Primeiro anexo de delação da Odebrecht

Ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho revela pagamentos, entre doações oficiais e caixa 2, em troca de interesses da empresa. Repasses para 50 políticos identificados com apelidos chegam a R$ 75 milhões.

Núcleo do PMDB na Câmara

Michel Temer

Presidente da República e à época candidato a vice de Dilma Rousseff pediu doação para o PMDB em 2014. Segundo ele doações ao PMDB foram legais.

R$ 10 milhões




‘PRIMO’

Eliseu Padilha

Ministro-chefe da Casa Civil. Recebeu parte de doação de campanha. Ele diz que a acusação é ‘mentira’

R$ 4 milhões

‘CARANGUEJO’

EDUARDO CUNHA

Ex-presidente da Câmara dos Deputados. Recebeu R$ 1 milhão de Padilha mais repasses da Odebretch. Advogado diz que não vai comentar

R$ 4 milhões

Paulo Skaf

Presidente da Fiesp e candidato derrotado ao governo de SP recebeu repasses de Padilha. Diz que todas as doações foram legais

R$ 6 milhões

José Yunes

Assessor especial do Presidente e amigo de Temer abriu seu escritório em São Paulo para entrega de doação (sem informação de repasses). Assessoria nega que ele recebeu o dinheiro

‘BABEL’

Geddel Vieira Lima

Ex-ministro da Secretaria de Governo foi citado como beneficiário de vários repasses. Ele diz que todas as doações foram legais.

R$ 6,8 milhões

‘ANGORÁ’

Moreira Franco

Secretário de Temer foi ponte na Aviação Civil e no Setor de Transportes (sem informação de repasses). Diz que as acusações são mentirosas



Núcleo do PMDB no Senado

‘JUSTIÇA’

Renan Calheiros

Presidente do Senado é apontado como líder de parlamentares do PMDB na casa

R$ 2,2 milhões

‘CAJU’

Romero Jucá

Senador, líder do governo e arrecadador de fundos para o PMDB. Ele nega ter recebido recursos ao PMDB

R$ 22 milhões

‘ÍNDIO’

Eunício Oliveira

Candidato a presidente do senado em 2017 beneficiou Odebrecht em aprovação de MP. Senador nega ter recebido os recursos

R$ 2,1 milhões



Núcleo do PT

‘POLO’

Jaques Wagner

Ex-governador da Bahia e Ex-ministro da Casa Civil. Recebeu doação de campanha. Procurado, ele não quis se pronunciar

R$ 10,5 milhões (2006 e 2010)

Rui Costa

Governador da Bahia. A pedido de Jaques Wagner recebeu doação de campanha. Ele não foi loca izado para comentar

R$ 10 milhões (2014)

‘LAS VEGAS’

Anderson Dornelles

Ex-assessor de Dilma Rousseff recebeu ‘apoio financeiro’ de Marcelo Odebrecht entre 2012 e 2013 por cuidar da agenda da presidente cassada. Ele nega ter solicitado ou recebido qualquer ajuda financeira

R$ 350 mil

Outros citados pelo ex-executivo

‘CAMPARI’

Gim Argello

Ex-senador (PTB-DF). O advogado dele não foi localizado

R$ 2,8 milhões

‘CERRADO e PIQUI’

Ciro Nogueira

Senador (PP-PI). Diz que doações foram legais

R$ 2,1 milhões

‘PINO E GRIPADO’

Agripino Maia

Senador (DEM-RN). Diz que doações foram voluntárias

R$ 1 milhão

‘GREMISTA’

Marco Maia

Deputado (PT-RS). Não foi localizado para comentar

R$ 1,35 milhão

‘DECRÉPITO’

Paes Landim

Deputado (PTB-PI). Não foi localizado para comentar

R$ 180 mil

‘BOCA MOLE’

Heráclito Fortes

Deputado (PSB-PI). Diz que doações foram legais

R$ 250 mil

‘FEIA’

Lídice da Mata

Senadora (PSB-BA). Não foi localizada para comentar

R$ 200 mil

‘COMUNA’

Daniel Almeida

Deputado (PCdoB-BA). Não foi localizado para comentar

R$ 100 mil

‘MOLEZA’

Jutahy Júnior

Deputado (PSDB-BA). Diz que doação foi legal

R$ 850 mil

‘VELHINHO’

Francisco Dornelles

Vice-governador do Rio (PP). Ele diz que as doações ao PP foram legais

R$ 200 mil

‘BOTAFOGO’

Rodrigo Maia

Deputado (DEM-RJ). Não quis se manifestar.

