A um ano e seis meses de terminar seu mandato, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), enfrenta o desafio de tornar realidade todas as 123 promessas presentes em seu Plano de Metas. Diante desta difícil missão, o Estado levantou informações sobre a atual administração e percorreu todas as regiões da cidade ao longo de um mês para mostrar o que foi feito e o que ainda falta ser feito em áreas sensíveis para a capital: saúde, educação, habitação e também urbanismo.
Até agora, apenas um em cada quatro compromissos assumidos em 2012 saíram do papel. Frente à atual crise econômica do País, para executar todas as obras e efetivar todas as políticas públicas planejadas, o petista terá de correr contra o tempo.
Haddad, por exemplo, só investiu R$ 108,9 milhões dos R$ 1,6 bilhão necessários para cumprir todas as metas em saúde, de acordo com balanço divulgado no 3 de julho. Significa que, passados dois anos e meio de gestão, o petista conseguiu gastar 6,5% do total previsto. Com isso, torna-se cada vez mais difícil a conclusão de três hospitais, a inauguração de 146 novos ou reformados postos de atendimento ou a abertura de 32 unidades da Rede Hora.
Ex-ministro da Educação dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e um dos idealizadores dos Centros Educacionais Unificados (CEUs) na gestão Marta Suplicy (2001-2004), o atual prefeito inaugurou apenas uma unidade daquela que foi uma das principais marcas de uma gestão petista. Haddad entregou um “puxadinho” em Heliópolis, na zona sul – um polo educacional adaptado. Com isso, é o prefeito que menos fez CEUs por São Paulo até agora. Em outra ponta da área, a fila das creches cresce, e, segundo críticas de especialistas, aumentam as chances de reprovação dos estudantes da rede municipal.
Em habitação, o petista prometeu construir 55 mil moradias – foram entregues 4.944 unidades. O Programa Mananciais emperrou e, em urbanismo, a inspeção veicular, defendida por ambientalistas como uma forma de preservação e melhoria da qualidade do ar, foi interrompida e não há previsão de sua volta, apesar do abrandamento das exigências de fiscalização. E a Lei Cidade Limpa, segundo urbanistas, caiu no esquecimento da gestão petista.
Resta tempo ainda para o mandato petista chegar ao fim, mas, com tantas metas no plano das ideias e tantas realizações em lenta execução, vê-se que Haddad tem uma gestão inacabada.
Análise: O bem que faz um plano de metas Próxima parte