Créditos: Ana Sacoman, Juliana Raveli, Daniel Trielli, Edgar Maciel; Fabio Sales, Regina Elisabeth, Vinicius Sueiro, Renan Kikuche & Tiago Henrique

1955 Maior frio da história de SP Em 1955, uma onda de massa polar vinda do Chile derrubou as temperaturas em mais da metade do País. Nevou nos três Estados do Sul durante quatro dias seguidos de julho. Em São Paulo, o frio permaneceu até agosto, com temperaturas negativas que chegaram a -2°C, a menor da história da capital. “Dentro de 24 a 48 horas, o Estado de São Paulo deverá ser atingido pelo declínio da temperatura, não sendo, entretanto, ainda possível prever geadas”, publicou o Estado em 8 de julho de 1955.
1956 Cine Trianon é inaugurado Em julho de 1956, foi inaugurado o Cine Trianon, localizado na Rua da Consolação, perto da esquina com a Avenida Paulista. Em cartaz, o filme Eles Se Casam Com As Morenas, com Jane Russell e Jeanne Crain. Onze anos mais tarde, o local ganhou o nome de Cine Belas Artes, que fechou as portas em 2011. Em 2013, a fachada do prédio foi tombada, tornando-se patrimônio histórico estadual. No ano seguinte, foi reaberto com o nome de Caixa Belas Artes.
1957 Movimento operário reivindica 25% de aumento

30/10/1957 Líderes sindicais à frente dos grevistas na Praça Roosevelt. (ANTONIO LÚCIO/ESTADÃO)

O movimento operário de São Paulo, organizado por janistas, comunistas e integrantes do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), iniciou uma paralisação que reuniu 400 mil trabalhadores em outubro de 1957. Cerca de 70% das indústrias de São Paulo paralisaram as atividades. Eles reivindicavam um aumento de 25% para compensar a alta da inflação durante o governo Juscelino Kubitschek. No dia 17 de outubro de 1957, o Estado noticiava o fato: “Com alguns incidentes apenas, de que resultaram três operários feridos a tiro, sem gravidade, iniciou-se ontem a greve de seis categorias profissionais em São Paulo”.
1958 Inauguração do Conjunto Nacional

13/06/1958 Avenida Paulista esquina da rua Augusta. Inauguração da parte comercial do Conjunto. (ESTADÃO)

O Conjunto Nacional foi inaugurado oficialmente em 1958. A ideia de construir o grande centro comercial foi do empresário argentino José Tjurs. O projeto é do arquiteto David Libeskind. Na época em que foi criado, a Avenida Paulista ainda era tomada por grandes casarões. Nos anos 1950, o local ficou famoso por abrigar o restaurante Fasano, que recebeu clientes ilustres, como a atriz alemã Marlene Dietrich e o músico americano Nat King Cole.
1960 Primeiro jogo no Morumbi

(ESTADÃO)

O Estádio Cícero Pompeu de Toledo, mais conhecido como Morumbi, recebeu sua primeira partida em 2 de outubro de 1960. Jogaram o São Paulo – dono da casa – contra o Sporting de Portugal. O Tricolor ganhou por 1 a 0, com gol do centroavante Peixinho. O time paulistano conseguiu o terreno em que o estádio foi erguido por meio de doações; apenas uma pequena parte foi comprada. Antes de adquirir o Morumbi, o São Paulo tinha poucos recursos e era endividado. Em uma entrevista ao Estado publicada no dia da inauguração, o então presidente do time, Laudo Natel, disse: “O São Paulo era apenas um quadro de futebol. E hoje é um clube de rico patrimônio”.
1961 Terminal Rodoviário da Luz

(ESTADÃO)

Em 25 de janeiro de 1961, o Terminal Rodoviário da Luz foi inaugurado na Praça Júlio Prestes, na Luz, centro da capital. A rodoviária tinha capacidade para receber diariamente cerca de 1,5 mil ônibus, que transportavam 70 mil passageiros. Na época, o Estado criticou a obra: “Está longe de oferecer condições satisfatórias a um tão intenso movimento”. O problema foi comprovado pouco tempo depois, e a rodoviária foi desativada em 1982.
1962 Torcedores acompanham a Copa do Chile na Sé

(ESTADÃO)

Durante a Copa do Chile, em 1962, os jogos ainda não eram exibidos ao vivo pela televisão. Para resolver o problema, foi instalado na Praça da Sé, centro, um painel eletrônico que imitava um campo de futebol. Um operador escutava a partida pelo rádio e acendia e apagava cerca de 200 luzes – amarelas para um time e vermelhas para o outro – na posição em que, supostamente, a bola estava em campo. Em 3 de junho daquele ano, um domingo, o Brasil enfrentava a Checoslováquia. “Não se ouviam rojões e foguetes no centro da cidade, porém, a multidão na Praça da Sé permaneceu diante do painel eletrônico e dos altifalantes, na expectativa do ponto que não veio, até a voz de Viña del Mar anunciar o fim da partida”, contou o Estado. Naquele Mundial, a seleção brasileira se tornou bicampeã.
1962 Greve da UNE

(ESTADÃO)

Em 1º de junho de 1962, a União Nacional dos Estudantes (UNE) deflagrou a greve do 'Um Terço' para exigir a representatividade dos estudantes nas universidades brasileiras. A direção da UNE tentou negociar com as instituições, sem sucesso. Houve paralisação na maioria das 40 universidades brasileiras da época, entre elas a Universidade de São Paulo (USP). Também houve grandes manifestações. Em uma delas, os estudantes ocuparam o Ministério da Educação, de onde foram retirados pela polícia do Exército.
1963 Monumento Borba Gato

(ESTADÃO)

Entre as Avenidas Santo Amaro e Adolfo Pinheiro, na zona sul, fica um dos monumentos mais conhecidos de São Paulo: a estátua de Borba Gato. Começou a ser construída em 1957, e só ficou pronta em janeiro de 1963. Foi criada pelo escultor Júlio Guerra, que tem mais obras espalhadas por Santo Amaro. O monumento tem 13 metros de altura, incluindo o pedestal, e pesa 40 toneladas. Não foi feita de pastilhas, mas de pedras que foram quebradas por Guerra para a produção da estátua.
1964 Marcha da Família com Deus pela Liberdade

(ESTADÃO)

As ruas do centro da capital foram tomadas por cerca de cem mil pessoas em 19 de março de 1964, durante a Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Os manifestantes eram contrários ao governo João Goulart, que consideravam uma ameaça comunista. Adversários políticos, representantes da Igreja Católica, empresários e cidadãos de classe média participaram do ato. A freira Ana de Lourdes foi uma das líderes do movimento.
1965 TUCA, o Teatro da PUC-SP, é inaugurado com a peça Morte e Vida Severina

(ESTADÃO)

O teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), conhecido como Tuca, abriu as portas em 1965, com a apresentação de Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto. Na ditadura militar, foi usado por estudantes e acadêmicos em manifestações contra o regime. Um grande incêndio destruiu o edifício em 1984. A reconstrução completa do Tuca aconteceu apenas em 2003, quando foi reinaugurado.
1968 Inauguração do Masp na Paulista

(ESTADÃO)

Criado em 1947, o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) ocupava um prédio na Rua 7 de Abril, no centro. A sede definitiva - projetada pela arquiteta Lina Bo Bardi (1914-1992) e um dos principais cartões-postais da cidade – foi inaugurada em 7 de novembro de 1968, após 12 anos entre projeto e obras. A cerimônia de abertura teve a presença da rainha da Inglaterra, Elizabeth II. Lina mandou colocar uma pedra no imenso vão livre de 74 metros. Virou lenda urbana a versão que diz que a arquiteta teria escolhido uma cujo formato lembrava a silhueta do fundador do museu, Francisco de Assis Chateaubriand (1892-1968). Apesar de a cor vermelha aparecer nos croquis originais, o prédio foi mantido com as colunas de concreto sem pintura até o restauro, em 1990.
1969 Inauguração da Avenida 23 de Maio

