Rússia 2018

Grandes Técnicos

O Estadão destaca alguns técnicos que vão participar da Copa do Mundo, suas histórias e principais conquistas na carreira. Clique em “ver todos” para conferir a lista completa

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Andres Stapff/Reuters

Oscar Tabárez Uruguai flag

Um professor no banco de reservas

Técnico resgata orgulho uruguaio no futebol

Técnico resgata orgulho uruguaio no futebol

Por Paulo Favero

Oscar Tabárez, que vai comandar o Uruguai na Copa do Mundo na Rússia, talvez tenha conquistado algo que é impensável para qualquer técnico de futebol da atualidade: sua permanência no cargo não está atrelada aos resultados no campo. Ele cativou os fãs com suas palavras, sua forma de pensar e agir, e hoje é uma unanimidade nacional entre torcedores e atletas.

Quando assumiu o comando da Celeste, em 2006, em sua segunda passagem – a primeira foi entre 1988 e 1990 –, Tabárez começou uma revolução no cargo. Tratou de retomar o orgulho uruguaio numa modalidade que fazia anos não dava tanta alegria ao torcedor. O último título tinha sido na Copa América de 1995 e a seleção não havia conquistado vaga na América do Sul para disputar as Copas do Mundo de 1994, 98 e 2006.

Com Tabárez, no entanto, o Uruguai foi para o Mundial da África do Sul, em 2010, e fez bonito. Com ótima campanha, ficou na 4.ª colocação, mostrando um time forte defensivamente, aguerrido no meio e com jogadores mortais no ataque. No ano seguinte, em 2011, voltou a vencer a Copa América, disputada na Argentina. O técnico já mostrava que a Celeste havia retomado seu caminho – o Uruguai é bi mundial (1930/1950).

Antes de ser técnico, Tabárez foi jogador de alguns clubes do Uruguai, Argentina e México. Nunca foi destaque e teve a carreira encurtada por problemas no joelho. Quando parou, logo virou treinador, mas conciliava a função de campo com outro trabalho: o de professor em escola primária. Até por isso é chamado de Maestro até hoje.

Sempre mostrou-se realizado com sua atividade em sala de aula, ensinando crianças, mas sabia que o futebol poderia lhe ajudar a ter um padrão de vida melhor. E foi com essa mentalidade professoral que ele teve uma trajetória relevante no comando de equipes como Boca Juniors, Peñarol e Vélez Sarsfield, além de equipes do futebol italiano.

Com sua popularidade em alta, Tabárez desembarca com o Uruguai na Rússia à frente de um elenco forte e renovado no meio de campo. Ele evita comentar sobre seu problema de saúde, que nos últimos anos tem atrapalhado sua locomoção – anda com o auxílio de muletas e usa carrinho elétrico para se deslocar. “O estado da minha saúde pertence à minha privacidade. Espero que não comecem a criar nenhuma grande história”, pede o comandante.

Essas limitações físicas, porém, não impedem o Uruguai de dar passos largos com um time que conta com Diego Godín, Luis Suárez e Edinson Cavani. Foi com Tabárez que o torcedor da Celeste voltou a sonhar com o período de grandes conquistas. E o primeiro passo já foi dado.

Melhores momentos

27/8/1983, em Caracas
Campeão dos Jogos Pan-Americanos: Uruguai 1 x 0 Brasil
2/7/2010, em Johannesburgo
Garante vaga na semifinal da Copa: Uruguai (4) 1 x 1 (2) Gana
24/7/2011, em Buenos Aires
Campeão da Copa América: Uruguai 3 x 0 Paraguai

Nossa avaliação

Os principais treinadores de seleções foram escolhidos pela editoria de Esportes do Estadão de acordo com a tradição e importância das equipes que dirigem, além das biografias curiosas que construíram. Serão ao todo 13 profissionais.

Edição Robson Morelli / Textos Almir Leite, Ciro Campos, Daniel Batista, Glauco de Pierri, Gonçalo Junior, Marcio Dolzan, Matheus Lara, Paulo Favero, Raphael Ramos e Wilson Baldini Jr.

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