R$ 100 mil

‘BITELO’

Lúcio Vieira Lima

Deputado (PMDB-BA). Não quis comentar a acusação

Entre R$ 1 milhão
e R$ 1,5 milhões

‘TODO FEIO’

Inaldo Leitão

Ex-deputado (PP-PB)

R$ 100 mil

‘CORREDOR’

Duarte Nougeira

Prefeito eleito de Ribeirão Preto (PSDB-SP)

R$ 650 mil

‘MISERICÓRDIA’

Antonio Brito

Deputado (PSD-BA)

R$ 430 mil

‘TUCA’

Arthur Maia

Deputado (PPS-BA)

R$ 250 mil

‘FAZENDEIRO’

Flávio Dolabella

R$ 45 mil

‘EDUCADOR’

Paulo Henrique Lustosa

Ex-deputado (PP-CE)

R$ 100 mil

‘KIMONO’

Artur Virgílio

Prefeito eleito de Manaus (PSDB)

R$ 300 mil

‘MISSA’

José Carlos Aleluia

Deputado (DEM-BA)

R$ 300 mil

'MÉDICO'

Colbert Martins

Ex-deputado

R$ 150 mil

'JOVEM'

Adolfo Viana

Deputado estadual (PSDB-BA)

R$ 50 mil

'GOLEIRO'

Paulo Magalhães Junior

Vereador (PV-BA)

R$ 50 mil

'DIPLOMATA'

Hugo Napoleão

Ex-deputado (PSD-PI)

R$ 100 mil

Carlinhos Almeida

Ex-deputado (PT)

R$ 50 mil

Antonio Imbassahy

Deputado (PSDB-BA)

R$ 299 mil

Benito Gama

Deputado (PTB-BA)

R$ 30 mil

Claudio Cajado

Deputado (DEM-BA)

R$ 305 mil

Leur Lomanto Junior

Deputado estadual (PMDB-BA)

R$ 250 mil

Orlando Silva

Deputado(PCDOB-SP)

R$ 100 mil

Robério Negreiros

Deputado distrital (PSDB)

R$ 50 mil

Propostas legislativas

MP 252/05 e MP 255/05MP do Bem / MP do Bem 2. Geddel Vieira Lima é procurado para atender aos interesses da Odebrecht para evitar novas regras em relação a Cofins e PIS/Pasep nos negócios com nafta e condensado. Pede incidência não cumulativa e mesmo tratamento tributário. Foram apresentadas emendas por Geddel, na Câmara, e Romero Jucá, no Senado. Como relator, Jucá atuou para inclusão do tema de interesse e foi interlocutor com o Executivo.


PRS 72/2010Projeto de Resolução do Senado Federal. Processo teve participação de Romero Jucá, Renan Calheiros e Delcídio Amaral (FERRARI). No episódio conhecido como “Guerra dos Portos”, a pedido da empresa, Jucá apresenta a resolução para estabelecer alíquota 0% de ICMS em operações interestaduais. Jucá recebeu R$ 4 milhões e Delcídio R$ 500 mil. Delcídio ficou “chateado” e pediu mais “atenção” diante do seu empenho.


MP 579/12Projeto de interesse no setor elétrico. Participação de Renan Calheiros e Romero Jucá Como relator da MP 579/12, Renan contemplou o pleito da empresa em estender o prazo de fornecimento de energia barata para as empresas eletrointensivas do Nordeste até 2015. Renovação de contratos da Chesf também foi tratada com Renan. Em 9 MPs, o senador alagoano apresentou 34 emendas para satisfazer os interesses da Odebrecht.


MP 613/13Projeto de interesse no setor químico. Romero Jucá teria pedido “apoio financeiro” para aprovar emenda de interesse da Odebrecht em MP que tratava do Regime Especial da Indústria Química (REIQ). A empresa esperava a aprovação da MP “sem percalços”. Jucá e Renan Calheiros ficaram com R$ 4 milhões; Eunício Oliveira, R$ 2,1 milhões. Na Câmara, Rodrigo Maia recebeu R$ 100 mil e Lúcio Vieira Lima, entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhões. A aprovação foi garantida.


MP 627/13Projeto de interesse na área tributária. Marcelo Odebrecht, em parceria com exportadores, tratou das mudanças no regime de tributação do lucro auferido no exterior diretamente no Executivo. A edição da MP determinava que lucros de empresas brasileiras no exterior deveriam ser tributados ao fim de cada ano mesmo sem a remessa dos recursos ao Brasil. Eduardo Cunha apresentou emendaque beneficiou o grupo. Romero Jucá recebeu R$ 5 milhões.


MP 651/14Projeto de interesse em benefícios fiscais. O governo federal envia ao Congresso o “Pacote de Bondades”, com uma série de benefícios fiscais para o setor produtivo. Para atender a interesses da Odebrecht, Romero Jucá conduziu a matéria. Ele propôs quatro emendas que foram total ou parcialmente aprovadas. Em troca, ele pediu doação de campanha eleitoral para seu filho, candidato a vice-governador de Roraima. A doação foi feita ao PMDB estadual.