(ESTADÃO)

No fim dos anos 1920, nasceu o projeto para criação da Avenida 23 de Maio. A via foi feita em etapas, por isso, a inauguração só aconteceu oficialmente em 1969. A região em que foi construída dividia a Liberdade da Bela Vista e era conhecida como Vale do Itororó. O Ribeirão do Anhangabaú corria por ali. A avenida, hoje uma das mais movimentadas da capital, foi chamada de Itororó e Anhangabaú. O nome 23 de Maio surgiu apenas em 1954, homenagem aos cinco jovens mortos na data em 1932, estopim para a Revolução Constitucionalista.
1972 Inauguração do Estádio do Canindé O Canindé já era o campo da Associação Portuguesa de Desportos desde 1956. Mas o espaço só ganhou a estrutura que mantém hoje em janeiro de 1972. A partida inaugural foi contra o Benfica, de Portugal. O time brasileiro perdeu por 3 a 1. Naquele dia, o jogo terminou 12 minutos antes do fim do tempo regulamentar por causa de uma forte tempestade. Na ocasião, o Estado publicou: “O campo já não oferecia condições de jogo, e a partida foi ficando feia. Aos 33 minutos, o juiz Oscar Scolfaro resolveu suspendê-la”.
1972 Incêndio no Andraus

(ESTADÃO)

Em 24 de fevereiro de 1972, uma tragédia aconteceu no centro de São Paulo. O Edifício Andraus, na esquina da Avenida São João com a Rua Pedro Américo, pegou fogo. Foram 16 mortos e 330 feridos, naquele que, até então, era o maior incêndio da história de São Paulo.
1973 Emerson Fittipaldi vence o primeiro Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1

(ESTADÃO)

Realizado em 11 de fevereiro de 1973, o primeiro Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 teve um brasileiro no lugar mais alto do pódio. Emerson Fittipaldi, que havia largado na segunda posição, venceu a corrida que aconteceu no Autódromo de Interlagos, na zona sul. Na ocasião, ele era piloto da Lotus. No ano seguinte, já na McLaren, Emmo repetiu o feito.
1973 Santos e Portuguesa dividem título do Campeonato Paulista

(ESTADÃO)

Por causa de um erro do árbitro Armando Marques na contagem dos pênaltis da partida final, Santos e Portuguesa dividiram o título do Campeonato Paulista de 1973. O jogo aconteceu no Estádio do Morumbi. Esse foi o último título de Pelé no Brasil.
1974 Tragédia no Joelma

(ESTADÃO)

