo respirar novos ares. A renovada rede de hotéis para a Copa de 2014, segundo Ricardo Freire, também resolveu o problema com hospedagens nos bairros do Pina e Boa Viagem, principalmente. Com uma força cultural que passeia por várias vertentes artísticas, foi destaque também nas telinhas e telonas nos últimos anos – só para citar 2016, os sucessos Justiça, minissérie exibida pela TV Globo, e o filme Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, alçaram a orla da praia de Boa Viagem à cenário nacional das artes visuais. A partir de seu marco zero, a Praça Rio Branco, a visita passa pelo tradicional Centro de Artesanato de Pernambuco, com peças únicas regionais – reserve boas horas para se perder lá dentro -, segue para o espaço cultural Paço do Frevo e ao Cais do Sertão, um lugar mágico e interativo que resgata a vida do sertanejo e presta uma homenagem ao mestre Luiz Gonzaga. Ali pertinho, está a Casa dos Bonecos Gigantes (Rua do Amparo, 45) e a Embaixada de Pernambuco, com os tradicionais bonecos que desfilam no carnaval recifense – para a festa do próximo ano, aliás, estão confeccionando o boneco do Chacrinha, em homenagem ao apresentador pernambucano que faria 100 anos em 2017. Ainda vale a pena, segundo Bruna Tiussu, editora da revista Azul Magazine, explorar a autêntica cena gastronômica da capital pernambucana, “nos bairros classe média alta da zona norte da cidade, como Casa Forte, Poço Panela e Espinheiro”, ressalta Ricardo Freire.

Bom lugar para fotos, a skyline de Toronto vista à noite. Divulgação

Toronto

Canadá

O governo do Canadá anunciou de novo a dispensa do visto para algumas categorias de turistas brasileiros que visitam o país - agora, a previsão é de que comece a valer em maio de 2017. Com ou sem visto, no entanto, o Canadá segue sendo um destino espetacular em tempos de poder aquisitivo prejudicado - e Toronto, uma cidade sob medida para quem está em busca de novidades culturais e gastronômicas. A região suburbana de West End virou um aglomerado de galerias de arte, restaurantes e festas alternativas. A leste do centro, a partir do bairro Riverside, o circuito gastronômico se espalha por ruas residenciais, o que dá aos passeios uma cara de vida real. No centro, restaurantes gastronômicos como o Luckee, do chef Susur Lee, e as várias opções do Distillery District garantem diversão de sobra para o paladar.

Leia mais
Braamfontein, bairro do subúrbio de Johannesbugo. Mônica Nóbrega/Estadão

Johannesburgo

África do Sul

O recém-lançado voo direto da Latam deve servir de argumento extra para que brasileiros olhem para a maior cidade da África do Sul como um lugar para ficar, e não apenas passar. O principal hub do continente africano (caminho para as ilhas do Oceano Índico como Maurício e Seychelles) está em um momento de intensa reestruturação urbana nos bairros centrais que traz consigo uma efervescência artística e cultural - quem esteve lá para a Copa do Mundo de futebol, em 2010, e se concentrou nos hotéis e shoppings do bairro de Sandton, quase todo construído para o mundial, não viu nada. A explosão de vitalidade está em vizinhanças como Braamfontein e Maboneng - é para lá que você deve ir.

Leia mais
Foto do resort Malliouhana, na ilha do Caribe NYT

Anguilla

Integrante da Comunidade Britânica, esse minúsculo território de 90 quilômetros quadrados e 60 quilômetros de costa ainda é um Caribe do passado: restrito, cheio de propriedades luxuosas frequentadas por jet setters que querem desaparecer dos holofotes dos paparazzis, sem navios de cruzeiros. O acesso é difícil: de São Paulo, via Panamá até St. Maarten e daí, de ferryboat, ou via Miami, e só. Pelo mar só aportam embarcações pequenas e médias, como os iates para 100 passageiros da SeaDream. A rede de hotelaria de luxo Four Seasons abriu em outubro seu resort (desde US$ 500 o casal).

Leia mais

Expediente

  • Reportagem
    Adriana Moreira, Bruna Toni, Mônica Nóbrega, com colaboração de Willy Delvalle, especial para o Estado
  • Editora de Viagem
    Adriana Moreira
  • Webdesign
    Tiago Henrique Ferreira
  • Editor Assistente de Infografia
    William Mariotto
  • Editora de Infografia
    Regina Elisabeth
  • Diretor de Arte
    Fabio Sales