O prédio, originalmente erguido em 1971, foi recuperado, rebatizado de Edifício Praça da Bandeira e reinaugurado em 1978. Ali, na Avenida 9 de Julho, região central da cidade, em 1.º de fevereiro de 1974, aconteceu o maior incêndio da história de São Paulo, que deixou 187 mortos e outras 300 pessoas feridas.
1975 Primeira São Silvestre com a presença de mulheres Criada em 1924, a São Silvestre fez a primeira prova feminina apenas em 1975. Na ocasião, a Organização das Nações Unidas (ONU) havia instituído o Ano Internacional da Mulher. Foram inscritas 17 corredoras; 14 largaram e 12 concluíram o percurso. A alemã Christa Valensieck conquistou o primeiro título e voltou a vencer em 1976. O principal nome feminino da São Silvestre, entretanto, surgiu na década seguinte: a portuguesa Rosa Mota ganhou a prova de 1981 a 1986. Carmem de Oliveira foi a primeira brasileira a se tornar campeã da corrida, em 1995.
1976 Primeira ciclovia de São Paulo Em 1975, o prefeito Olavo Setubal lançou o projeto A Pista para Bicicletas, que integraria a nova Avenida dos Sapateiros, na zona sul da capital. A via ganhou outro nome: Avenida Presidente Juscelino Kubitschek. A ciclovia ocupava pequeno trecho da avenida, entre a Rua Atílio Innocenti e a Marginal do Pinheiros. Tinha 1,8 km de extensão e 3 metros de largura. Entre 1988 e 1989, a faixa exclusiva para bikes sumiu durante as obras de um túnel na região.
1977 Corinthians é campeão paulista após 23 anos sem título Após quase 23 anos sem um título importante, o Corinthians conquistou o Campeonato Paulista em 13 de outubro de 1977. A partida, no Estádio do Morumbi, foi contra a Ponte Preta. Basílio marcou o gol da vitória. No Estado, o título da reportagem sobre a conquista era “Sonho já é realidade, o Corinthians renasce”. O texto, publicado em 14 de outubro, elogiava o técnico da equipe do Parque São Jorge: “Caberia a Osvaldo Brandão, pai, amigo e líder dos jogadores, o mesmo Brandão que por coincidência – ou fatalismo místico – levou o time à vitória em 1954, conduzir o novo Corinthians, não tão genial como 54, mas com a mesma garra”.
1978 Rodovia dos Bandeirantes é aberta A Rodovia dos Bandeirantes foi inaugurada em 1978. Mais de 5 mil pessoas participaram da cerimônia de abertura, na qual estiveram presentes o então presidente, Ernesto Geisel, e o governador de São Paulo, Paulo Egídio Martins. A rodovia foi criada com o objetivo de aliviar o trânsito da Via Anhanguera, principal acesso para Campinas até aquele momento. Na época, o projeto foi considerado moderno pela rodovia ter três faixas, ser plana e com poucas curvas.
1979 Inauguração do Teatro Lira Paulistana A Praça Benedito Calixto, em Pinheiros, na zona oeste, ganhou, em 25 de outubro de 1979, o Teatro Lira Paulistana. Era um porão, com aproximadamente 150 lugares, que recebia peças teatrais e shows. O local, que integrava a cena alternativa paulistana, ficou famoso pela grande produção cultural. Artistas como Itamar Assumpção, Arrigo Barnabé, Tetê Espíndola e as bandas Premeditando o Breque, Rumo, Grupo Um, Ira!, Ultraje a Rigor e Titãs lotavam a casa. O espaço fechou em 1986.
1980 Primeira visita de João Paulo II ao Brasil João Paulo II foi o primeiro papa a visitar o Brasil, entre junho e julho de 1980. Na chegada a Brasília, ele ajoelhou-se e beijou o chão. Cerca de 4,5 milhões de pessoas acompanharam a passagem do pontífice, que esteve em 11 Estados. Em São Paulo, a visita aconteceu em 4 de julho. Ele ficou hospedado na Abadia de São Geraldo. “Ficamos surpresos e achamos extremamente dignificante o privilégio de hospedar o papa, e logo na primeira visita de um sumo pontífice a São Paulo", disse Gabriel Iróffy, de 87 anos, monge e reitor emérito do Colégio Santo Américo. No Santuário de Nossa Senhora Aparecida, na cidade de Aparecida, João Paulo II rezou uma missa para mais de 300 mil fiéis.
1981 Show do Queen no Morumbi Em 20 e 21 de março de 1981, o Queen realizou dois shows da turnê The Game Tour no Estádio do Morumbi, em São Paulo. Os britânicos tocaram para cerca de 130 mil pessoas na primeira noite e 120 mil na segunda. Na ocasião, o Estado publicou: “Sob um sol intenso, durante toda a semana passada, jovens se acotovelavam das 10 às 17 horas diante da bilheteria do Morumbi para conseguir um ingresso e ver de perto seus ídolos”. Entre as músicas tocadas nas apresentações estavam os sucessos Bohemian Rapsody, Love of My Life, We Are the Champions e Somebody to Love.
1982 Inauguração do Centro Cultural São Paulo O Centro Cultural São Paulo (CCSP), na Rua Vergueiro, zona sul, foi aberto ao público em 13 de maio de 1982 com cinema, sala de exposições, teatro de arena, entre outros espaços. A inauguração teve apresentação do Coral Paulistano e do pianista José Eduardo Martins. O obra chegou a ser comparada aos complexos culturais Barbican, em Londres, e Georges Pompidou, em Paris. No entanto, havia o receio por parte de artistas de que o espaço se transformasse em um elefante branco.
1983 Manifestantes acampam no Ibirapuera Integrantes de movimentos operários e militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) acamparam entre 5 de setembro e 15 de novembro de 1983 no Parque do Ibirapuera, na zona sul da capital, para protestar contra o desemprego. Uma cerca de arame farpado foi instalada pelo prefeito Mario Covas para evitar que o acampamento tomasse outras áreas do parque.
1985 Criação da Primeira Delegacia de Defesa da Mulher São Paulo ganhou a primeira Delegacia de Defesa da Mulher, na Rua Doutor Bittencourt Rodrigues, centro, em 7 de agosto de 1985. Nenhum Estado brasileiro oferecia o serviço até aquele momento. A delegacia foi criada após protestos de mulheres contrárias ao modo como Distritos Policiais e Poder Judiciário cuidavam de casos de violência doméstica e sexual com vítimas do sexo feminino. No primeiro dia de funcionamento, cerca de 500 mulheres prestaram queixas ou realizaram consultas no local.
1986 Concluídas as obras do 'tampão' sobre o Rio Tamanduateí As obras das pistas do 'tampão' do Rio Tamanduateí foram concluídas em novembro de 1986. Cerca de 2,6 km do curso d'água foram cobertos, permitindo o tráfego de veículos pelo local. O objetivo era aliviar o congestionamento na região. Quando o trajeto foi liberado para automóveis, iluminação e sinalização ainda não estavam prontas.
1987 Casa de shows Aeroanta abre as portas no Largo da Batata Nos anos 1980, o circuito alternativo efervescia na capital. Em 1987, foi criada uma das casas de shows mais importantes daquela época: o Aeroanta. Localizado na Rua Miguel Isasa, 404, Largo da Batata, em Pinheiros, o espaço serviu de palco para Marisa Monte e Cássia Eller, em início de carreira. Recebeu ainda o show de lançamento do álbum Ideologia, de Cazuza, dirigido por Ney Matogrosso. A casa vivia lotada e era frequentada até mesmo por artistas internacionais de passagem por São Paulo. Fechou as portas em 1996.
1988 Operação tira carros do centro de São Paulo Em 1988, a poluição na capital atingiu níveis altos, levando a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) a criar, em 13 de julho, uma operação alerta, que proibia a circulação de carros no centro da cidade. Dos 500 mil automóveis que costumavam trafegar pela região, 19,6 mil descumpriram a determinação. Quem chegava a São Paulo naquele dia ficava surpreso com a ausência do característico trânsito. Na ocasião, a reportagem do Estado publicou a decepção de um menino que estava passeando pela capital: “Cadê aquele barulhão, o cheiro ruim da fumaça e as filas de carro que você prometeu me mostrar?”, perguntou Tiago, de 8 anos, ao pai, Márcio Tavares, quando chegaram ao Viaduto do Chá.
1989 Inauguração do Memorial da América Latina As obras do Memorial da América Latina começaram em 1987 e o local foi aberto em 18 de março de 1989. Grandiosa e imponente, utilizou mais de 20 mil metros quadrados de concreto e 2,2 mil toneladas de aço. “Poucas vezes uma obra de tamanha grandiosidade surgiu do nada, com tanta velocidade”, afirmava o Estado alguns dias antes da inauguração. Com projeto cultural de Darcy Ribeiro e arquitetura de Oscar Niemeyer, o Memorial foi concebido como um centro político e de lazer que homenageasse a união dos povos latino-americanos. No lançamento, sua utilidade e seu custo foram questionados. Foram gastos no projeto US$ 4,8 milhões, o suficiente na época para construir 48 pequenos teatros. Nas páginas do Estado, a polêmica de quem visitava o complexo pela primeira vez foi retratada: ou odiavam, ou amavam. “'Maravilhoso', 'Fantástico', 'Incrível', 'Um horror', 'Nada funcional', 'Sombrio'... Quem entra nesse espaço não consegue permanecer neutro: ou adora ou detesta”, afirmou a edição.
1990 Lei prevê criação de ciclovias e ciclofaixas Na década de 1990, São Paulo começou a discutir a importância das ciclovias para a cidade. A Lei 10.907 foi a primeira a determinar a destinação de espaços para ciclovias em São Paulo, reservando um lugar para elas nas novas avenidas. Além disso, também previa ciclofaixas aos sábados e domingos em avenidas que dessem acesso a parques. No entanto, a lei não pegou, e pouco foi feito nos primeiros anos da nova legislação.
1991 Primeira vitória de Senna no GP do Brasil O piloto brasileiro Ayrton Senna tentou sete vezes e somente na oitava corrida no Brasil conseguiu vencer em casa, em São Paulo. Foi no dia 24 de março de 1991, pilotando uma McLaren. Não foi uma vitória fácil. Faltando sete voltas para o final, apenas a sexta marcha do carro funcionava. “Comecei a sentir dores no pescoço, no ombro e nos braços. Aí, de repente, fiquei sem a quinta e a terceira (marchas). Nada funcionou, faltando sete, oito voltas para o final. Achei que não ia ganhar nas últimas três voltas com o problema no câmbio. Mas quando deu duas voltas, pensei: 'vai ser no grito'. Lutei tanto, tantos anos para chegar isso. Vai ter que dar. Vai ter que chegar em primeiro”, contou Senna ao Estado.
1992 Movimento Fora Collor Em 11 de agosto de 1992, às 11h, pelo menos 20 mil estudantes com as caras pintadas ocuparam a Avenida Paulista para pedir o impeachment do presidente Fernando Collor. Foi o primeiro grande protesto do movimento em São Paulo. No dia 18 de setembro, um novo ato reuniu mais de 650 mil pessoas no Vale do Anhangabaú. Em 29 de setembro de 1992, a Câmara dos Deputados aprova o impeachment, mas Collor renuncia antes da condenação. “Collor Fora” foram as duas palavras usadas na capa do Estado do dia 30 de setembro.
1995 Início do rodízio de carros Em 1995, a Prefeitura de São Paulo precisava reduzir os índices de poluição da cidade, por determinação do governo do Estado, e decidiu instalar um rodízio de veículos na cidade. Na época, a restrição durava o dia inteiro, diferentemente da atual, feita somente nos horários de pico. Na capa da edição do caderno de Cidades do Estado, uma pesquisa mostrava que 75% dos paulistanos aprovavam o rodízio de veículos. Os empresários temiam que a medida causasse prejuízos aos lojistas. “Além do prejuízo pessoal, serei afetada profissionalmente. Muitas pessoas vão sair apenas para compromissos essenciais”, disse na época Gláucia Rocha, que trabalhava como gerente no shopping Center Norte.
1996 Queda do Fokker 100 da TAM Em 31 de outubro de 1996, por falha no reverso direito, o Fokker 100 da Tam que fazia o voo 402, de São Paulo ao Rio, caiu logo após a de colagem, nas proximidades do aeroporto de Congonhas. Morreram todos os 90 passageiros e os seis tripulantes, além de três pessoas que estavam no solo.
1996 Primeira SPFW A semana de moda de São Paulo tem esse nome desde 2001, mas a primeira edição, de verdade, foi em 1996. Naquele ano, o projeto idealizado por Paulo Borges se chamava Morumbi Fashion Brasil, com cinco dias de desfiles abertos apenas para convidados. A ideia de Borges era criar um calendário fixo e concentrado de moda, como em Nova York e Paris. Na semana da moda brasileira, ganhariam repercussão nomes de modelos como Gisele Bündchen e estilistas como Ronaldo Fraga e Reinaldo Lourenço.
1998 Despedida d. Paulo Evaristo Arns Depois de 28 anos como bispo, d. Paulo Evaristo Arns despediu-se do cargo no dia 17 de maio de 1998. Cerca de 5 mil pessoas foram até a Catedral da Sé para participar da celebração. Foram mais de duas horas e meia de missa. Cerca de 300 padres e 17 bispos compareceram à cerimônia. No seu lugar assumiu o então arcebispo metropolitano, d. Cláudio Hummes. “Não vou embora, vou ficar com o povo”, afirmou d. Paulo, durante coletiva de imprensa antes da missa. Ao Estado, ele admitiu na época que a Igreja Católica passava por um processo de estagnação, perdendo fiéis para outras religiões. “Esse fenômeno é registrado em todo o fim de século”, avaliou.
1999 Fim do Mappin e da Mesbla Neste ano fechavam as portas duas redes varejistas com décadas de história na capital paulista. A rede Mappin foi trazida ao Brasil por dois irmãos ingleses, em 1913. “O Mappin fechou por causa de um rombo de mais de R$ 1,12 bilhão em dívidas com bancos, fornecedores, impostos e indenização trabalhistas”, explicava o Estado no dia 30 de julho de 1999. A primeira loja da empresa foi inaugurada na Rua 15 de Novembro, no centro. Em 1939, a loja mais conhecida da rede, na Praça Ramos de Azevedo, abria as portas. Em 1996, o Mappin acumulava prejuízos e foi vendido para o empresário Ricardo Mansur. Três anos depois, foi à falência. A Mesbla também pertencia a Mansur. Foi criada em 1924 e tinha 48 lojas espalhadas em 18 Estados. Quando fechou, a rede tinha uma dívida superior a R$ 950 milhões.
2000 Show-missa do padre Marcelo Rossi O padre Marcelo Rossi quebrou um recorde superior ao do papa João Paulo II no Brasil. Conhecido pelas cantorias, reuniu 2,4 milhões de pessoas no Autódromo de Interlagos, no dia 2 de novembro de 2000. São mais fiéis do que na visita do papa polonês em 1997, quando esteve pela última vez no Brasil. Marcelo Rossi comandou a Missa da Paz, no Dia de Finados. O show-missa teve participação de Agnaldo Rayol, Fat Family, Chitãozinho e Xororó e Sandy e Junior. O padre ficou surpreso com a multidão. “Por causa do mau tempo, achei que não viessem mais de 400 mil pessoas”, disse na época ao Estado.
2001 Primeiro trecho do Rodoanel é aberto O primeiro trecho da Rodoanel Mario Covas tinha uma extensão de 7,2 quilômetros e foi inaugurado no dia 23 de dezembro de 2001. A bordo de um automóvel Lincoln, de 1941, o governador Geraldo Alckmin percorreu o trecho, que liga a Avenida Raimundo Pereira de Magalhães às Rodovias dos Bandeirantes e Anhanguera. São duas pistas com quatro faixas de rolamento cada, acostamento e canteiro central. No entanto, o Rodoanel ainda era ameaçado de ter o tráfego proibido por problemas ambientais, já que a procuradora da República Maria Luíza Grabner apontava pendências no monitoramento da poluição sonora e do ar.
2002 Demolição do Carandiru Às 11 horas do dia 8 de dezembro de 2002, o Carandiru desapareceu. Foram quase 46 anos de existência, metade desse período com a promessa de ser desativado. Foram usados 280 quilos de explosivos, detonados em sete segundos. “A Casa de Detenção morre como viveu: sem deixar saudades”, disse o governador Geraldo Alckmin após a implosão. Os engenheiros levaram 16 horas para fazer 1,8 mil furos nos pavilhões 6, 8 e 9, onde injetaram uma mistura de nitrogênio e nitrato de amônia. Geraldo Alckmin, Nagashi Furukawa, ex-secretário de Administração Penitenciária, e o então ministro da Justiça Tarso Ramos Ribeiro detonaram a explosão. “Às 11 horas, a sirene tocou e os três apertaram o botão. Primeiro, um estouro surdo e o Pavilhão 9 caiu. Na sequência, o Pavilhão 8 e, por fim, o 6, já quase coberto pela nuvem de poeira vermelha”, contou o repórter Marcelo Godoy, no Estado do dia 9 de dezembro.
2003 Inauguração dos CEUs No dia 1.º de agosto de 2003, mais de 8 mil pessoas acompanharam a inauguração do primeiro Centro Educacional Unificado (CEU), na região de Guaianases, na zona leste de São Paulo. Na época, os CEUs eram a maior aposta de Marta Suplicy na Prefeitura para a área de educação. Outras 16 unidades foram inauguradas durante a gestão da petista. As obras receberam críticas pelo alto custo das construções. “A sigla CEU é providencialmente pronunciada como céu, mas a novidade está longe de ser um paraíso para todos. O alvo das maiores críticas são os R$ 15 milhões gastos pela Prefeitura para construir e equipar cada superescola”, informou o Estado do dia 27 de julho.
2004 Bilhete Único é lançado para todos As catracas dos ônibus e do metrô de São Paulo tiveram uma novidade em maiode 2004: não precisar pagar em dinheiro a tarifa do transporte. Mas a principal vantagem do cartão magnético do Bilhete Único era que o passageiro podia fazer quantas viagens quisesse em um período de duas horas. “Ele funciona como um cartão de celular pré-pago e pode ser recarregado em postos autorizados da SPTrans ou casas lotéricas”, explicou a edição do dia 18 de maio do Estado.
2004 Exposição de Picasso na Oca reúne 900 mil pessoas Em 2004, São Paulo recebeu a maior retrospectiva sobre o pintor espanhol Pablo Picasso na América Latina. Foram 126 obras expostas na Oca, no Parque do Ibirapuera. Entre janeiro e julho, mais de 900 mil pessoas visitaram a exposição. Nos últimos dias do evento, as filas eram longas. “No último dia de exposição Picasso na Oca, o público passou mais tempo na fila do que apreciando as obras do artista espanhol. Quem não quis perder essa última chance, teve de esperar, em média, duas horas para entrar no museu. Só que lá dentro, muitos não passavam mais de 40 minutos”, disse o Estado do dia 5 de julho.
2005 Auditório do Ibirapuera é inaugurado Única obra projetada por Oscar Niemeyer que ainda não tinha saído do papel no Parque do Ibirapuera, o Auditório foi inaugurado em 2005. Em pouco tempo, tornou-se um dos principais equipamentos culturais da cidade. O espaço tem 7 mil metros quadrados de construção e já foi palco de diversos shows de músicas erudita, popular e espetáculos de dança.
2006 Museu da Língua Portuguesa é aberto No prédio da Estação da Luz, centro da capital, foi inaugurado, em 20 de março de 2006, o Museu da Língua Portuguesa. Com investimento de R$ 37 milhões, o equipamento foi criado com o objetivo de preservar e valorizar a língua. A primeira exposição interativa a ocupar o espaço foi sobre Grande Sertões: Veredas, de Guimarães Rosa, obra que completava 50 anos naquele momento.
2007 Lei Cidade Limpa entra em vigor Um projeto para limpar a paisagem de São Paulo. Na gestão do prefeito Gilberto Kassab, comerciantes e lojistas tiveram de se adaptar e fazer um mutirão de retirada das fachadas, propagandas e letreiros. Dos cerca de 12 mil outdoors que estavam espalhados pela cidade, a Prefeitura retirou 594 com base na Lei Cidade Limpa. Outros 853 foram removidos por empresas do setor. Os demais resistiram por meio de liminares de empresas na justiça. No primeiro dia de aplicação da lei, o Estado foi às ruas para conferir o impacto da Cidade Limpa na capital. “O dia foi marcado por discurso de Gilberto Kassab, correria dos comerciantes e muito debate pela cidade. Placas no chão, descobriu-se a feiura e a beleza real de São Paulo”, dizia a edição do dia 3 de abril de 2007. Kassab fez questão de ressaltar que as subprefeituras estavam prontas para começar a multar as irregularidades, mas afirmou na época que haveria “bom senso” dos fiscais na hora de aplicar as punições. “Nosso objetivo não é arrecadar, é melhorar o visual de São Paulo”, disse.
2007 Airbus cai no Aeroporto de Congonhas Na ocasião, foi a maior tragédia da aviação na América Latina - superada 22 meses depois pela queda do Air France 447. Em 17 de julho de 2007, o Airbus A320-233 que, pela linha TAM 3054, vinha de Porto Alegre, ultrapassou o fim da pista 35L do Aeroporto de Congonhas e se chocou contra um depósito de cargas da própria TAM, no lado oposto da Avenida Washington Luís. As 187 pessoas que estavam a bordo morreram, além de outros 12 que estavam no solo.
2007 Ladrões furtam obras do Masp “Foi fácil, simples e barato. Os ladrões que furtaram um Picasso e um Portinari avaliados em US$ 55 milhões (cerca de R$ 100 milhões) gastaram R$ 220. Esse foi o custo do macaco hidráulico, do pé de cabra e das marretas usados pelos bandidos”, narrava o Estado do dia 21 de dezembro de 2007. Foi o primeiro roubo do Museu de Artes de São Paulo (Masp) em mais de 60 anos de história. Às 5h09 da manhã, pelo menos três bandidos aproveitaram o descuido dos seguranças e forçaram a entrada pelo vão móvel do prédio. Tudo durou apenas três minutos. O Masp não tinha seguro das obras. “Os criminosos aproveitaram o momento da troca de turno da madrugada. Os três vigias da noite saíram de seus postos antes que os da manhã chegassem. ‘É que já tava de dia’, foi a explicação que um dos vigias deu aos policiais”, relatava a reportagem. Foram furtados os quadros ‘O lavrador de café’, de Cândido Portinari, datado de 1939, e ‘Retrato de Suzane Bloch’, de 1904, de Picasso, avaliado em US$ 50 mil. Os quadros só foram encontrados em 2008, na cidade de Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo. Dois ladrões foram presos.
2007 Obras do Metrô desabam e matam 7 Sete pessoas morreram no maior acidente da história do Metrô de São Paulo, em 12 de janeiro de 2007. Em poucos minutos, o buraco de 40 metros de diâmetro que dava acesso às obras da Estação Pinheiros da Linha 4-Amarela dobrou de tamanho, engolindo um micro-ônibus, três carros e três caminhões. Noventa e quatro casas do entorno foram interditadas, sete demolidas e 230 pessoas ficaram desabrigadas. A tragédia ficou conhecida como cratera do Metrô.
2008 Ponte Octavio Frias de Oliveira é aberta ao tráfego Autoridades, empresários e políticos participaram da solenidade de abertura da Ponte Octavio Frias de Oliveira, que liga a Avenida Jornalista Roberto Marinho à Marginal do Pinheiros. A estrutura estaiada de 138 metros de altura e 144 cabos de aço pintados de amarelo se tornou um dos cartões-postais da capital paulista. Foi iniciada na gestão da prefeita Marta Suplicy e concluída por Gilberto Kassab. Em média, 8 mil veículos por hora passam pelo local. A ideia é que a estrutura desafogasse o tráfego na Marginal. O custo total foi de R$ 260 milhões.
2009 Lei antifumo entra em vigor Em 2009, o governador José Serra sancionou a lei antifumo. A partir do dia 7 de maio de 2009, os cigarros estavam banidos de bares, restaurantes, casas noturnas, salões de festas e outros lugares fechados com grande circulação de pessoas. Nem mesmo os fumódromos poderiam existir mais. As multas por descumprimento da lei poderiam chegar a R$ 3 milhões. E elas foram cumpridas: de 2009 a 2013, foi aplicada 1,6 multa por dia em São Paulo. O Estado noticiou, no dia 8 de maio de 2009, que havia previsão de uma guerra judicial contra a lei. “Tanto a Associação Brasileira de Gastronomia, Hospedagem e Turismo quanto a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes pretendem entrar com ação contra a restrição”, relatava a edição. Até os condomínios residenciais eram alvo das ações de fiscalização. “Não será mais possível fumar nos salões e no hall”, explicava o Estado. Mesmo com rigidez, a popularidade da lei era alta. Segundo o InformEstado, 78% aprovavam a legislação estadual que proibia o tabaco.
2010 O último dia do Parque da Mônica Desde 2009, o shopping Eldorado anunciava que o Parque da Mônica tinha os dias contados. Mesmo a boa média de público – 43 mil visitantes por mês – não foi o bastante para manter as portas abertas. O shopping alegou que o empreendimento “não atendia mais o público-alvo esperado” e requisitou a área de volta. O parque foi criado em 1993 e ocupava um espaço de 9 mil metros quadrados no subsolo do centro comercial. “É apenas o fim de um período”, disse Mauricio de Sousa, criador dos personagens, ao Estado. Mais de 200 funcionários foram demitidos. O cartunista e empresário disse que o plano era inaugurar um novo parque em São Paulo. “Não podemos esperar o pior; temos de transformá-lo em algo positivo sempre. A história do parque vai continuar. Estou em conversas com dois grupos de investidores e a alternativa mais provável é que o Parque da Mônica seja reaberto em um novo shopping”, disse.
2011 Reitoria da USP é ocupada A crise na USP começou no dia 27 de outubro, quando estudantes da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) protestaram contra a prisão de três alunos por porte de maconha no câmpus. Os manifestantes acamparam no prédio da administração da FFLCH e reivindicavam o fim do convênio que reforçava a presença da Polícia Militar na Cidade Universitária. No dia 1.º de novembro, duas manifestações antagônicas tomaram conta da universidade. “Uma era a favor da PM no câmpus e outra, contra. Embora contrários, os dois eventos foram organizados por integrantes do próprio FFLCH. De um lado, 300 pessoas se reuniram na Praça do Relógio para pedir a permanência da PM. De outro, em torno de mil alunos deliberaram sobre os rumos da ocupação”, contava o Estado. No dia seguinte, um grupo de manifestantes ocupou a Reitoria da USP. Eles foram retirados pela PM seis dias depois.
2011 Termina o restauro do Teatro Municipal O Teatro Municipal fechou suas portas durante três anos. Tudo isso para estar totalmente reformado para o seu centenário, comemorado em 2011. A tonalidade original das pinturas do teto foi recuperada, assim como o douramento de frisos de portas e janelas. Já o palco recebeu equipamentos modernos que permitem o uso de cenários mais complexos. A reabertura para o público foi no dia 12 de junho, com apresentações da Orquestra Sinfônica Municipal, do Coral Lírico e do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo. Foram interpretadas peças de Radamés Gnatalli, Ronaldo Miranda e Ralph Vaughan-Williams.
2015 Festa na paulista marca o novo ano Na virada deste novo ano, mais de dois milhões de pessoas participaram da festa de réveillon na Avenida Paulista, em São Paulo. Neste ano, a maior atração da festa foi o cantor sertanejo Michel Teló. Três amigos de Campinas, no interior de São Paulo, trocaram a Praia de Copacabana, no Rio, pela virada em São Paulo. Bruno Oliveira e Paulo Lima, ambos de 25 anos, vieram acompanhados de Jéssica Rossi, também de 25. “Eu que convenci os dois. Vim no ano passado e adorei. Apesar de não gostar muito do estilo da música, acabo aproveitando a festa”, contou a jovem. A festa na Paulista ocorre desde 1997 e foi criada pelo executivo egípcio Fernando Elimelek, de 69 anos, que se mudou para São Paulo aos 13 anos. Na primeira edição da festa da virada, cerca de 200 mil pessoas se reuniram em volta do palco montado na esquina da Paulista com a Alameda Ministro Rocha Azevedo. Os cantores Lulu Santos, o axé-music Carnasampa e o Boi-Bumbá animaram a festa, que, segundo o Estado do dia 2 de janeiro de 1997, foi “aprovada pelo público”. Em 2012, o Estado entrevistou Elimelek, que se orgulhava de ter criado o evento. “O réveillon é especial porque representou a quebra de um tabu. Quando sugeri a virada, diziam que 'não era coisa de paulista' e questionavam 'quem iria querer passar a virada de ano em São Paulo', lembrou o empresário. “Deixei minha marca na cidade”, afirmou.
1954 Inauguração do Ibirapuera

21/01/1954 Misses fazem passeio de barco no Lago do Ibirapuera durante inauguração do Parque, nos festejos de comemoração do IV Centenário de São Paulo. (ESTADÃO)

Parte das comemorações de 400 anos da capital paulista, o Parque do Ibirapuera foi inaugurado em 21 de agosto de 1954. Oscar Niemeyer foi o responsável pelo projeto arquitetônico e Otávio Augusto Teixeira Mendes, pelo paisagismo. O festejo recebeu a Exposição do 4.º Centenário, com 640 estandes de 13 Estados e 19 países. Uma linha especial de ônibus, que funcionava nos fins de semana e feriados, foi criada para facilitar a visitação ao local. “Eu era tão pequena. Nunca iria imaginar que (a inauguração) fosse uma coisa tão importante. O tempo passou e o Ibirapuera se tornou um dos ícones de São Paulo”, conta Cecilia Marisa Cifú, de 69 anos, que tinha 8 anos na ocasião. Ibirapuera significa 'pau podre' em tupi-guarani. Uma aldeia indígena ocupava a área do parque, que era um imenso pântano. Árvores foram plantadas no espaço para combater a umidade.
1954 Festa do 4.º Centenário do Pacaembu

09/07/1954 Banda militar toca durante comemorações do IV Centenário da capital paulista, no vale do Anhangabaú, centro da cidade. A data marcou o aniversário de 22 anos da Revolução Constitucionalista de 1932. (ESTADÃO)

As principais celebrações pelos 400 anos de São Paulo aconteceram entre 9 e 11 de julho, e não em 25 de janeiro, aniversário da capital. No dia 11, o Estádio do Pacaembu recebeu uma grande festa. Artistas de oito circos realizaram espetáculos em quatro picadeiros montados no local. Houve ainda uma partida de futebol entre palhaços e apresentação de cães treinados. “Essa memória se mantém bastante forte até hoje, passados mais de 60 anos. Acho que a explicação é simples: qual é a criança pequena que não gosta de festas de aniversário?”, disse Domício Pacheco e Silva, advogado, que viu, aos 3 anos, a festa no Pacaembu.
1958 Zoológico de São Paulo abre as portas

(ESTADÃO)

Prevista para janeiro de 1958, a inauguração do Zoológico de São Paulo foi adiada por causa das fortes chuvas que atingiram a capital naquele ano. Ela só aconteceu oficialmente em 16 de março. Os primeiros animais, como elefantes, leões e ursos, foram adquiridos de circos do norte do País. No ano de abertura, a entrada era gratuita, passando a ser cobrada depois. A professora aposentada Jacira Varoli, de 65 anos, foi levada ao local pelo tio, Emilio Varoli, que idealizou o zoológico. “Ainda nem tinha sido inaugurado. Era uma terra vermelha só, muitos tratores. E meu tio, feliz, contando que o local seria povoado por bichos que eu nunca tinha visto na vida.” Uma das principais atrações entre os 482 animais era o rinoceronte Cacareco, que foi eleito vereador nas eleições de outubro de 1958.
1959 Ponte aérea Rio-São Paulo começa a funcionar

(ESTADÃO)

A ponte aérea Rio-São Paulo foi criada em 6 de julho de 1959. Não era preciso fazer reservas; o embarque era imediato. Os voos duravam cerca de 90 minutos. Os aviões eram do modelo Convair, operados por Varig, Vasp e Cruzeiro do Sul. Naquela década, a aviação civil brasileira teve grande progresso, com a ampliação do número de rotas e a modernização da frota.

“Meu pai era funcionário de companhia aérea, trabalhava no setor de pintura e manutenção das aeronaves. Eu vivia no aeroporto. Era o passeio de todo fim de semana. Então, quando a ponte aérea foi inaugurada, pude presenciar, do chão, aquele movimento todo aumentando em Congonhas. Do chão porque voar pela primeira vez, só em minha lua de mel, aos 24 anos", contou a professora aposentada Cecília Florio Moser, de 64 anos.

Em um ano, mais de 385 mil passageiros utilizaram o serviço, que recebeu elogios do jornal Washington Post, publicados no Estado: “O Brasil tem algo que nós também poderíamos usar”, afirmando que as companhias americanas poderiam resolver o problema de conexão entre Nova York e Washington de maneira semelhante.
1966 Shopping Iguatemi começa a funcionar

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O Shopping Iguatemi, na Avenida Brigadeiro Faria Lima, Jardim Paulistano, é o primeiro da capital. Foi inaugurado em 27 de novembro de 1966, 16 meses depois de iniciada sua construção. Cerca de 5 mil pessoas estiveram na abertura. O local tinha 75 lojas, cinemas, além de serviços de pintores, encanadores, eletricistas e sapateiros, entre outros que ficavam no subsolo. A expectativa na inauguração era de que o empreendimento, que tinha estacionamento para mil automóveis, faturasse 8 bilhões de cruzeiros por mês e gerasse mil postos de trabalho.
1967 Festival de Música Popular Brasileira da Record

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Em 21 de outubro de 1967 aconteceu a final daquele que se tornou o mais emblemático Festival de Música Popular Brasileira. Exibido pela TV Record, o programa foi gravado no Teatro Paramount, atual Teatro Renault, localizado na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, Bela Vista. Foi o festival em que Sérgio Ricardo quebrou seu violão após se irritar com as vaias da plateia. Também foi quando Edu Lobo, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque disputaram o primeiro lugar. Ponteio (com interpretação de Edu e Marília Medalha) foi a campeã. Domingo no Parque (com Gil e os Mutantes) ficou com a segunda posição, seguida por Roda Viva (Chico Buarque e MPB-4) e Alegria, Alegria (Caetano e Beat Boys). Nos bastidores, Zuza Homem de Mello, de 81 anos, trabalhava como técnico de som da TV Record. “Eram quatro músicas de tal nível que qualquer uma que vencesse não teria problema. Essa foi a grande marca desse festival. O resultado final das quatro foi impecável. A melhor gravação de Roda Viva foi aquela.”
1968 Última viagem de bonde em São Paulo

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São Paulo teve sua última viagem de bonde em 27 de março de 1968. Muitas pessoas se reuniram na frente do Instituto Biológico, na Vila Mariana, para se despedir. Do local, saiu uma comitiva com 12 bondes, às 20 horas, em direção ao Largo 13 de Maio, em Santo Amaro. Aquela já era a última linha em funcionamento na capital. Acompanhado do pai, José Roberto Gomes da Rocha, de 62 anos, estava presente no último percurso do bonde. "Foi um passeio saudosista, em clima de despedida. Meu pai sorriu durante todo o caminho e dizia que aquele era o último dia do bonde em São Paulo", conta. A preocupação pelo fim do serviço foi destaque nos jornais da época. O Estado publicou: “Isso preocupa muita gente que tem medo de que a Prefeitura retire os bondes sem providenciar outro meio de condução que os substitua à altura”.
1970 Primeira Bienal Internacional do Livro

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A Bienal Internacional do Livro de São Paulo foi realizada em agosto de 1970 no prédio da Bienal do Parque do Ibirapuera. Editoras de 23 países participaram do evento, que também recebeu o escritor argentino Jorge Luis Borges, na época, prestes a completar 71 anos e quase completamente cego. Cerca de 40 mil pessoas visitaram a exposição. Alfredo Weiszflog, de 70 anos, esteve na bienal. “Os estandes eram feitos de madeira. Só em 1984 passou a ter estandes-padrão. No começo, a feira só tinha uma entrada e uma saída. Era o que a gente chamava de 'caminho de rato'. As pessoas tinham de fazer todo o zigue-zague, passar por todos os estandes, até sair.”
1971 Abertura do Minhocão

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Conhecido como Minhocão, o Elevado Presidente Costa e Silva foi inaugurado em 25 de janeiro de 1971. A construção demorou cerca de 11 meses e custou 37 milhões de cruzeiros. Ainda hoje, a obra é criticada por ter atrapalhado a paisagem da região. Moradores reclamam da poluição, barulho, insegurança, além da desvalorização dos imóveis por causa do Minhocão. "Mudei para cá em 1958. Acompanhei a melhoria do bairro, nos anos 1960, com a arborização da rua aqui em frente. Pela janela, vi a construção do Minhocão e a inauguração. Foi quando todos os vizinhos que podiam se mudaram. Eu fui ficando, estou aqui até hoje. Já me acostumei com o barulho dos carros", disse Elca Vergel Cartum, de 88 anos.
1974 Metrô começa a funcionar comercialmente

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Inaugurado em 14 setembro de 1974, o Metrô de São Paulo foi o primeiro do País. Circulava por apenas 6,4 km, entre as estações Jabaquara e Vila Mariana, da Linha 1-Azul. Funcionava de segunda a sexta-feira, das 9 às 13 horas. “No primeiro dia, realizamos um intenso trabalho de observação. Queríamos saber como o público paulistano reagiria à tecnologia. E como nós, os próprios funcionários, iríamos nos comportar em relação a eles”, contou o funcionário do Metrô Laurindo Martins Junqueira Filho, de 69 anos. Cerca de 2 mil pessoas participaram da festa de inauguração.
1975 Ato ecumênico na Sé em homenagem a Vladimir Herzog

Vladimir Herzog era diretor de Jornalismo da TV Cultura quando foi acusado de envolvimento com o Partido Comunista. Na manhã de 25 de outubro de 1975, chegou à sede do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), em São Paulo, para prestar depoimento. No mesmo dia, a morte de Vlado foi anunciada. O regime militar afirmou que se tratava de suicídio. A versão não foi aceita por familiares e amigos de Vlado. Em 31 de outubro daquele ano foi realizado um ato ecumênico, organizado por d. Paulo Evaristo Arns, na Catedral da Sé em homenagem ao jornalista e contra a versão dada pelos militares. O rabino Henry Sobel e o pastor Jaime Wright também participaram do evento que reuniu milhares de pessoas.

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1980 Primeira visita de João Paulo II ao Brasil

João Paulo II foi o primeiro papa a visitar o Brasil, entre junho e julho de 1980. Na chegada a Brasília, ele ajoelhou-se e beijou o chão. Cerca de 4,5 milhões de pessoas acompanharam a passagem do pontífice, que esteve em 11 Estados. Em São Paulo, a visita aconteceu em 4 de julho. Ele ficou hospedado na Abadia de São Geraldo. “Ficamos surpresos e achamos extremamente dignificante o privilégio de hospedar o papa, e logo na primeira visita de um sumo pontífice a São Paulo", disse Gabriel Iróffy, de 87 anos, monge e reitor emérito do Colégio Santo Américo. No Santuário de Nossa Senhora Aparecida, na cidade de Aparecida, João Paulo II rezou uma missa para mais de 300 mil fiéis.

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1984 Movimento Diretas Já Entre janeiro e abril de 1984 aconteceram dezenas de protestos em todo o Brasil para exigir eleições diretas para presidente da República. O movimento ganhou o nome de Diretas Já e entrou para a história. Em 25 de janeiro, dia em que São Paulo celebrava seus 430 anos, cerca de 200 mil pessoas participaram de manifestação na Praça da Sé. O maior ato, porém, foi realizado em 17 de abril. Aproximadamente 1,5 milhão de pessoas se concentraram no Vale do Anhangabaú. Ao Estado, o presidente João Figueiredo declarou na ocasião: “Se o povo quer e manifesta politicamente sua vontade, o governo e os partidos não podem ignorá-la. Conforme a vontade popular, é preciso mudar a Constituição. Vamos mudá-la. Mas com responsabilidade”.
1991 Primeiro carnaval no Anhembi

Rosas de Ouro e Camisa Verde e Branco dividiram o campeonato no primeiro carnaval no Sambódromo do Anhembi. “A gente imaginava que seria uma coisa maravilhosa como a Sapucaí, no Rio. Foi um choque para a gente. O sambódromo era cheio de luzes, de arquibancadas. Era muito grande, muito bonito e cheio de TV. Foi impressionante”, conta Luiz Carlos da Silva, de 54 anos, que desfilou pela Rosas de Ouro em 1991. A inauguração da passarela projetada por Oscar Niemeyer, no entanto, não foi tranquila. A chuva e os atrasos marcaram os dois dias e prejudicaram os desfiles. Mesmo assim, houve comemoração das escolas. “Este será o carnaval da virada rumo à profissionalização”, disse Pedro D'Alessio, coordenador geral do carnaval paulistano na época.

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1993 Madonna e Michael Jackson no Morumbi

Madonna chegou ao Brasil pela primeira vez em 1993 com a turnê The Girlie Show. Foram realizadas duas apresentações no País, em 3 de novembro, no Estádio do Morumbi (São Paulo), e no dia 6 no Maracanã, no Rio. Na capital paulista, a americana ficou hospedada no Hotel Caesar Park (já desativado), na Rua Augusta, onde centenas de fãs se aglomeraram para tentar vê-la. Fã da cantora, Rachel Perez, de 42 anos, esteve na apresentação no Morumbi. “As informações que tínhamos sobre o show eram poucas. Sabíamos só qual seria a roupa principal, os adereços que ela usava em Vogue e que estava de cabelo curtinho. Ela falou ali sobre temas que ninguém falava, como sexo, aids e homofobia.” Além dos sucessos, como Rain, Vogue, Erotica, Fever e Holiday, Madonna cantou para os brasileiros The Girl From Ipanema. Algumas semanas antes da cantora, foi Michael Jackson quem se apresentou no Morumbi, com a turnê Dangerous World Tour. Foi a sua segunda passagem pelo Brasil; a primeira aconteceu em 1974, com o Jackson 5. Os shows – realizados nos dias 15 e 17 de outubro – reuniram aproximadamente 200 mil pessoas.

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1994 Morte de Senna

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No GP de San Marino, em 1.o de maio, um nome estrangeiro ficou encravado na memória coletiva brasileira: Tamburello, a sétima curva do circuito de Ímola, local de um dos maiores traumas nacionais. Foi ali que a Williams pilotada por Ayrton Senna se chocou, a 300 km/h, contra uma mureta de concreto, em um acidente que matou o tricampeão aos 34 anos. Três dias depois, São Paulo parou para homenagear Senna, que nasceu na capital paulista e passou a infância na zona norte. Mais de um milhão de pessoas acompanharam, nas ruas, a comitiva que levou o corpo do Aeroporto de Cumbica à Assembleia Legislativa, onde foi velado. Outros milhares foram se despedir no velório e mais uma multidão acompanhou o trajeto até o Cemitério do Morumbi, no dia 5. “Foram 17 quilômetros inesquecíveis. Entre a Assembleia Legislativa e o Cemitério do Morumbi, quem participou ontem do cortejo que levou o corpo de Ayrton Senna teve a certeza de que, por muito tempo, não viverá algo parecido. Nem a salva de 21 tiros disparados às 9h41 por canhões do 2.º Exército, quando o carro do esquife do piloto se preparava para deixar a Assembleia, calou tão fundo quanto a emoção do olhar de centenas de milhares de fãs”, contou ao Estado o advogado Adilson Carvalho de Almeida, que esteve no velório.
1997 Primeira Parada Gay

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Em 1997, cerca de 500 pessoas - ou 2 mil, de acordo com diferentes estatísticas - ocuparam a Avenida Paulista e organizaram a primeira Parada Gay de São Paulo. Gays, lésbicas, travestis e transexuais protestavam contra a discriminação e violência sofrida pela comunidade LGBT. "Era outra Parada (se comparada à de hoje). Tinha uma organização comunitária, um envolvimento voluntário muito grande. Não tínhamos recursos. Lembro de como era pintarmos os convites à mão, durante as reuniões", conta Beto de Jesus, de 52 anos. Nos anos seguintes, o número de participantes cresceu e a parada se popularizou no roteiro cultural da cidade. Turistas de todo o mundo viajam a São Paulo para participar do evento. Em 2006, a Parada Gay da capital entrou para o Guinness e ganhou o título de maior parada gay do mundo, com o recorde de 2,5 milhões de participantes.
2005 Primeira Virada Cultural

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Em 111 pontos da cidade, foram mais de 250 shows, cem apresentações de teatro, 30 de dança, 70 sessões de cinema e 60 exposições. Essa foi a primeira edição da Virada Cultural, evento com 24 horas de atividades artísticas em São Paulo. Foram mais de R$ 2,5 milhões gastos pela gestão do prefeito José Serra para colocar a ideia em prática nas ruas da capital. “É um evento inédito na América do Sul, muito inspirado nas chamadas ‘noites brancas’ que costumam acontecer na Europa em cidades como Roma, Paris e Madri”, explicou o Estado na época. João Paulo Moreira, de 50 anos, é músico da Orquestra Experimental de Repertório, que abriu os shows da primeira edição. “Era uma novidade para a cidade e na realidade nós não tínhamos muito a dimensão do que isso iria alcançar com o passar do tempo”, lembra.
2012 Família Imperial é exumada

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Pela primeira vez em quase 180 anos, os restos mortais de d. Pedro I, o primeiro imperador brasileiro, foram exumados para estudos. Também foram abertas as urnas funerárias das duas mulheres de d. Pedro I: as imperatrizes d. Leopoldina e d. Amélia. Os corpos estavam no Parque da Independência, na zona sul da capital, desde 1972. O trabalho foi coordenado pela historiadora e arqueóloga Valdirene do Carmo Ambiel e foi realizado em sigilo entre fevereiro e setembro de 2012. O Estado acompanhou o processo de estudos desde 2010, quando Valdirene conseguiu autorização da família imperial para realizar a pesquisa. “Essa história deve entrar para a lenda urbana paulista: na tarde de 31 de julho de 2012, no Ipiranga, comemoramos o aniversário de 200 anos de d. Amélia (segunda mulher de d.Pedro I). Com ela, de corpo presente”, lembrou Paulo Rezzuti, de 42 anos, um dos historiadores que participaram da exumação. Com o trabalho, foi possível identificar novos sinais do motivo da morte do imperador, em 1834. “Agora se sabe que o imperador tinha quatro costelas fraturadas do lado esquerdo, o que praticamente inutilizou um de seus pulmões – fato que pode ter agravado a tuberculose que o matou, aos 36 anos, em 1834. Os ferimentos constatados foram resultado de dois acidentes a cavalo”, relatava o Estado.
2013 Protestos de junho de 2013

Uma onda de protestos tomou o Brasil em junho de 2013. Originalmente, as manifestações eram contra o aumento de R$ 0,20 na tarifa do transporte público de São Paulo, mas ganharam proporções maiores ao longo das semanas. As ruas foram tomadas por pessoas que exigiam combate à corrupção, melhores serviços de saúde e educação. No dia 17 de junho, São Paulo teve um dos seus maiores atos, que reuniu mais de 50 mil pessoas pelas ruas da capital, segundo a PM. Começou com uma concentração no Largo da Batata, e depois fechou as Avenidas Brigadeiro Faria Lima e Paulista, a Ponte Octavio Frias de Oliveira e a Marginal do Pinheiros. Não houve registros de confusão. “Por algumas horas pareceu que São Paulo entrava num acordo tácito de civilidade, de paz, de companheirismo, de participação política”, afirmou a designer Mariana Eller, que participou da manifestação. No dia 19, pressionados pelos protestos, o governador Geraldo Alckmin e o prefeito Fernando Haddad revogaram, em conjunto, o aumento do transporte, o que levou a tarifa de volta para os R$ 3. Três dias depois, o público dos protestos praticamente dobrou, com mais de 100 mil pessoas na Paulista e na Avenida 23 de Maio. Naquele dia, mais de 1 milhão de pessoas protestaram em várias capitais e cidades do Brasil.

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2014 Cidade recebe abertura da Copa

(ESTADÃO)

O Brasil entrou como favorito e saiu massacrado da Copa do Mundo realizada no País. Mas, no dia 12 de junho de 2014, data da abertura da Copa, não era possível prever o vexame que seria perder por 7 a 1 para a Alemanha na semifinal. Na Arena Corinthians, na zona leste de São Paulo, pouco mais de 60 mil pessoas se reuniram para assistir Brasil e Croácia, primeira partida da Copa. O show de abertura com os americanos Jennifer Lopez e Pitbull e a brasileira Claudia Leite não foi impactante. No campo, a emoção que faltou na abertura: o hino, com a música cortada na primeira parte, foi cantado até o fim, à capela, pela seleção. “Foi muita emoção. Chorei muito no começo do jogo. Eu nunca tinha ido a um jogo do Brasil antes”, disse Severino Santos da Silva, de 44 anos, que trabalhou como operário na construção do Itaquerão e esteve lá na abertura. O Brasil venceu o jogo por 3 a 1, mas ninguém esperava que a seleção começaria perdendo a partida com um gol contra, de Marcelo. O primeiro gol brasileiro saiu aos 28 minutos do primeiro tempo, com Neymar. Na volta do intervalo, o Brasil virou com um pênalti mal marcado sobre Fred. E para fechar o placar, Oscar marcou o último gol.
1954 1954 1958 1959 1966 1967 1968 1970 1971 1974 1975 1980 1984 1991 1993 1994 1997 2005 2012 2013 2014

Edifícios e equipamentos públicos que se tornaram marcos, o triunfo e a partida de ídolos, lutas pela democracia, obras ousadas que transformaram o desenho urbano. A linha do tempo mostra o dinamismo da metrópole que parece nunca dormir.

Agora que relembrou e conheceu muitos dos acontecimentos marcantes da cidade, teste o que você sabe sobre eles:
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